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Prêmio Paralímpicos
Campeões mundiais, Beth Gomes e Petrúcio Ferreira são eleitos melhores atletas do ano
O resultado histórico do Brasil no Mundial de Atletismo Paralímpico em Dubai, no mês passado, quando o país conquistou 39 medalhas e o inédito segundo lugar geral, foi reconhecido na noite desta terça-feira (17.12) com os dois troféus mais importantes do Prêmio Paralímpicos 2019. Medalhistas de ouro e recordistas mundiais, Beth Gomes e Petrúcio Ferreira foram eleitos os melhores do ano na premiação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), realizada em São Paulo (SP).
"É um momento ímpar na minha vida. É gratificante, imensurável. Parece um sonho que estou vivendo hoje", afirmou Beth, em meio a lágrimas. "Dubai foi um grande feito na minha vida, de ser campeã mundial, recordista mundial, batendo meu próprio recorde", comentou a campeã do lançamento de disco, já garantida nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e também ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima.
Beth jogava vôlei desde os 14 anos, quando recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla. Em 1996, começou no esporte paralímpico pelo basquete em cadeira de rodas, modalidade em que disputou a edição de Pequim 2008. Dois anos depois, migrou para o atletismo. No prêmio desta terça, superou a companheira de modalidade Jerusa Geber e Carol Santiago, da natação.
Foi também em Dubai que Petrúcio Ferreira se consagrou o atleta paralímpico mais rápido do mundo, com o ouro nos 100m e a quebra do recorde mundial, com 10s42. Além disso, faturou também o título dos 400m. Nas mesmas duas provas, foi campeão do Parapan de Lima, onde também levou a prata no revezamento 4 x 100m.
"Sem dúvidas, este foi meu melhor ano. Atingi um sonho que tinha desde o início, que era o de me tornar o paralímpico mais rápido. E esse sonho não acabou por aqui. Agora quero, cada vez mais, melhorar os resultados"
Petrúcio Ferreira
"Este sem dúvida foi meu melhor ano desde o meu início como atleta paralímpico, em 2014. Atingi um sonho que tinha desde o início, que era o de me tornar o paralímpico mais rápido. E esse sonho não acabou por aqui. Agora quero, cada vez mais, melhorar os resultados", assegurou Petrúcio, que ainda foi eleito o melhor do atletismo na cerimônia. "Isso é muito gratificante para mim, como atleta, ter esse reconhecimento da temporada 2019".
O ano, contudo, não começou fácil para o velocista. No dia 2 de janeiro, Petrúcio sofreu um acidente ao mergulhar em um rio, no interior da Paraíba. Fraturou o maxilar e quebrou dois dentes. Foi preciso passar por cirurgia e por todo o período de recuperação para retomar os treinos e chegar bem aos compromissos mais importantes da temporada.
"Em alguns momentos, eu pensava que não iria chegar a essas competições", admitiu na premiação. Com essa etapa vencida e já garantido nos Jogos Paralímpicos, o atleta sabe bem qual é a próxima meta. "Já estou ansioso e já começamos os treinamentos para 2020, focando em Tóquio. O objetivo é subir no ponto mais alto do pódio", adiantou Petrúcio. No prêmio de melhor do ano, o atleta superou Daniel Dias, da natação, e Alessandro Rodrigo, também do atletismo.
Outra premiada na noite desta terça-feira foi a judoca Alana Maldonado, que levou o troféu de Atleta da Galera, eleita por votação popular. "Foi uma disputa acirrada. Só tenho a agradecer a todos os que votaram, compartilharam, tiraram um tempinho para que eu conquistasse esse prêmio", celebrou. "Isso significa que as pessoas apoiam e acreditam no meu trabalho", completou.
Neste ano, a atleta foi ouro no German Open, no Grand Prix de Tashkent e no Grand Prix de Judô Paralímpico, além de prata no Grand Prix de Baku e no Parapan de Lima. Alana concorreu ao prêmio com Carol Santiago (natação), José Chagas (bocha), Petrúcio Ferreira e Verônica Hipólito (atletismo).
