Notícias
Jogos Escolares da Juventude
Jovens dividem a paixão pelo vôlei de quadra e de praia nos Jogos Escolares da Juventude
Pela dificuldade de montar uma equipe de vôlei de quadra, jovens estudantes talentosos de todo o país enxergam no vôlei de praia a oportunidade de representar a escola e o estado na etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude. Em Blumenau (SC), a paixão pela modalidade fez jovens enfrentarem horas de viagem, superar lesões e transformar todas as dificuldades em superação em prol do vôlei.
A dupla masculina da escola IEE Carmela Dutra de Porto Velho, na capital de Rondônia, viajou cerca de 3.500 km até o interior de Santa Catarina. Ítalo Lucas de Aragão, 16 anos, e Ítalo Júnior da Silva, 16 anos, trocaram a quadra pela areia pelo sonho de representar o estado em uma grande competição esportiva.
"Participar dos Jogos Escolares era um dos meus sonhos. Sou jogador de quadra, mas a minha escola não tinha jogadores suficientes para competir. Foi aí que decidi me escrever no vôlei de praia com um amigo que estuda na mesma escola", contou Ítalo Lucas.
Já o parceiro Ítalo Júnior da Silva teve que enfrentar muitas dificuldades, além da distância, até dar as primeiras sacadas nas areias montadas no Parque Ramiro Ruediger. Assim, os Jogos Escolares viraram sinônimo de superação para o rondoniense. "Os Jogos Escolares da Juventude foram difíceis para mim, pois eu não queria nem jogar. Primeiro, torci o pé treinando. Segundo, porque há uma semana de começar a disputa do estadual o meu pai faleceu de câncer. Para completar, um dia antes da viagem uma tempestade alagou a minha casa, ela ficou destelhada e faltou luz", revelou.
É a primeira vez que a dupla de Rondônia disputa as partidas de vôlei de praia no evento. "A gente gosta é de vôlei, seja ele de quadra ou de areia. Tenho uma motivação grande para continuar jogando vôlei, seja de areia ou de quadra. Raramente são disputadas competições de vôlei de praia em Porto Velho. Lá, o esporte é fraco. Fizemos essa dupla de Ítalos e ganhamos o estadual para chegar aqui", disse.
A dificuldade também foi o primeiro adversário do jovem Erik Rafael, 15 anos. Ele representar o Estado do Maranhão. O jovem mora em Carutapera, que fica cerca de 600km da capital. O jovem teve que enfrentar dois dias de ônibus até São Luís, além de três conexões de avião para chegar em Curitiba. Depois, enfrentou mais 4h de viagem até Blumenau (SC) para disputar as partidas de vôlei de praia.
Erik também é jogador de quadro e escolheu a areia para encarar a principal competição escolar do país. "Comecei a praticar o vôlei aos 10 anos. Quando o meu técnico levou pela primeira vez o vôlei de quadra e de praia para a minha cidade era uma novidade, pois a cidade só tinha futsal mesmo. Eu jogo na quadra também. Comecei a jogar vôlei de praia este ano. O vôlei é uma paixão antiga, seja de quadra ou de areia", frisou.
"Se na capital São Luís do Maranhão não existe uma tradição no vôlei, imagina no interior do país. Eu mudei para Carutapera em 2011 por conta de um concurso público. Iniciei o projeto em 2017. De lá para cá a modalidade teve um crescimento razoável. Investi nas categorias de base e em 2018 e 2019 conseguimos vencer a etapa regional e classificar para o nacional. O vôlei de praia é mais fácil por conta da quantidade de jogadores", explicou o treinador/professor José Geraldo que leva o vôlei para o interior do estado.
Breno Barros, Blumenau (SC) – Ascom – Ministério da Cidadania