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Ana Sátila conquista ouro inédito para o Brasil no Mundial de Canoagem Slalom
Foto: Breno Barros/ME
A alegria da torcida brasileira veio na última prova do Campeonato Mundial de Canoagem Slalom do Rio de Janeiro. Depois de ter ficado na sexta colocação geral na prova da canoa (C1), Ana Sátila enfrentou uma verdadeira maratona de descidas para, enfim, colocar no pescoço a sonhada medalha de ouro do Mundial, a primeira da história do Brasil na competição. Foram quatro descidas nas corredeiras de Deodoro até a final da prova do K1 Extremo Cross que garantiu o ouro inédito.
"Estou muito feliz. Foi uma das provas mais difíceis de que já participei. O contato é grande, acontece até de se machucar. As rivais são muito boas. A prova é longa, começou no início da tarde. A posição de largada era ruim, foi difícil entrar na prova. Depois, foi na garra e pensando na vitória", disse.
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A corrida radical é nova na canoagem slalom. Estreou em Mundiais na edição de 2017, na França. É similar às outras provas ao mesclar corredeiras e obstáculos, mas traz uma roupagem diferente. Nas provas convencionais de C1 e K1, os atletas descem sozinhos, brigando contra o tempo para superar os obstáculos. A disputa do K1 Extremo é feita por quatro atletas, lado a lado. Os atletas precisam passar pelas "portas", fazer manobras técnicas e chegar na frente. Assim, em geral, no K1 Extremo Cross vence o canoísta que executa a melhor estratégia.
Ana Sátila teve rápida adaptação à categoria. Na estreia da prova em Mundiais, em 2017, a brasileira garantiu a medalha de prata na cidade de Pau, na França. Em julho de 2018, ela foi ouro no Mundial Júnior e Sub-23, em Ivrea, na Itália.
"O Brasil nunca teve um campeão mundial na canoagem slalom. Não é uma prova olímpica, mas que pode vir a ser. Esse título é muito importante para mim e não sei dizer o quão feliz estou. Tenho quase certeza de que em Paris vai entrar. É uma categoria emocionante, onde o público vibra, vê o contato. Isso acaba sendo bom para quem está assistindo. Nas próximas Olimpíadas teremos o cross brilhando", projeta.
Regras
Primeiro, o atleta disputa uma prova de Sprint para definir o chaveamento das descidas com base nas tomadas de tempo que definem a posição de largada. Em seguida, três ou quatro atletas disputam cada bateria. Os dois primeiros se classificam até chegar à final, em que o vencedor será o mais rápido a cruzar a linha de chegada.
Ao contrário de outras provas, durante a corrida os atletas não são penalizados com dois segundos se tocarem nas portas com o corpo ou equipamentos. Eles podem ser desclassificados se não executarem o rolamento de forma correta, não cruzarem as balizas, não seguirem as orientações de segurança ou saírem do barco.
Breno Barros, do Rio de Janeiro – rededoesporte.gov.br