Domínio nas Américas
Além dos resultados em campeonatos mundiais, o Prêmio Paralímpicos 2019 destacou o resultado histórico do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Lima. O país conquistou 308 medalhas (124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze) e terminou com o primeiro lugar no quadro geral pela quarta edição consecutiva. Desse total, 288 pódios (93,5%) contaram com a participação de beneficiados pelo programa Bolsa Atleta.
"Todos esses resultados que nós vimos nos projetam um resultado expressivo em Tóquio. Esse prestígio que a Secretaria dá, por ser uma parceira de todas as horas, é fundamental para que a gente possa convergir todos os nossos esforços em um objetivo comum"
Décio Brasil, Secretário Especial do Esporte
"Todos esses resultados que nós vimos nos projetam um resultado expressivo em Tóquio. Esse prestígio que a Secretaria dá, por ser uma parceira de todas as horas, é fundamental para que a gente possa convergir todos os nossos esforços em um objetivo comum", comentou o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil, responsável por entregar o prêmio de atleta revelação a Wendell Belarmino. O nadador brasiliense é contemplado com a Bolsa Pódio e conquistou um ouro, uma prata e um bronze no Mundial de Londres, além de quatro ouros e duas pratas no Parapan.
"A Bolsa Pódio é uma das principais ferramentas responsáveis pelo desenvolvimento do nosso esporte. É ela que dá condição para que os atletas possam se dedicar e ter condições adequadas para treinar. Realmente é um programa fundamental", analisou o presidente do CPB, Mizael Conrado.
Dos 293 contemplados pelo edital da categoria Pódio de 2019, 171 são representantes de modalidades paralímpicas, em um investimento de R$ 24,4 milhões. Já na Bolsa Atleta, há 1.326 atletas paralímpicos beneficiados, somando R$ 18,3 milhões.
Mais homenagens
O Prêmio Paralímpicos 2019 reconheceu ainda o trabalho dos técnicos. Pedrinho Almeida, do atletismo, foi escolhido o melhor treinador de modalidades individuais, por ter conduzido os campeões mundiais Petrúcio Ferreira e Cícero Nobre (lançamento de dardo), além do medalhista de prata Joeferson Marinho. Já nas modalidades coletivas, Fábio Vasconcelos, do futebol de 5, levou o título, após as conquistas da seleção na Copa América e no Parapan de Lima.
A cerimônia entregou ainda a premiação de Personalidade Paralímpica ao governador de São Paulo, João Doria, que em 2019 renovou o Time São Paulo, uma parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Já o prêmio de Clubes foi para a Associação Desportiva Indaiatubana - Associação Paraolímpica de Indaiatuba (ADI APIN). O Grupo Globo levou o troféu Aldo Miccolis, enquanto o Clube dos Paraplégicos em São Paulo foi escolhido para a conquista da Memória Paralímpica.
Vencedores por modalidade:
» Atletismo: Petrúcio Ferreira
»
Basquete em cadeira de rodas: Vileide Almeida
»
Bocha: Maciel Santos
»
Canoagem: Luis Carlos Cardoso
»
Ciclismo: Lauro Chaman
»
Esgrima em cadeira de rodas: Jovane Guissone
»
Esportes de neve: Cristian Ribera
»
Futebol de 5: Raimundo Nonato
»
Futebol de 7: Bira Magalhães
»
Goalball: Leomon Moreno
»
Halterofilismo: Mariana D'Andrea
»
Hipismo: Rodolpho Riskala
»
Judô: Meg Emmerich
»
Natação: Carol Santiago
»
Parabadminton: Vitor Tavares
»
Parataekwondo: Débora Menezes
»
Remo: Renê Pereira
»
Rúgbi em cadeira de rodas: Julio Braz
»
Tênis de mesa: Paulo Salmin
»
Tênis em cadeira de rodas: Daniel Rodrigues
»
Tiro esportivo: Alexandre Galgani
»
Tiro com arco: Jane Karla Gögel
»
Triatlo: Carlos Viana
»
Vôlei sentado: Gilberto da Silva
Ana Cláudia Felizola, de São Paulo (SP) – Ascom - Ministério da Cidadania