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Tradicional celeiro de atletas de badminton, Miratus traz novas promessas aos JEB's 2022
Gabriel Roza é um dos destaques da equipe do Rio de Janeiro e do projeto Miratus. Foto: Claudia Martini/ Min. Cidadania
A comunidade da Chacrinha, na zona oeste do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, é a casa da Associação Miratus de Badminton. Já conhecida por revelar ao esporte brasileiro talentos como Ygor Coelho e Lohaynny Vicente, que representaram o país em Jogos Olímpicos, o projeto também é visto como um holofote, iluminando o caminho de jovens em situação de vulnerabilidade.
A associação tem como objetivo promover o desenvolvimento social por meio da educação e do esporte e já trabalhou com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
» Confira fotos em alta resolução do badminton nos JEB's 2022
O espaço de mais de 1.500 m2 recebe cerca de 200 jovens. “Nós temos, no projeto 27 títulos de Pan-Americanos, 54 Sul-Americanos, três títulos europeus, dois que foram para os Jogos Olímpicos e, nos JEB’s de 2021, conquistamos quatro medalhas de ouro e uma de prata”, contou Sebastião Dias, fundador do projeto.
O estudante-atleta Gabriel Roza é o segundo filho numa família de campeões: Jonathan Matias, 22 anos, é o mais velho. Gabriel tem 14 e está nos JEB’s. Luiz Henrique, de 12. Ester tem oito e a caçula Maria tem apenas seis.
Jonathan começou na Miratus com sete anos e hoje integra a equipe nacional da modalidade. Já representou o Brasil nos Jogos Sul-Americanos de Assunção 2022 e levou a medalha de ouro. Ele é campeão no pan-americano Júnior, em 2018, e bronze nos Jogos Pan-Americanos de Cali 2021.
Campeão estadual e nacional, Gabriel está seguindo os passos do irmão e espera chegar um dia à seleção e ganhar muitas medalhas. “Espero um dia me tornar campeão olímpico, mundial e tudo mais”, projetou o garoto.
O pai da família, Tieres Roza, reconhece a influência e importância do trabalho da Miratus dentro de sua casa quanto como na Chacrinha. “Nós vivemos numa região que ora é dominada pelo tráfico, ora é dominada pela milícia. Então, a associação nos ajuda. A gente fica muito feliz”, desabafou o patriarca.
“O Jonathan está com 22 anos e começou com sete. A mudança nele foi muito grande, muito importante. Deu um norte. Ele era um garoto arredio, hiperativo, e o esporte o deu uma nova vivência. Já para o Gabriel, o badminton trouxe calma e tranquilidade”, relatou Tieres.
Yasmin Kethllen com o pai, Alcyr, durante os JEB's 2022. Foto: Amanda Gil/ Min. Cidadania |
Todos os olhos nela
A carreira — podemos assim dizer pois ela parece ter nascido para o badminton — de Yasmin Kethllen, 13 anos, começou cedinho, aos seis anos. “Eu fui morar na Chacrinha e me falaram desse esporte. Procurei saber se ela podia participar e consegui inscrever a minha filha”, relatou Alcyr de Souza, pai da estudante-atleta carioca. “O Sebastião me recebeu com o maior carinho. Ela começou aos seis e hoje está aí. De lá para cá vem se aperfeiçoando e tenho muito orgulho da minha filha”, completou Alcyr.
Yasmin, como conta o treinador, é o futuro. Ela se destaca tanto com a raquete que é conhecida entre os técnicos dos outros estados. “É a atleta a ser batida. Ela tem sede, ela gosta, é competitiva. Ela permite ser orientada e sempre pergunta como está, se melhorou, como está sendo o comportamento dela”, elogiou Sebastião.
“Eu já ganhei estadual, nacional e sul-americano. Só falta o pan-americano. “Meu sonho é participar das Olimpíadas”, projetou Yasmin. Para o técnico, no entanto, “a Olimpíada é consequência de um trabalho de longo prazo que começa na base” e, por isso, diz para seus alunos pensarem em uma coisa de cada vez.
“O foco não tem que ser a competição. O foco tem que ser o trabalho, o treino. Eles têm que treinar, têm que estudar”, reforça o fundador da Miratus, responsável pela lapidação das joias do futuro do badminton.
Assessoria de Comunicação – Ministério da Cidadania