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Tratamento de dependente químico deve considerar necessidade de cada indivíduo, defende o secretário Quirino Cordeiro
Salvador (BA) –
A definição do tratamento clínico para dependentes químicos deve levar em consideração a necessidade clínica de cada indivíduo, e nenhum recurso terapêutico deve ser visto com preconceito. É o que defende o secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro Júnior. Presente na 13ª Convenção Brasileira de Hospitais, em Salvador (BA), que reuniu cerca de 3 mil pessoas em Salvador (BA) na última sexta-feira (2), o secretário debateu o papel dos hospitais psiquiátricos na Nova Política Nacional de Saúde Mental no painel “Cenário e Perspectivas para uma Nova Jornada de Desenvolvimento e Cuidado”.
“Não há mais no País a possibilidade de encararmos de maneira preconceituosa e estigmatizante os cuidados e tratamentos, como vinha ocorrendo. A sociedade brasileira precisa de uma rede ampliada e diversificada, e o tratamento deve acontecer de acordo com as necessidades clínicas das pessoas e não baseadas em questões ideológicas como vinha acontecendo no Brasil”, enfatizou.
Segundo o secretário, o trabalho de todos os envolvidos no tratamento da saúde mental e dependência química precisa ser articulado para tornar as ações e os resultados mais eficientes. “São políticas importantes que apresentam, agora, vários pontos de convergência, fortalecendo e dando novos rumos para o tratamento de pessoas com dependência química”, explicou.
Na plateia, a enfermeira e representante do Hospital Nosso Lar, de Fortaleza (CE), Liliane Torres, ressaltou a importância do trabalho oferecido pelos hospitais psiquiátricos em todo o País. “Estamos ganhando muito com a visibilidade que o governo federal está dando para o nosso trabalho especializado”, afirmou.
Debate -
Na edição deste ano, a Convenção Brasileira de Hospitais propôs o debate sobre o cenário e as perspectivas para cuidado nos hospitais psiquiátricos. Entre os renomados especialistas que participaram, o professor titular de psiquiatria na Escola Paulista de Medicina e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Laranjeira, disse ver o atual momento do país como uma oportunidade para grandes transformações. “Há uma sintonia dos vários níveis do governo com a sociedade. Esse objetivo comum pode fazer a diferença e deixar todos muito otimistas com o futuro”, disse.
Com mais de 40 anos de experiência na área, Laranjeira falou da realidade dos hospitais psiquiátricos em São Paulo e do que tem sido feito na área. “Estamos tendo avanços e ficamos empolgados por estarmos agora em sintonia com o governo federal e com as pessoas que querem melhorar a psiquiatria e a saúde mental no Brasil”, concluiu.
O diretor do Hospital Psiquiátrico da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Rafael Bernardon, também falou da saúde mental e da evolução dos tratamentos psiquiátricos no Brasil. “Eu saio daqui com a esperança de que a gente dê um salto de qualidade. A gente precisa de um salto qualitativo na assistência psiquiátrica, incluindo assistência hospitalar”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), Emerson Da Silva, apresentou informações sobre a evolução e humanização nos espaços em saúde para os hospitais psiquiátricos. Segundo ele, a proposta da ABDEH é desestigmatizar o leito psiquiátrico e os hospitais. “Somos favoráveis à implantação de redes de serviços plurais e integrais aos usuários para diferentes demandas. Apoiamos o processo evolutivo de reforma da saúde mental de modo que as pessoas tenham acesso a um tratamento efetivo sem deixar de lado cada peculiaridade”, considerou.
"O momento dos hospitais psiquiátricos agora é outro. Temos melhorias no setor e cabe a cada um de nós pensar e buscar união, porque ainda há muito a ser feito”, encerrou o presidente do departamento de hospitais psiquiátricos da Federação Brasileira de Hospitais, Juliano Monteiro.
Saiba mais
A Nova Lei de Drogas foi sancionada em junho pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Entre as modificações, ela estabelece ações mais rígidas contra o tráfico de drogas, prevê a internação involuntária de usuários para desintoxicação e reforça o trabalho das comunidades terapêuticas. A Política Nacional Sobre Drogas é desenvolvida em conjunto pelos ministérios da Cidadania, Saúde, Justiça e Segurança Pública, e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A pasta da Cidadania é responsável pelo tratamento de dependentes químicos com foco na estratégia da abstinência dos usuários.
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