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Segurança Alimentar
Projeto que combate pobreza rural é selecionado pelo Laboratório de Inovação do Governo Federal
Foto: Min. Cidadania
Encontrar soluções para atender agricultores familiares em situação de pobreza e extrema pobreza inscritos no Cadastro Único. Com essa missão, o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva Rural (Seisp) do Ministério da Cidadania, teve o projeto Rural Inclusivo - Como superar a pobreza rural de forma sustentável e duradoura de agricultores familiares aprovado pelo Laboratório de Inovação em Governo da Enap (Gnova).
O Rural Inclusivo promove a inclusão social produtiva de famílias pobres e extremamente pobres, além de ter um olhar de resultados de longo prazo. Foi inspirado por soluções pesquisadas pela economista francesa-estadunidense Esther Duflo e pelo economista indiano-estadunidense Abhijit Banerjee, ganhadores do Prêmio Nobel da Paz. Na pauta da pobreza rural, eles utilizaram a estratégia chamada de "o grande empurrão".
"Evidências científicas indicam que dando esse empurrão, as famílias saem da pobreza, mesmo depois do fim da política de incentivo, e permanecem em outro patamar de renda e de qualidade de vida. A proposta é chegar a diferentes públicos de forma simultânea, por meio da renda, da inclusão produtiva, do acompanhamento familiar, do atendimento social e produtivo", disse Guilherme Tavira, especialista em políticas públicas e gestão governamental e integrante da equipe de fomento rural da Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva Rural do Ministério da Cidadania.
O suporte do GNOVA auxilia o projeto a ganhar um novo patamar de gestão, com o desenvolvimento e o aprimoramento de ações e abordagens. O objetivo é construir novas soluções, além de produzir conhecimentos e competências que ampliem a capacidade de inovação. “Vamos aprender com a equipe do Gnova a usar o design thinking, o design sistêmico, a ciência comportamental e aprender várias ferramentas e metodologias inovadoras no contexto do projeto”, completou Tavira. Anteriormente, outro programa do Ministério da Cidadania, o Crescer em Família, já havia sido aprovado pelo GNOVA.
Atualmente, cerca de 3,7 milhões de famílias vivem em situação de extrema pobreza e de vulnerabilidade social no meio rural (dados do CadÚnico 2020). Com a prevalência da pobreza rural na região do semiárido nordestino e na Região Norte do Brasil, os números apontam que esses agricultores têm baixa escolaridade e dificuldade de acesso a emprego e renda.
Como consequência da pobreza, muitas das famílias têm consumo insuficiente de alimentos e estão em situação de insegurança alimentar e nutricional. A falta de renda impacta em índices de saúde e educação, os quais tornam o processo um círculo vicioso de manutenção da vulnerabilidade de forma hereditária.
O Governo Federal conta atualmente com diferentes ações de combate à pobreza e de promoção ao desenvolvimento rural, como o Bolsa Família, o programa Cisternas e Luz para todos, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Garantia-safra e Pronaf, pela ótica do desenvolvimento rural. Isso além das iniciativas Brasil Fraterno e Auxílio Emergencial, que se tornaram essenciais para combater efeitos econômicos e sociais da pandemia do novo coronavírus.
Para promover a inclusão produtiva rural sustentável e persistente, o Governo Federal pretende articular ações internas e ações de outros órgãos, com o mapeamento da trajetória do beneficiário, além dos modelos de gestão mais participativos e simplificados, com a integração de bases de dados e dos diferentes sistemas gerenciais de cada ação.
"É uma oportunidade especial para cada servidor que está envolvido no projeto para disseminar cada aprendizado de tecnologia e de metodologia inovadoras que iremos aprender. A seleção no Gnova é o reconhecimento do valor do projeto e vai favorecer temas relacionados ao ministério", disse Guilherme.
O sucesso do projeto Rural Inclusivo e o eventual aumento de escala de ações de inclusão social e produtiva rural vai impactar diretamente a vida de agricultores familiares atendidos, com ganhos em aumento de renda, qualidade de vida, capacidade produtiva e autoestima. Indiretamente, o projeto tem o potencial para aumentar o dinamismo econômico do meio rural, melhorar indicadores de saúde, incentivar o empreendedorismo e reduzir a necessidade de programas de transferência de renda.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania