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Publicação apresenta análises de políticas sociais voltadas ao público do Bolsa Família
Brasília – Em 2017, 39% das pessoas que tiveram concessão de microcrédito estavam inseridas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O resultado faz parte de um cruzamento de dados inédito realizado entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e o Banco Central. O artigo que traz a análise compõe o Caderno de Estudos n° 32, elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi) e lançado nesta quarta-feira (5), em Brasília.
ACESSE : Caderno de Estudos Desenvolvimento Social em Debate nº 32
A pesquisa apontou também que 24% das pessoas que solicitaram esse tipo de crédito no país são beneficiárias do Bolsa Família. Dividindo por região, o Nordeste reúne a maior parte das transações: cerca de 93% do total. “A partir destas informações, teremos melhores condições de aprimorar as nossas políticas e ofertar um serviço mais adequado à população inserida no Cadastro Único”, ressaltou o secretário da Sagi e de Inclusão Social e Produtiva (Sisp) do MDS, Vinícius Botelho.
Voltado para esse público, a Sisp coordena o Plano Progredir, um conjunto de ações do governo federal para promover a autonomia, por meio da geração de emprego e renda, das famílias inscritas no Cadastro Único e beneficiárias do Bolsa Família. O plano reúne qualificação profissional, apoio ao empreendedorismo e encaminhamento ao mercado de trabalho.
De acordo com a chefe de gabinete da diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania (Direc) do Banco Central, Juliana Mozachi, a parceria com o MDS na pesquisa é benéfica para ambas as partes. “Temos a possibilidade de estudar o público específico que faz parte do banco de dados, o que nos permite direcionar as ações de microcrédito e melhor avaliá-las”, afirmou ela.
Na ocasião, também foi apresentado outro artigo da publicação: a análise do perfil de consumo dos beneficiários do Bolsa Família e das famílias de baixa renda. De acordo com o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Igor Lino, o estudo preliminar aponta que a alimentação tem um peso de mais de 40% no orçamento das famílias mais pobres, seguido pelos gastos com habitação (22%) e com transporte (12,6%), que sofreram uma grande alta nos últimos 10 anos. “A inflação para essas famílias segue praticamente o mesmo patamar do restante da população. O problema é que elas são mais vulneráveis e não têm uma defesa, uma reserva contra a inflação”, explicou ele.
Povos Indígenas - O Caderno de Estudos nº 32 também registrou o resultado da experiência das oficinas devolutivas sobre os efeitos da transferência de renda do Bolsa Família em sete terras indígenas. A pesquisa foi realizada entre 2013 e 2014 e o relatório final publicado em 2016. O documento apontou dados como as dificuldades dessa população para a emissão e manutenção de documentos, os impactos sociais inerentes ao processo de deslocamento para receber o benefício e a falta de clareza nas informações sobre o programa por parte dos beneficiários.
Segundo a coordenadora de Desenho de Avaliação e Análise de Impacto do MDS, Ana Carolina Pareschi, o retorno às aldeias serviu para esclarecer dúvidas sobre o Bolsa Família e problemas identificados pela pesquisa. Pareschi ressaltou que a avaliação demonstrou a necessidade da participação dessa população na formulação dos programas. “Precisamos dialogar com eles, conhecer suas especificidades para construir políticas adequadas, que tenham impacto positivo na melhoria de suas vidas”, considerou.
Na opinião de Paula Mafra, representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), voltar às aldeias indígenas com os resultados da pesquisa é uma forma de respeito às tradições desses povos. “É uma iniciativa que leva dignidade aos povos indígenas, participação e diálogo. Geralmente as pesquisas acontecem, mas não há retorno dos resultados aos povos pesquisados”, acrescentou ela.
Informações sobre os programas do MDS:
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