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Em São José dos Pinhais (PR), jovens participam de ações para fortalecer o futebol feminino
A cidade de São José dos Pinhais (PR) recebeu, neste sábado (5), uma ação pioneira que utilizou o esporte como ferramenta de cidadania. No mês em que o país se mobiliza em prol da conscientização sobre o câncer de mama, a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, subordinada à Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, promoveu ações de fomento ao futebol feminino e de esclarecimento acerca da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.
No Estádio do Pinhão, cerca de 180 jovens, com idade entre 10 e 17 anos, tiveram a oportunidade de participar da clínica de futebol feminino. As aulas foram ministradas por dez treinadoras, com experiências nos cenários nacional e internacional. Entre as profissionais, a clínica contou com a presença de Simone Jatobá, técnica da Seleção Brasileira de Futebol Feminino Sub-17.
Com a proposta de mostrar a importância da mulher dentro do futebol e levantar a bandeira da conscientização da prevenção do câncer de mama, o dia também contou com o painel Esportivo Futebol e Mulher.
Para o secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil, o evento teve um caráter especial. “Aqui temos vários projetos se juntando para um só objetivo, que visa o bem da sociedade e o fortalecimento da cidadania. O programa Em Frente Brasil, conduzido pelo Ministério da Justiça, em parceria com outras pastas, incluindo o Ministério da Cidadania, proporcionou este encontro com a sociedade, incluindo a conscientização da campanha Outubro Rosa. Tivemos aqui a clínica de Futebol e Mulher que possibilitou trazer um time de craques do futebol feminino para ensinar o futebol”, ressaltou Décio Brasil.
Por fazer parte do programa federal “Em Frente Brasil”, além de contar com uma nova geração promissora de jogadoras de futebol, o município paranaense foi escolhido para receber as ações. No domingo, a iniciativa será encerrada com uma partida entre jogadora da região no Estádio do Pinhão.
A ação contou com a parceria da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A secretária da pasta, Cristiane Britto, falou sobre a importância desse tipo de seminário para aproximar os gestores públicos da realidade das jogadoras.
“Foi uma oportunidade incrível conversar com as atletas, entender as necessidades e identificar quais políticas públicas teremos que construir para esse seguimento. Tivemos a oportunidade de falar sobre saúde das mulheres, falar da importância de enfrentar o assédio no esporte e o engajamento do combate à violência contra as mulheres”, explicou.
“Temos a grata satisfação de perceber como as mulheres estão evoluindo nas últimas décadas no esporte, se qualificando e, principalmente, vencendo barreiras. As mulheres que participaram do painel transmitiram um grande conhecimento, com histórias que emocionam. Assim, elas mostraram que o governo está no caminho certo em investir no futebol feminino, pois o esporte chegou para ficar”, explicou o secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Ronaldo Lima.
Segundo o secretário, a ideia do governo é expandir as ações desenvolvidas em São José dos Pinhas (PR) para outras cidades brasileiras. “Foi o primeiro Outubro Rosa, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e apoio da prefeitura local. A primeira edição nos motiva a promover outros eventos em diferentes partes do país”, revelou.
Futebol salvando vidas
As participantes do painel tiveram a oportunidade de conhecer a história que mostra como o esporte ajudou a jovem Nátali de Araújo Lima a superar o diagnóstico de câncer de mama. A paulista foi curada da doença, ela entendeu o papel do esporte na vida, teve a autoestima resgatada e atualmente trabalha para promover a autoestima de outras mulheres que passam pela mesma doença.
A jovem descobriu o nódulo em 2012, quando ela tinha 26 anos. Foi no estádio do Pacaembu durante o jogo entre Corinthians e São Paulo. Quando surgiu um empurra empurra na torcida, ela tentou proteger os seios e sentiu que tinha algo diferente. “Cheguei em casa e marquei uma consulta médica. Foi o momento que foi detectado mesmo que eu estava com a doença. Foi aí que utilizei a minha paixão pelo futebol para salvar a minha vida”, recorda.
Nátali fazia quimioterapia nas segundas e nas quartas ela assistia aos jogos do Corinthians na Libertadores das Américas. “Acompanhei toda a melhor fase do Corinthians, até o clube ser campeão. Eu estava no estádio no dia que o time conquistou o título da Libertadores. Foi um momento de muito emoção para mim, porque eu tinha a certeza de que o futebol tinha salvado a minha vida, porque foi uma válvula de escape para eu não entrar em uma depressão”, explicou.
A partir daí o futebol virou uma missão. Ela conheceu dirigentes do clube paulista e idealizou o projeto Marque esse Gol: futebol contra o câncer de mama. Com apoio de patrocinadores, ao longo do mês de outubro, a iniciativa leva um caminhão equipado com um mamógrafo por dois dias em cada estádio de futebol participante da iniciativa. Em média são atendidas 60 mulheres por dia, com acesso à mamografia e ultrassom gratuitamente. Quando os nódulos são identificados, as mulheres são encaminhadas ao hospital da cidade.
Além das ações nos estádios de futebol, a iniciativa realiza encontros para as mulheres se comunicarem e celebrarem a vida. As organizadoras e voluntárias acreditam que isso é fundamental não só para conscientização, como também para levar leveza ao processo de tratamento do câncer.
A iniciativa Marque esse Gol é promovida desde 2015. Assim como Nátali, o grupo de voluntárias é formado por mulheres que já passaram pela doença. Com depoimentos de cura, elas não só falam do significado do projeto, como também acolhem as mulheres recém-diagnosticadas.
“Se o futebol salvou a minha vida, eu quero que outras mulheres sejam salvas também por meio do esporte. O que eu levo hoje é um pouco da minha história, para plantar no coração das mulheres a esperança e para poder mostrar que o câncer pode acontecer na vida de qualquer pessoa, sem escolher idade ou classe social. Eu fico muito feliz em saber que no mês de outubro todos os clubes de futebol do Brasil estão apoiando o Outubro Rosa”, comemorou.
Breno Barros, de São José dos Pinhais (PR)
Ascom – Ministério da Cidadania