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Jogo Limpo
Brasil voltará à conformidade junto à Unesco em relação à Convenção Antidopagem da entidade
O Brasil voltará, em 2021, à condição de conformidade junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no que diz respeito à Convenção Antidopagem da entidade. O país atingiu um percentual de 90,5% de eficiência no questionário que preencheu e encaminhou à Unesco e, com isso, no ano que vem terá a conformidade reestabelecida. Para estar em conformidade com a Unesco é preciso que um país tenha pelo menos 60% de eficiência no questionário avaliado pela entidade da ONU.
O esporte é uma plataforma importantíssima para o Brasil em muitos sentidos. E quando falamos do alto rendimento a questão do jogo limpo deve ser levada muito a sério. Estou muito feliz por saber que estamos oficialmente de volta à conformidade junto à Unesco”
Marcelo Magalhães, secretário Especial do Esporte
“Estou muito feliz pelas metas alcançadas. Essa é uma vitória de todo o time da ABCD, da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e até da Presidência, já que um dos pontos que pesou para esse retorno à condição de conformidade foi o Fórum Brasileiro Antidopagem e sem o decreto do presidente não teríamos alcançado essa condição”, comemorou Luisa Parente, secretária nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
“Quando cheguei à ABCD, um dos assuntos que me foi apresentado pela equipe era essa condição de não conformidade do Brasil junto à Unesco. Esse questionário que gerou a não conformidade foi preenchido e entregue no início de 2019. Cheguei em agosto daquele ano, já com o status de não conforme, mas ainda sem notificação. O Brasil, então, foi notificado em 2020 a respeito disso e a partir daí nós nos mobilizamos e focamos objetivamente no que precisávamos melhorar e em quais pontos deveríamos avançar na política universal antidopagem para termos nota acima de 60%, pois até então estávamos abaixo disso”, detalhou a secretária da ABCD.
Três pilares
Diretor executivo da ABCD, Anthony Moreira explica que três fatores passaram a ser trabalhados intensamente dentro e fora da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem e essa trinca foi determinante para que o país alcançasse uma avaliação tão positiva junto à Unesco.
“Nós trabalhamos muito a parte da educação, especialmente no que diz respeito ao suporte ao atleta e sua equipe de apoio, como fisioterapeutas, preparadores físicos e outros. Fizemos também um trabalho intenso na parte de representação junto às organizações esportivas. Toda parte de educação feita junto às confederações, ligas e todas as organizações esportivas e entidades de administração do desporto no Brasil foi determinante. As Lives e seminários que fizemos contribuíram para a nossa recuperação de conformidade”, afirmou Anthony Moreira.
“Outra atividade que a gente exerceu com frequência e que foi importante para termos recuperado a conformidade foi a questão da representatividade brasileira em termos internacionais. A antidopagem, para ser considerada eficiente e para o país estar em conformidade, deve contribuir internacionalmente com todos os outros atores da antidopagem internacional. Para isso, é preciso adotar práticas como seguir as decisões que são tomadas fora do seu país, participar de pesquisas que são feitas no exterior, participar de seminários e estar em interlocução frequente com a Wada (sigla em inglês da Agência Mundial Antidopagem), com a Unesco e com outras organizações antidopagem, como a Usada (Agência Antidopagem dos Estados Unidos)”, enumerou o diretor da ABCD.
Segundo ele, a ABCD também contribuiu para a disseminação de informações junto aos países de língua portuguesa divulgando uma série de documentos da Wada traduzidos para o português.
Essa é uma vitória de todo o time da ABCD, da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e até da Presidência, já que um dos pontos que pesou para esse retorno à condição de conformidade foi o Fórum Brasileiro Antidopagem e sem o decreto do presidente não teríamos alcançado essa condição”
Luisa Parente, secretária da ABCD
“Nós tivemos muita interlocução internacional e investimos nisso nesse período. Com a tradução desses documentos apoiamos países como Angola, Moçambique e outros. Também fizemos um acordo de cooperação com a Agência Antidopagem Portuguesa para testar atletas brasileiros em Portugal e também atletas portugueses e o Brasil foi membro da força-tarefa da Unesco para discutir os documentos que tratam das não conformidades e de suas consequências. Então, o Brasil, ao fazer parte dessa força-tarefa, foi um dos maiores representantes do Grupo 3 (formado por Brasil, Granada e Panamá). O Brasil não só participou como, na consulta regional, realizada em 15 de dezembro, presidiu a reunião junto à Unesco. Conseguimos uma representatividade internacional grande nos últimos dois anos, o que a gente não tinha. E isso fez com que o Brasil elevasse várias notas dentro do questionário”, revelou.
‘O terceiro ponto que vale a pena citar é a questão do investimento em pesquisa. O Brasil investiu muito em pesquisa juntamente com outras organizações, participando de questionários, preenchendo formulários e fazendo uma série de participações. O Brasil fez um TED (Termo de Execução Descentralizada) com a LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem) de R$ 1,5 milhão para financiar dez linhas de pesquisa que devem ser executadas ao longo dos próximos dois anos. Com essas três ações, na educação, na representatividade internacional e no investimento em pesquisa, conseguimos recuperar bem nossa condição de conformidade”, encerrou.
Para o secretário Especial do Esporte, Marcelo Magalhães, a notícia de retorno à conformidade junto à Unesco é a comprovação de todo o esforço que o Brasil tem feito em prol do jogo limpo no país.
“O esporte é uma plataforma importantíssima para o Brasil em muitos sentidos. Quando falamos do alto rendimento e da participação do país nos grandes eventos internacionais, como Jogos Olímpicos, Jogos Paralímpicos, Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos, Mundiais e outros, a questão do jogo limpo deve ser levada a sério. Nesse sentido, a ABCD tem realizado um trabalho magnífico de conscientização de nossos atletas e de todos os envolvidos com o alto rendimento no país. Essa alta avaliação junto à Unesco só reforça a qualidade do trabalho desenvolvido por todos dentro da ABCD e estou feliz por saber que estamos oficialmente de volta à conformidade junto à Unesco”.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania