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A força do Bolsa Atleta: equipamentos de ponta garantem sucesso dos brasileiros em Lima
O Bolsa Atleta, em atividade desde 2005, tem credenciais superlativas. Em abril deste ano, após uma recomposição promovida pelo Governo Federal, que incluiu 3.142 novos inscritos, o total de beneficiários atingiu a marca de 6.199 brasileiros. Trata-se do maior programa de patrocínio individual de atletas do planeta. Em seus 14 anos, os investimentos superam a marca de R$ 1,1 bilhão. Com a recomposição, o orçamento do programa para 2019 é de R$ 140 milhões. Ao todo, mais de 26,5 mil esportistas já foram beneficiados e 63,3 mil bolsas foram concedidas.
Mas, é no dia a dia dos atletas que o sucesso do programa se concretiza na prática. Nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019, por exemplo, das 171 medalhas conquistadas pelo Brasil, 141 vieram de bolsistas. Dos 485 atletas da delegação nacional que competiram no Pan, 333 recebem o Bolsa Atleta, sendo que 424, ou 87,4%, já haviam sido contemplados ao menos uma vez em algum momento de suas carreiras.
Nos Jogos Parapan-Americanos, que se encerram neste domingo (1º.09) em Lima, esse cenário é ainda mais contundente. Até a manhã desta sexta-feira (30.08), o Brasil liderava o quadro de medalhas com 222 pódios: 88 medalhas de ouro, 73 de prata e 61 de bronze. Das 222 conquistas, 207, ou 93,24%, tinham a participação de bolsistas.
Nessa matemática do sucesso brasileiro no megaevento esportivo continental alguns fatores são determinantes. E um dos principais diz respeito às condições de treinamento e competição. Sem equipamentos de ponta que os permitam preparar-se no mesmo nível de seus principais rivais no cenário internacional seria impossível ao Brasil chegar a tantos pódios e liderar com folga o quadro de medalhas no Parapan em Lima.
Em algumas modalidades, equipamentos são sinônimos de altos custos. Nesses casos, principalmente, o Bolsa Atleta tem feito a diferença para vários atletas, como é o caso do mesatenista Paulo Salmin e do velocista do atletismo Ariosvaldo Fernandes, o Parré.
Viviane Ferreira Soares, Petrucio Ferreira, Veronica Silva Hipolito, Ariosvaldo Fernandes . Foto: Douglas Magno / EXEMPLUS/CPBViviane Ferreira Soares, Petrucio Ferreira, Veronica Silva Hipolito, Ariosvaldo Fernandes . Foto: Douglas Magno / EXEMPLUS/CPB
“Essa prótese custou 38 mil reais”, conta Paulo Salmin, medalha de ouro no Peru no individual na classe 7 e ouro por equipe na classe 6-8. Nascido com uma má-formação no fêmur da perna direita, ele sempre precisou usar próteses. Mas, quando evoluiu tecnicamente no tênis de mesa, chegou a um nível em que era preciso uma prótese especial, voltada para atletas e que permitisse a ele ter mais mobilidade nas partidas. Assim, em 2014, Salmin investiu tudo o que havia economizado por anos no Bolsa Atleta.
“Eu fui juntando dinheiro do Bolsa Atleta desde as primeiras categorias. Eu passei pela categoria estudantil, nacional, internacional, paraolímpico e Bolsa Pódio. Juntar esse dinheiro foi responsável diretamente por eu ter conseguido algo que eu nem chamo de conforto. É um bem necessário para o alto rendimento”, ressalta.
Aos 42 anos, o paraibano Parré viveu uma situação semelhante no atletismo. Com apenas 18 meses, a poliomielite paralisou seus membros inferiores. Cadeirante, ele encontrou nas provas de velocidade um caminho de sucesso internacional. Em Lima, conquistou o ouro nos 400m, o ouro nos 100m e a prata no revezamento 4 x 100m na classe T53.
“Essa cadeira é uma cadeira de competição, que eu uso para as provas de velocidade. Ela foi adquirida com recursos do Bolsa Atleta”, conta Parré, referindo-se aos R$ 28 mil que investiu no equipamento. “Eu consegui me organizar e consegui juntar minha grana. Sem o investimento que o Bolsa Atleta faz na gente, acho que seria impossível a gente fazer esporte no Brasil”, encerra.
Luiz Roberto Magalhães, Breno Barros e Mateus Baeta, de Lima, no Peru – Ministério da Cidadania