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Rio Grande do Sul já recebeu 502 venezuelanos no processo de interiorização
Canoas e Esteio (RS) - Da janela do ônibus, a venezuelana Dulce Martinez, 29 anos, contempla o caminho entre Porto Alegre e Canoas, no Rio Grande do Sul, como quem tenta absorver com o olhar cada detalhe da nova morada. Ela é uma das 377 pessoas que chegaram ao Estado gaúcho na última semana. A partir do dia 25 de setembro, os municípios de Chapada e Cachoeirinha também receberão novos imigrantes. A transferência ocorre por meio do processo de interiorização promovido pelo governo federal, que leva venezuelanos de Roraima - porta de entrada devido à fronteira - para outras cidades do país.
Dulce precisou deixar sua cidade natal, Maturín, e vir ao Brasil em busca de novas oportunidades. Diante da saudade da terra natal, trouxe como companheiro de viagem um violoncelo elétrico. Ela começou a estudar música aos 7 anos. Antes da crise econômica, participava da orquestra sinfônica do Estado de Monagas, com a qual se apresentou em várias partes da Venezuela. Hoje, recém-chegada e morando em um abrigo no município de Canoas, ela pretende continuar tocando o próprio futuro, agora, em terras brasileiras. “Quero que as pessoas abram os braços, nos deem chances e saibam que viemos com muita vontade de aprender, ensinar e conviver por aqui”, afirma.
O abrigo agora também é lar do pequeno Ahbrian. Nascido em maio deste ano em Boa Vista (RR), o brasileirinho é filho dos venezuelanos Rilianny Figueroa, 21, e Adrian Valderrey, 22. O casal migrou por motivo de extrema necessidade e falta de perspectivas para o filho que chegaria em breve. Depois de alguns meses morando em um abrigo em Roraima e do nascimento da criança, eles vislumbram um futuro próspero no Rio Grande do Sul. “Queremos trabalhar e esperamos que nosso filho tenha mais oportunidades do que nós tivemos”, conta o pai.
Interiorização – Ao todo, o Rio Grande do Sul já recebeu 502 imigrantes. Estão previstas, até o final de setembro, etapas de interiorização de venezuelanos toda semana. O processo é realizado em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). De acordo com o oficial de Meios de Vida do órgão no Brasil, Paulo Sérgio de Almeida, a estratégia de levar os imigrantes de Roraima para outros Estados traz benefícios.
“Além de reduzir a pressão sobre os serviços públicos de Roraima, que foram afetados pelo aumento repentino da demanda, a chegada dos venezuelanos deve contribuir para o desenvolvimento da região que os acolhe, pois a maioria possui boa formação, e alguns até pós-graduação”, ressalta.
A interiorização também conta com o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
*Por Diego Queijo
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