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Projeto de Cooperação Técnica Internacional entre MDS, FAO e ABC prevê investimento de US$ 2 milhões até 2026
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Foi realizada nessa segunda-feira (2.12), em Brasília, a reunião de instalação do Projeto de Cooperação Técnica Internacional intitulado “Fortalecimento da agenda regional de sistemas alimentares para o contínuo urbano-rural na América Latina e no Caribe”.
Assinado no mês passado, no Rio de Janeiro (RJ), durante o G20, o projeto reúne o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a América Latina e Caribe em torno de ações com duração de 28 meses e investimento de US$ 2 milhões (cerca de R$ 12 milhões).
O projeto FAO surge em um contexto desafiador, no que se refere à pauta da segurança alimentar e nutricional na América Latina e Caribe. Em todo planeta, até 2050, a previsão é de que as populações urbanas representem 68% da população mundial, sendo que mais de 90% desse aumento se concentrará nos países em desenvolvimento.
Na América Latina, 81% da população já vive em áreas urbanas e a maior parte da atividade do sistema alimentar é gerada no contínuo urbano-rural. Um cenário de grandes desafios, como a redução do acesso a alimentos saudáveis e a exclusão dos pequenos agricultores das cadeias de valor, resultando no aumento da fome e de outras formas de desnutrição, com especial destaque para mulheres, populações indígenas, crianças e adolescentes.
“Depois de alguns anos sem um Projeto Trilateral de Cooperação Sul-Sul, a assinatura desse instrumento concretiza a retomada e o fortalecimento da relação do MDS com organismos internacionais consagrados, como a FAO, visando atualizar a agenda de Segurança Alimentar e Nutricional na região”, avaliou a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal.
Em 2014, após quase uma década de importantes avanços nas políticas sociais e de promoção da segurança alimentar, o Brasil saiu do Mapa da Fome, publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 2022, o país retornou ao Mapa da Fome, o que evidenciou a desaceleração dos progressos que o país alcançara até aquele momento em políticas sociais. Eram 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, sendo que 27 milhões viviam nas cidades, mais especificamente em suas periferias.
Em 2023, o combate à fome foi anunciado como prioridade do Governo Federal, que retomou as ações e políticas públicas nessa direção. O projeto de Cooperação Técnica Internacional instalado essa semana é resultado de um trabalho de elaboração feito a partir de uma perspectiva de fortalecimento das capacidades estatais dos governos da região para abordar os sistemas alimentares no contínuo urbano-rural nos aspectos: da produção, abastecimento, consumo e acesso a alimentos saudáveis; da resiliência dos sistemas alimentares urbanos e periurbanos; e do fortalecimento da governança participativa, intersetorial e multinível da segurança alimentar e nutricional no âmbito das discussões estratégicas sobre sistemas alimentares.
Com isso, a ação de cooperação Sul-Sul trilateral deverá contribuir para o aumento da segurança alimentar e nutricional e para a superação da pobreza nas áreas urbanas e periurbanas das cidades da América Latina e do Caribe.
O Projeto utilizará a capilaridade e know-how da FAO na região para fomentar o acúmulo de experiências dos países no tema de segurança alimentar e nutricional, permitindo o compartilhamento de boas práticas, a construção de redes regionais para a solução de problemas e a adaptação de políticas públicas exitosas em cada realidade nacional.
Assessoria de Comunicação - MDS