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Desenvolvimento Humano
Quilombolas de comunidade no interior do Piauí recebem apoio para agricultura familiar, capacitação profissional e ações socioculturais
A comunidade quilombola Mimbó, localizada no município de Amarante (PI), a 170km de Teresina, recebeu neste sábado (28.10) uma comitiva do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O anúncio de parcerias para apoiar a produção rural e a assinatura de protocolos de intenções na área sociocultural foram motivo de comemoração na comunidade.
Com uma população de aproximadamente 600 habitantes, o Mimbó tem uma história de luta e de resistência que dura mais de 200 anos. Foi reconhecido como uma “comunidade de pessoas” em 1981 e ganhou registro oficial como quilombola em 2006 pela Fundação Cultural Palmares.
As ações de incentivo rural incluem investimentos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e no Fomento Rural, além da assinatura de contrato com o Banco do Nordeste (BNB) para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), nas modalidades Pronaf A Quilombolas e Pronaf B Agroamigo. Já a parceria do MDS com o Instituto Federal do Piauí (IFPI) vai gerar iniciativas socioculturais e capacitação profissional para pessoas inscritas do Cadastro Único.
O ministro Wellington Dias participou do evento e apontou o caminho na política social: “Nós temos um objetivo, que é a qualidade de vida para esta comunidade, assim como outras comunidades em todo o país. Trabalhamos há tempos para o Mimbó ter segurança alimentar, água e energia. Mais recentemente, comunicação, saúde, educação e a parte urbana, que também vai receber novos investimentos”.
O termo de compromisso para a execução do PAA, firmado entre MDS e governo do Piauí, vai atender 24 agricultores familiares. Desse número, 23 são mulheres. O investimento é de R$ 120 mil. “Temos um grupo de mulheres que trabalha organizando justamente a agricultura familiar dentro da comunidade. Com os kits de irrigação, já vamos começar a cultivar e entregar esses produtos para o governo”, explicou a presidente da Associação do Quilombo Mimbó, Marta Paixão.
Geração de renda
No aspecto de formação e de qualificação, Wellington Dias destacou a preocupação com o empreendedorismo e a geração de renda. “Temos um conjunto de profissões que aqui estão se inscrevendo para ter qualificação, em trabalho integrado com os institutos federais e o BNB. Ontem, em Fortaleza, o MDS celebrou parceria com toda a rede de institutos federais do Brasil”, lembrou o ministro.
“E que tal se a gente trabalhar em duas direções? A primeira com os alunos dos próprios institutos federais, que são filhos e filhas de famílias do Bolsa Família, do Cadastro Único. E se a gente olhar para essas pessoas que estão fazendo curso técnico e ensino superior e apoiá-los para o empreendedorismo?”, instigou o ministro.
Dias ressaltou também o trabalho pactuado entre os entes do poder público. “O quilombo do Mimbó é um exemplo do que já estamos trabalhando: o apoio do instituto federal, integrado com a comunidade, com o município, com o governo do estado. E podemos, a partir da capacitação profissional, dar um passo a mais”, avaliou o ministro.
“Outro passo concreto é a integração do MDS com o Banco do Nordeste e a liberação de crédito. São pessoas que já vão receber hoje o Pronaf e, junto com o PAA e o Programa Fomento Rural, ter uma alavancagem na produção de alimentos. Nós compramos esses alimentos e entregamos para quem precisa, aqui na própria comunidade”, detalhou Wellington Dias.
O ministro defendeu a expansão desse modelo: “Precisamos repetir o exemplo em todo o Piauí e em todo o Brasil, fazendo chegar a comunidades estratégicas como quilombolas, indígenas, ribeirinhas, que têm uma dificuldade maior. O MDS trabalha para o país inteiro”.
Professora e referência do Mimbó, Idelzuíta Paixão considera os investimentos na região como um compromisso conjunto. “Vai ser muito bom para a utilização do nosso quilombo. A comunidade está sendo bem desenvolvida em projetos. Recebemos com muito prazer. É um avanço. Estamos cultivando e aproveitando este momento para investir em nossa agricultura, nossa criação de animais, como galinha e porco. E, assim, estamos trabalhando para a nossa sobrevivência e para prestar contas no final.”
Assessoria de Comunicação – MDS