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Reorganizar o cuidado é crucial para combater a pobreza e a desigualdade, defende secretária Laís Abramo no G20
Foto: André Oliveira/MDS
A secretária nacional de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Laís Abramo, defendeu a reorganização social do cuidado como estratégia para combater a pobreza e a desigualdade no Brasil. Em sua fala no painel “Mulheres, Diversidade e Inclusão nos Negócios”, durante a Cúpula Social do G20, nesta quinta-feira (14.11), no Rio de Janeiro, ela alertou que a divisão desigual das responsabilidades de cuidado sobrecarrega as mulheres, perpetuando a pobreza e o desperdício de mão de obra.
A falta de serviços de cuidado acessíveis e a persistência de jornadas de trabalho exaustivas impedem a plena participação das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho”
Laís Abramo, secretária nacional de Cuidados e Família do MDS
"Se não transformarmos a atual organização social do cuidado, estaremos reproduzindo a pobreza e a desigualdade, além de provocar um forte desperdício de mão de obra”, destacou a secretária. Ela defendeu ainda o cuidado como um trabalho fundamental para a sociedade e essencial para o bem-estar individual e o funcionamento da economia. “O cuidado é um trabalho, uma necessidade e um direito de todas as pessoas”, frisou Laís Abramo, ressaltando o consenso alcançado na última conferência internacional da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) apresentados por Laís Abramo revelam que 34% das mulheres que não estão no mercado de trabalho justificam a ausência pela necessidade de cuidar da casa, dos filhos e de outros parentes, enquanto entre os homens esse número é de apenas 2%. “A falta de serviços de cuidado acessíveis e a persistência de jornadas de trabalho exaustivas impedem a plena participação das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho.”
Para a moderadora da mesa do painel, a gerente de projetos do Conselho de Ação de Mulheres, Diversidade e Inclusão do B20 Brasil, Gabriela Leoni, a pauta de cuidados é necessária para garantir os direitos. “É um trabalho, mas não é remunerado. E essas horas dedicadas a um trabalho não remunerado, podem ser acumuladas com aquelas que realmente dão empoderamento econômico”, disse.
A líder de Direitos Humanos na Natura, Marina Leal, enfatizou que o impacto real se concretiza por meio de um modelo de negócio regenerativo e de impacto positivo, como o da empresa, que conta com uma cadeia de quatro milhões de consultoras. “São mulheres, muitas delas negras e chefes de família, que carregam o peso da desigualdade de gênero”, afirmou.
Para reverter o cenário, Laís Abramo defendeu a corresponsabilidade na provisão de cuidados entre homens e mulheres, famílias, comunidades, Estado e setor privado. A secretária celebrou a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que cria a Política Nacional de Cuidados, resultado de amplo debate com a sociedade civil e órgãos governamentais. A proposta, agora em tramitação no Senado, busca garantir o direito ao cuidado para todos e promover a igualdade de gênero.
Assessoria de Comunicação - MDS