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Desporto Escolar
Atletismo paralímpico amplia fronteiras e concretiza sonhos nos JEB’s 2022
O mineiro Miguel Adolfo Ferreira Fonseca, de 14 anos, viveu nos Jogos Escolares Brasileiros uma ampliação de horizontes que há pouco tempo sequer imaginava ser possível. Fã de correr desde pequeno, ele descobriu no atletismo paralímpico, na classe para atletas com deficiência intelectual, o espaço que procurava para dar vazão a seu talento.
“Quando comecei a correr, minha mãe me mostrou vários vídeos de corredores. Meu sonho é ser mais rápido que o corredor mais rápido, o Usain Bolt. Eu quero ser mais rápido que ele”
Miguel Adolfo, atletismo paralímpico
Encontrou na pista o acolhimento de professores-treinadores. Encontrou o incentivo para melhorar marcas. Despertou para a ambição de sonhar alto, sem limites, a partir da dedicação e dos treinos. “Quando comecei a correr, minha mãe me mostrou vários vídeos de corredores. Meu sonho é ser mais rápido que o corredor mais rápido, o Usain Bolt. Eu quero ser mais rápido que ele”, avisou.
Um ensaio disso ele teve na pista de certificação internacional da Universidade da Força Aérea (Unifa), no Rio de Janeiro, uma das quatro sedes dos JEB’s 2022. Ele conquistou a medalha de prata na série ouro do revezamento integrado 5 x 80m, num time com três atletas com deficiência intelectual e dois sem. Os outros componentes eram João Luiz Andrade, Anderson Gabriel de Sá, Kauã Henrique e Arthur Miguel.
O ouro ficou com o time do Espírito Santo e o bronze, com a equipe do Rio Grande do Sul. A prova é uma das previstas no calendário internacional de competições escolares. Miguel ainda levou para casa o vice-campeonato na série prata no arremesso de peso, com a marca de 9,63 m.
Resultados que servem de motivação extra para ele seguir treinando e aprimorando as técnicas. Melhoria, aliás, que tem sido sistemática desde que iniciou na modalidade, há sete meses. “O Miguel tem evoluído bastante. A gente faz um comparativo dos resultados desde que ele começou em fevereiro lá conosco, e tem evoluído, crescido e os resultados têm aparecido nas competições”, relatou o professor e treinador Juarez Luiz Abrão.
Miguel integra o projeto Superando Desafios, da prefeitura municipal de Três Corações (MG). A iniciativa abre espaço para atletas paralímpicos desenvolverem suas habilidades esportivas. Algo considerado essencial e estratégico. “Muitos desses meninos são excluídos da sociedade e até na educação física, na escola, porque há profissionais que ainda não estão preparados para receber essas crianças”, disse o professor.
No cotidiano, segundo Miguel, o treinador sabe dosar bem a seriedade e o bom humor. “O Juarez é bem brincalhão, mas quando precisa ser firme, ele sabe ser firme, e é isso o que adoro nele”, elogiou o velocista. “Nós viemos para cá mostrar que o mundo é maior do que aquele que ele conhece. Ele é capaz, consegue estar entre os melhores, isso nos enche de alegria e enche os olhos de lágrimas”, emocionou-se o treinador.
Pela primeira vez nos Jogos, Miguel diz ainda estar processando a experiência, pois, quando era criança, não costumava saía muito de casa: “Aqui eu posso fazer vários amigos, torcer para os amigos. Isso que é bom e eu espero que outras pessoas tenham isso igual eu estou tendo”, disse.
“O esporte é uma ferramenta excelente tanto de oportunidade, de inclusão, de acesso a certos meios que jamais a gente teria como, né? Como o Miguel ou outros atletas que nós temos: viajar de avião, ficar em hotel, jamais tinham oportunidades e o esporte deu essa oportunidade”, concluiu o treinador.
Assessoria de Comunicação – Ministério da Cidadania