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Seminário incentiva uso da tecnologia social para geração de trabalho e renda em comunidades de todo o país
- Foto: Divulgação
Brasília/DF - A capital federal sediou o primeiro Seminário Nacional de Tecnologia Sociais, promovido pelo Ministério da Cidadania, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Comunicação e Inovação. O evento reuniu coordenadores e representantes de projetos contemplados por chamada pública (CNPq/MCTIC/MDS nº 36/2018) organizada por ambos os ministérios, em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). O objetivo da chamada foi financiar trabalhos que contribuíssem para agregar valor e gerar renda, replicando iniciativas sustentáveis e de fácil execução.
Para o chefe de divisão da Coordenação Geral de Empreendedorismo e Negócios de Impacto Social do Ministério da Cidadania, Manoel Eugênio Guimarães de Oliveira, as práticas não só devem ter baixo custo, como também promover mudanças positivas nas comunidades de todo o país. “A tecnologia social, ela tem que ter o objetivo de mudar as condições, no sentido de gerar o bem-estar, resolver o problema. Reduzir as desigualdades sociais”, pontuou Guimarães.
A chamada disponibilizou R$ 4,9 milhões para três categorias: iniciativas para o desenvolvimento de novas tecnologias sociais, com até R$ 150 mil para cada projeto; a reaplicação e aprimoramento de tecnologias já existentes, com até R$ 100 mil por proposta; e para avaliação de tecnologias sociais existentes, com R$ 75 mil para cada iniciativa. Do total, R$ 2,9 milhões foram repassados pelo ministério da Cidadania e R$ 2 milhões pelo ministério da Ciência, Tecnologia, Comunicação e Inovação.
“A tecnologia social pressupõe a participação, replicação, redução de custos para essa replicação. Não pode ser uma replicação onerosa. Ela tem que ter a efetividade, a eficácia, no sentido de gerar a mudança que a tecnologia se propôs, agregada a uma condição de mudança de condição de vida”, reforçou.
Diminuição da desigualdade
As iniciativas apresentadas durante o seminário são diversas e abrangem várias áreas. Há propostas para a criação de uma feira fixa para comércio solidário, para utilização dos recursos em áreas com risco de desertificação, aplicativos para geração de renda e até para a produção de habitações modulares por meio de impressoras 3D, utilizando materiais de resíduos para fabricação das peças.
Segundo a diretora do Departamento de Parcerias do Ministério da Cidadania, Fátima Franceschinelli, a diversidade das pesquisas permite o intercâmbio entre os projetos. “Eles possuem experiências diversas e que, muitas vezes, são complementares. Assim, eles podem auxiliar uns aos outros”, afirmou.
É o caso de três propostas que visam o melhor aproveitamento do pescado: Estrutura flutuante para beneficiamento do pescado, com comunidades tradicionais do estado do Amazonas; Desenvolvimento de Empreendimento Econômico Solidário para a Cadeia Produtiva do Pescado com as Famílias de Pescadores Artesanais Beneficiários do Programa Bolsa Família, em Cáceres, no Pantanal Mato-grossense; e o Projeto “Peixe artesanal”: agregação de valor ao produto e geração de renda aos pescadores do Rio Uruguai, em municípios do Rio Grande do Sul.
Todos puderam aprender sobre técnicas de extração da espinha dos peixes, processos diferenciados para tratar a carne do pescado, como a defumação e a secagem, e opções de embalagem. Além de agregar valor ao produto final que será comercializado, as novas tecnologias podem gerar postos de trabalho diferenciados em suas comunidades.
Resultados atuais e futuros
Ao final do encontro, os pesquisadores puderam reunir sugestões e demandas em um documento comum. Ele servirá como norteador nacional com diretrizes e demandas para projetos de desenvolvimento de tecnologia social. De acordo com o professor da Universidade Federal de Viçosa, Alair de Freitas, pesquisador do projeto Caderneta Agroecológica: Construindo a autonomia econômica das agricultoras agroecológicas em Viçosa/MG, a formulação de diretrizes poderá ser aproveitada para um plano de ações nacional, que contribua para a implementação de tecnologias sociais.
“O seminário foi muito importante. Possibilitou que se construísse uma plataforma de convergência, não só metodológica, mas também de percepções sobre os próprios projetos. E um grande encaminhamento que se teve foi o de definir as diretrizes para subsidiar um plano de ação para implementar a Política Nacional de Tecnologias Sociais”, concluiu Freitas.
Os 61 projetos ainda se encontram em fase de implementação. O Ministério da Cidadania já realizou os repasses de todos os recursos. O Ministério de Ciência e Tecnologia deve finalizar as transferências ainda este mês. Para o próximo ano, a chamada prevê a realização de outro seminário, para que sejam divulgados os resultados obtidos com a implementação dos projetos.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania