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Brasília recebe mais de 600 atletas entre 15 e 17 anos no Brasileiro Escolar de Basquete
Torneio reúne 28 equipes no masculino e 25 no feminino. Foto: Francisco Medeiros/Ministério da Cidadania
Para 53 equipes de basquete de todas as regiões do país, Brasília tornou-se a partir deste sábado (09.03) uma escala para a Europa. O Campeonato Brasileiro Escolar reúne 28 times no masculino e 25 no feminino nos ginásios do colégio Marista, na capital federal. Os campeões da competição que segue até 15 de março conquistam, além do título, o direito de representar o país no Mundial da Federação Internacional de Esporte Escolar (ISSF), em Heraklion, na Grécia, entre 12 e 20 de abril.
Como governo, temos uma obrigação moral de fazermos que aquilo que herdamos dos antecessores seja melhorado. Melhorar as leis, as políticas públicas e fazer com que o esporte de base, esse que está sendo disputado aqui, seja ainda mais inclusivo, abrangente e traga mais satisfação e alegria às famílias, às pessoas, à gente desse país"
Marco Aurélio Vieira, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
Em quadra, mais de 600 atletas com idade de 15 a 17 anos. Entre competidores, técnicos, árbitros, delegados e organizadores, o torneio reúne quase mil pessoas e tem 139 partidas agendadas. Muitas delas com tom de ineditismo. "Eu nunca tinha viajado para fora do estado e nunca tinha jogado uma competição desse tamanho, valendo. Pena que a gente perdeu", disse Letícia dos Santos, de 17 anos, ala da Escola Estadual Professor Gabriel Almeida Café, de Macapá, representante do Amapá. O time dela foi superado pelo de Mato Grosso do Sul por 70 x 25. "Acho que estávamos nervosas, errando demais, mas amanhã a gente tem chance de se recuperar contra o Espírito Santo", disse.
Perspectiva inversa tinha Cainã Batista de Alencar, ala-pivô do Centro de Ensino Médio Ave Branca, de Taguatinga, uma das equipes que representa o Distrito Federal. O time dele estreou com vitória sobre a equipe do Piauí por quase 30 pontos de vantagem. "Foi um bom jogo, pegado. A defesa demorou para achar o padrão, mas depois melhorou", afirmou o atleta de 1,96m, que já se prepara para um duelo contra São Paulo na segunda-feira.
Mais do que os resultados em quadra, contudo, organizadores e autoridades enfatizam o caráter de cidadania e de consolidação de valores que o esporte de base tem em sua essência. "O funil do alto rendimento tem a boca muito estreita. Vocês são a base do esporte brasileiro. Ao ápice da pirâmide poucos chegam, mas, independentemente do que ocorra no futuro, o importante é a formação que vocês estão tendo dentro dos valores esportivos", afirmou Marcelo Ottoline, presidente da Federação Regional do Desporto Escolar do Distrito Federal e Entorno (FRDE-DF), durante a Cerimônia de Abertura da competição, na noite deste sábado.
"Como governo, temos uma obrigação moral de fazermos que aquilo que herdamos dos antecessores seja melhorado. Melhorar as leis, as políticas públicas e fazer com que o esporte de base, esse que está sendo disputado aqui, seja ainda mais inclusivo, abrangente e traga mais satisfação e alegria às famílias, às pessoas, à gente desse país", disse o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marco Aurélio Vieira, a quem coube abrir oficialmente o evento.
"Quem não pratica esporte não é um ser completo hoje em dia. Os senhores têm uma grande oportunidade, de vivenciar o esporte em sua mais pura essência, que é a competição. Na competição repetimos a vida. Sofremos como na vida. Treinamos, aprendemos, erramos como na vida. E até morremos no fim da competição para nascermos de novo na próxima. O esporte nos ensina a viver", completou o secretário.
Evolução e desafios
A senadora Leila Barros, medalhista olímpica com o vôlei de quadra brasileiro e que deu os primeiros passos em Jogos Escolares, ressaltou a evolução que o país teve desde sua época de juvenil, em que as estruturas de competição, de hospedagem, de alimentação e de transporte para os atletas era bem mais precárias e amadoras.
Tenho certeza de que sairão muitas Hortências, Paulas, Pipokas, mas, mais do que isso, teremos homens e mulheres preparados para as pressões cotidianas e para lidar com frustração, porque o esporte ensina, sim, a sermos fortes mentalmente e com coração grande"
Leila Barros, senadora e ex-atleta do vôlei
"Hoje a gente vê a evolução que tivemos. É muito bom ver vocês em jogos com essa estrutura, indo para competições internacionais. Quando imaginaríamos que o esporte avançaria tanto nesse sentido? Obviamente que ainda temos muito o que avançar, mas nunca vi o esporte tão representado no Congresso como nessa legislatura", disse a ex-atleta, bronze nos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta, nos EUA) e de 2000 (Sydney, na Austrália).
"No esporte aprendemos a lidar com frustração, porque ganhamos e perdemos todos os dias. E com isso entendemos que temos o outro dia para fazer diferente. E é assim na vida escolar, na vida pessoal. Aqui tenho certeza de que sairão muitas Hortências, Paulas, Pipokas, mas, mais do que isso, teremos homens e mulheres preparados para as pressões cotidianas e para lidar com frustração, porque o esporte ensina, sim, a sermos fortes mentalmente e com coração grande", afirmou a senadora.
A chama simbólica que representou o início do campeonato foi conduzida por Pipoka, ex-atleta da seleção brasileira de basquete, e entregue para o jovem atleta Guilherme Omena, do Colégio Batista Mineiro, acender a pira. Omena foi campeão invicto nas etapas locais e regionais dos Jogos Escolares, e convocado para a seleção brasileira Sub-15.
Também participaram da cerimônia de abertura Washington "Coração Valente", indicado para a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério da Cidadania, além do deputado federal Júlio César, do presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar, Antônio Hora, de parlamentares da Câmara Legislativa do DF e de representantes do Colégio Marista.
Ascom - Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania