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Em fóruns com Gustavo Kuerten e Lars Grael, secretário Décio Brasil debate políticas públicas do esporte
Os programas e as ações planejadas pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania foram apresentados nos últimos dois dias em eventos realizados em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Na quinta-feira (23.05), o secretário especial do Esporte, Décio Brasil, participou de seminário organizado pela Rede Esporte pela Mudança Social (REMS), em Florianópolis. Nesta sexta-feira (24.05), o debate sobre políticas públicas aconteceu no Conselho Empresarial do Esporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
O Fórum “O esporte que queremos”, na capital catarinense, contou com a presença do tricampeão de Roland Garros Gustavo Kuerten. O ex-tenista e sua mãe, Alice, comandam o Instituto Guga Kuerten, uma das 116 organizações que fazem parte da REMS. Eles contaram um pouco da história do instituto, criado há 17 anos, que oferece atividades esportivas e educação a crianças, jovens e pessoas com deficiência em 186 municípios de Santa Catarina.
Guga destacou que o Brasil precisa de uma conexão maior entre Poder Público, iniciativa privada, ONGs e pessoas físicas para se transformar num país verdadeiramente esportivo: “Tive muito apoio da minha mãe, da minha família, para chegar a ser o tenista número um do mundo. Mas o resultado mais importante dessa minha conquista foi a criação do instituto. É o trabalho que realizamos, oferecendo a oportunidade da prática de esportes a pessoas que não têm acesso. Isso faz a diferença”.
Décio Brasil lembrou a época em que viveu em Florianópolis, de 2010 a 2012, quando comandou como oficial-general a 14ª Brigada de Infantaria Motorizada. Em 2010, condecorou Guga com a Ordem do Mérito Militar. “O Exército fez aquela homenagem não por ele ter sido número um do mundo, mas pelo exemplo que representa para a juventude. O trabalho que realiza até hoje com o Instituto Guga Kuerten transforma a vida de crianças e jovens.”
O secretário participou de um painel ao lado do professor aposentado da Unicamp João Batista Freire, especialista em esporte para o desenvolvimento social. Freire apontou a capacitação e a valorização de professores como ponto fundamental da transformação pelo esporte. “Guga virou um pedagogo. Outros atletas como Ana Moser, Magic Paula, hoje também são pedagogos. O Poder Público tem que apoiá-los e ajudar as organizações que fazem o esporte social”, defendeu. “O esporte muda um país se estiver atrelado à educação. Precisamos formar bons professores. Sem eles, não há desenvolvimento esportivo.”
Ao apontar que o conceito do novo Ministério da Cidadania, unindo Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social, trilha o caminho da integração com áreas como Educação e Saúde, o secretário Décio Brasil reforçou a característica transformadora dos projetos socioesportivos: “Estamos implantando a Estação Cidadania, espaço que terá iniciativas sociais, culturais e esportivas. É um projeto ambicioso, que vai beneficiar não só as crianças no contraturno escolar, mas incentivar a inclusão da comunidade como um todo”.
Estratégias
O debate no Conselho Empresarial do Esporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro, presidido pelo velejador Lars Grael, teve como tema “Estratégias do governo federal para o esporte”. Entre os membros do conselho presentes ao encontro estavam a secretária estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fabiana Bentes; o CEO do Rio Open de Tênis, Alan Adler; o diretor da Confederação Brasileira de Basquete e CEO do Comitê Rio 2016, Ricardo Trade; o vice-presidente da NBA para a América Latina, Arnon de Mello; o ex-técnico da Seleção Brasileira de futebol feminino e empresário de esportes René Simões; o executivo do Grupo Globo Thiago Meirelles; e o superintendente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), Paulo Bicalho.
Décio Brasil apresentou programas como Bolsa Atleta, Segundo Tempo/Forças no Esporte (Profesp) e Estação Cidadania, além de dar detalhes da dinâmica de aprovação de projetos pela Lei de Incentivo ao Esporte. Ao revelar o objetivo do ministro da Cidadania, Osmar Terra, de triplicar o número de atletas beneficiados por algum tipo de apoio governamental ou privado – hoje são 6.199 contemplados pelo Bolsa Atleta –, o secretário ressaltou a importância de parcerias como a realizada há duas semanas com a Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP): “Fizemos um protocolo de intenção de cooperação para que as instituições de ensino ofereçam bolsas de estudos para jovens atletas. Nossa intenção é que, como contrapartida, esses atletas mais tarde participem de programas sociais para atrair nossos jovens à prática de esportes”, explicou. “Precisamos revelar mais atletas como Lars Grael, mas também transformar o país socialmente usando o esporte como ferramenta.”
Lars Grael e Fabiana Bentes defenderam a necessidade de manutenção dos equipamentos esportivos e de capacitação de professores de educação física, condições sem as quais os programas esportivos se perdem com o passar dos anos. “Para isso devemos contar também com a comunidade empresarial, que tem vários representantes neste grupo da Associação Comercial”, disse Lars.
O medalhista olímpico elogiou a escolha de gestores que vem sendo feita para funções na Secretaria Especial do Esporte: “A nomeação de ex-atletas como Emanuel Rego, no alto rendimento, Washington Coração Valente, no esporte social, e Luisa Parente, no controle de dopagem, dá credibilidade e garante um voto de confiança da comunidade esportiva”.
Paulo Rossi – Ministério da Cidadania, de Florianópolis e Rio de Janeiro