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Projeto Hortas Pedagógicas do Ministério da Cidadania promove educação nutricional, alimentação saudável e consciência ambiental a 1,8 mil alunos de escolas públicas no Pará
Pablo Miranda de Oliveira, 10 anos e estudante do 4° ano, elogia as atividades na Horta Pedagógica. Fotos: Instituto Manguezal
Fartura de conhecimento e de alimentos na mesa de 1,8 mil crianças e adolescentes no Pará. Alunos de escolas públicas das cidades de Belém e Ananindeua estão aprendendo educação nutricional e reciclagem na prática, de forma divertida e gostosa. O Instituto Manguezal atua em seis escolas ensinando aos jovens técnicas de plantio e colheita de folhas, temperos, verduras e frutas que vão direto para a alimentação escolar dos estudantes e para suas casas. Também são oferecidas oficinas de culinária e palestras às famílias.
O projeto Hortas Pedagógicas, do Ministério da Cidadania, coordenado pela Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva (SEISP), promove a união entre ciência, conhecimento agrícola e preservação ambiental, no intuito de melhorar a alimentação e nutrição dos estudantes e da comunidade, por meio de ações multidisciplinares e distribuição de alimentos cultivados.
A coordenadora-geral de Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana da SEISP, Kelliane Fuscaldi, defende que o projeto beneficia tanto a parte educacional e cidadã dos alunos, quanto promove a segurança alimentar de toda a comunidade. "A implantação de hortas em ambientes escolares pode promover diversos benefícios para a sociedade envolvida, pois, além de incentivar e despertar o interesse para uma alimentação mais saudável, ajuda a desenvolver o senso de responsabilidade e a estabelecer o contato com a natureza", afirmou.
O trabalho no Pará é realizado com alunos do 4° ao 9° ano de escolas públicas da rede estadual de ensino localizadas em áreas periféricas, com o objetivo de contemplar também alunos da etnia Warao e indígenas venezuelanos. O cuidado com a horta entra na aula de alguns professores, no horário escolar, promovendo a interdisciplinaridade de temas.
O Instituto Manguezal é o responsável por administrar o projeto nas seis escolas. A parceria com o Ministério da Cidadania se deu via Termo de Fomento, no valor de R$ 100 mil, com duração até junho de 2022.
Quatro escolas já rodam o projeto desde agosto de 2021, sendo que mais duas instituições vão iniciar as atividades em março de 2022. No total, são cerca de 300 alunos que participam direta ou indiretamente do trabalho nas hortas pedagógicas. Mas o número de beneficiários é ainda maior, já que além dos alimentos colhidos irem para a alimentação escolar, eles vão também para a casa dos estudantes.
Dentre a diversidade de espécies plantadas no projeto, estão folhosas, como alface roxo e verde, jambu, chicória, rúcula e couve, temperos e ervas medicinais, como manjericão, menta, hortelã, coentro e mastruz, raízes, como mandioca, frutíferas, como banana e abacaxi, além de verduras, como abóbora.
Na construção dos canteiros é incentivado o reaproveitamento de materiais recicláveis, como garrafas pet, baldes e pedaços de madeira, com o objetivo de reduzir o despejo irregular de resíduos sólidos e promover a preservação do meio ambiente. Também são utilizados materiais naturais ou inservíveis, como bambu, forro de PVC, telhas usadas. A intenção é mostrar à comunidade as diferentes formas de se construir uma horta domiciliar.
O diretor do Departamento de Estruturação de Equipamentos Públicos da SEISP, Luis Claudio Romaguera Pontes, diz que alcançar as pessoas mais vulneráveis é uma prioridade do projeto. “O Ministério da Cidadania, por meio da SEISP, incentiva a implantação de hortas escolares, comunitárias e em residências de baixa renda, como uma das estratégias para se promover a segurança alimentar e nutricional", destacou.
A comunidade mais saudável
Para conhecer e ganhar mais intimidade com os alimentos, toda a comunidade escolar, a equipe pedagógica, os alunos e suas famílias assistem a palestras sobre alimentação saudável e participam de oficinas de culinária, com dinâmicas de preparação de lanches saudáveis e aproveitamento de todas as partes dos alimentos, como cascas e raízes. As aulas são ministradas por profissionais de nutrição.
O Instituto Manguezal já trabalhava com hortas comunitárias, integração da família com a comunidade e coleta seletiva e, por isso, foi escolhido pela prefeitura das cidades para coordenar o projeto como um todo.
Segundo a diretora de Projetos do Instituto Manguezal, Brenda Lopes, a iniciativa resulta em suporte e motivação para o fomento da agricultura urbana e da reciclagem, e preservação do meio ambiente. “Os alunos podem refletir na prática sobre saúde e alimentação saudável. Outra consequência importante é inserir a agricultura urbana e desenvolver as competências técnicas de plantio e manutenção de hortas urbanas, assim como o contato com a natureza e a valorização de plantas e árvores do nosso ambiente”, ressaltou.
Pablo Miranda de Oliveira tem 10 anos e é estudante do 4° ano da Escola Estadual Isabel dos Santos Dias, que fica no distrito de Icoaraci, em Belém. Ele participa do Hortas Pedagógicas desde dezembro de 2021, e acha o projeto importante também por envolver a família. “Eu acho importante esse projeto porque as crianças aprendem a cozinhar e podem dar ideias aos pais”. O estudante elogia as atividades. “A parte que eu mais gostei foi plantar, depois comer a alface e fazer o suco com a casca do abacaxi. Eu nunca tinha feito isso, cortar os alimentos, achei legal”, concluiu.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania