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Com bronzes femininos no handebol e futebol, Brasil fecha Surdolimpíadas com seu maior número de medalhas na história
As seis medalhas do Brasil em Caxias (RS): futebol e handebol feminino, Guilherme Maia (duas na natação), Alexandre Fernandes e Rômulo Crispim (judô). Fotos: Divulgação/ CBDS
A reta final das Surdolimpíadas de Verão (Summer Deaflympics) reservou os dois últimos pódios para o Brasil na competição que reuniu mais de cinco mil atletas de 77 países na disputa de 20 modalidades. As seleções femininas de handebol e de futebol conquistaram a medalha de bronze no megaevento disputado entre 1 e 15 de maio em Caxias do Sul (RS). Foi a primeira medalha brasileira do handebol na história e a segunda consecutiva das meninas nos gramados.
“Estou muito feliz por conquistar essa medalha inédita para o Brasil. Comecei no esporte aos nove anos e essa vitória representa muito para mim", afirmou Fernanda Caporal, artilheira do Brasil, com direito a 14 gols na partida que valeu o bronze, diante do Quênia. A seleção venceu por 24 x 15. O título ficou com a Dinamarca, que superou a Turquia por um gol de diferença: 16 x 15.
É motivo de intensa alegria para nós ver mais essa conquista do paradesporto nacional, que se mostra competitivo e com resultados expressivos. Parabéns a atletas, técnicos, familiares e dirigentes responsáveis por essa conquista"
Ronaldo Bento, ministro da Cidadania
No futebol feminino, não houve disputa da terceira colocação porque a delegação japonesa desistiu. O título saiu da partida entre Polônia e Estados Unidos, com vitória das norte-americanas nos pênaltis após 2 x 2 no tempo normal.
Na sétima participação no torneio, o Brasil atingiu a melhor marca quantitativa de pódios de sua história. O Brasil somou seis bronzes: dois no judô (Rômulo Crispim e Alexandre Fernandes), dois na natação (ambos com Guilherme Maia) e os dois das modalidades coletivas.
"É motivo de intensa alegria para nós ver mais essa conquista do paradesporto nacional, que se mostra competitivo e com resultados expressivos. Parabéns a atletas, técnicos, familiares e dirigentes responsáveis por essa conquista", afirmou Ronaldo Bento, ministro da Cidadania.
Na atual gestão, o Ministério da Cidadania criou a Secretaria Nacional do Paradesporto e investiu mais de R$ 1,2 milhão via Secretaria Especial do Esporte na realização das Surdolimpíadas Nacionais de 2021 (São José dos Campos), que serviu de seletiva para o evento em Caxias (RS).
O Governo Federal também foi parceiro das Surdolimpíadas de Caxias com o Jogo Limpo. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) indicou oficiais de controle de dopagem capacitados para trabalhar no megaevento esportivo. Além disso, disponibilizou 250 kits para testes antidopagem e forneceu insumos para a realização das coletas de amostra.
Maior delegação
O Brasil terminou a competição como 44° no quadro geral de medalhas. O país teve a maior delegação da história, com 237 integrantes, sendo 199 atletas (110 homens e 89 mulheres) e representação em 17 modalidades no masculino e 14 no feminino. Agora, o país soma 16 medalhas conquistadas na história, com um ouro, uma prata e 14 bronzes. Foi a primeira vez que um país latino-americano recebeu o evento.
“Ver o Brasil sediar um evento desse porte é um orgulho para nós. Esse evento vai ajudar muito a melhorar a visibilidade para as necessidades da comunidade surda. Nossa delegação não mediu esforços para dar seu melhor. Encerramos a edição certos de que fizemos uma grande olimpíada e já nos preparando para a próxima edição de Tóquio, em 2025”, afirmou Diana Kyosen, presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos.
O país vem desenvolvendo um trabalho para evoluir no quadro geral de medalhas, mas ainda é pouco diante da dimensão do surdolimpismo no Brasil e do esporte brasileiro em geral. A 44ª posição no quadro de medalhas demonstra que o país precisa repensar as estratégias de formação"
Agtônio Guedes, secretário nacional de Paradesporto
O título geral na Serra Gaúcha ficou com a Ucrânia, com 62 medalhas de ouro, 38 de prata e 38 de bronze, num total de 138. O segundo lugar ficou com os Estados Unidos, que totalizaram 55 pódios (20 ouros, 11 pratas e 24 bronzes). Em terceiro ficou o Irã, com 14 ouros, 12 pratas e 14 bronzes, num total de 40.
Margem para crescer
Na opinião do secretário nacional de Paradesporto do Ministério da Cidadania, Agtônio Guedes, o excelente resultado obtido pela Ucrânia demonstra o quanto o país vem desenvolvendo de forma articulada o esporte para surdos e os demais esportes, sejam olímpicos ou paralímpicos. "Mesmo o país estando em guerra há meses, consegue 138 medalhas, então mérito para a política pública ucraniana e para o surdolimpismo naquele país", afirmou.
Segundo Guedes, o Brasil tem motivos a celebrar pelo melhor resultado de sua história, com seis medalhas, mas ao mesmo tempo uma margem para crescimento. "O país vem desenvolvendo um trabalho para evoluir no quadro geral de medalhas, mas ainda é pouco diante da dimensão do surdolimpismo no Brasil e do esporte brasileiro em geral. A 44ª posição no quadro de medalhas demonstra que o país precisa repensar as estratégias de formação. Das seis medalhas, duas vieram com nosso recordista Guilherme Maia, que continua sendo o maior medalhista brasileiro em Deaflympics. As novidades foram um novo nome no judô e as duas medalhas coletivas, que demonstram a capacidade de crescimento dessas duas modalidades no Brasil", completou Guedes.
MEDALHAS BRASILEIRAS NA HISTÓRIA DAS SURDOLIMPÍADAS DE VERÃO
2009 em Taipei (Taiwan) - Uma medalha
Bronze
Alexandre Fernandes, no judô (-81kg)
2013 em Sofia (Bulgária) - Quatro medalha
Prata
Guilherme Maia, na natação (100m livre)
Bronze
Heron Rodrigues, no caratê (-84kg)
Guilherme Maia, na natação (200m livre e 200m borboleta)
2017 em Samsun (Turquia) - Cinco medalhas
Ouro
Guilherme Maia, na natação (200m livre)
Bronze
Futebol feminino
Alexandre Fernandes, no judô (-90kg)
Heron Rodrigues, no caratê (-84kg)
Guilherme Maia, na natação (100m livre)
2022 em Caxias do Sul (RS), no Brasil - Seis medalhas
Bronze
Rômulo Crispim, no judô (-66kg)
Alexandre Fernandes, no judô (-81kg)
Guilherme Maia, na natação (100m livre e 200m livre)
Futebol feminino
Handebol feminino
Assessoria de Comunicação - Ministério da Cidadania