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Segurança Alimentar
Programa Cisternas garante água, alimento e autonomia para famílias do Semiárido e da Amazônia
Imagem: MDS
“Era um sofrimento sem fim", recordou José Israel, com um olhar distante, carregado de lembranças dos tempos difíceis. "Acordávamos antes do galo cantar, com uma lata na mão, e seguíamos em busca de água na Pedra do Cachorro ou no Açude da Onça. Os bichos sofriam, a gente sofria... Era uma luta constante."
Essa realidade desafiadora, compartilhada com a esposa e os dois filhos moldou a vida da família por anos. A água, quando encontrada, era destinada apenas ao essencial: beber, cozinhar e lavar. A agricultura era um sonho distante e os animais sofriam com a sede. "Os bichos só bebiam água de verdade uma vez no dia... para não morrer, mas passavam sede", prosseguiu José Israel.
A esperança, porém, brotou no sertão com a chegada do Programa Cisternas, que mudou para sempre a vida da família. A construção de duas cisternas, sendo uma de calçadão, trouxe a tão sonhada água para a propriedade. A notícia foi recebida com um misto de alegria e gratidão.
Com a tecnologia de acesso à água, a propriedade de José Israel floresceu. O terreno, antes árido, agora abriga uma variedade de frutas, como goiaba, acerola, graviola e maracujá. "Estou rico, satisfeito de riqueza de água", declarou, com um sorriso largo no rosto. A cisterna garante o sustento da família e possibilita a criação dos animais.
"Agora, posso plantar minhas frutas, minhas verduras, sem depender da feira", comemorou o agricultor. "Em breve, não precisarei mais comprar tomate, porque o meu já está crescendo. A cisterna mudou tudo, me deu a liberdade de produzir meu próprio alimento."
Símbolo da retomada das políticas sociais de acesso à água no Brasil, o Programa Cisternas alcançou, entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, a marca de 130,77 mil cisternas e outras tecnologias sociais contratadas, das quais foram entregues 39,1 mil. O investimento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) chegará ao total de R$ 860,4 milhões.
Para que as tecnologias cheguem a quem mais precisa, seja no Semiárido ou na Região Amazônica, o MDS fez 30 parcerias, com 25 atores diferentes (estados, consórcios públicos e OSC), além de ter 200 contratos firmados com entidades previamente credenciadas pela pasta.
Uma das parcerias é com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), que já beneficiou mais de 80 mil pessoas com água potável para beber, cozinhar e produzir alimentos. São agricultores e agricultoras familiares, além de pequenos criadores de animais, que juntos podem armazenar 300 milhões de litros de água da chuva, o equivalente a 600 mil caixas d’água residenciais. Outro acordo foi com a Fundação Banco do Brasil, no valor de R$ 40 milhões para cisternas de produção, atendendo 1,4 mil famílias no Semiárido.
Na Região Amazônica, o acordo com o BNDES terá R$ 150 milhões investidos para contemplar quatro mil famílias extrativistas, quilombolas e de assentados na Amazônia. Já no Território Indígena Yanomami (TIY) os recursos são de R$ 5 milhões, atendendo cerca de três mil indígenas, que terão a universalização de acesso à água nas aldeias das calhas dos rios Marauiá, Rio Preto e Ayari.
Aliado às tecnologias de acesso à água, o incentivo à produção, por meio de transferência de recursos não reembolsáveis de R$ 4,6 mil e de assessoria técnica, permite a inclusão produtiva rural. Esse é o outro aspecto da transformação na vida de José Israel.
Com o apoio técnico e financeiro do Programa Fomento Rural, ele planeja construir um curral para facilitar o manejo do gado, garantindo o bem-estar dos animais e a qualidade da produção. Além disso, ele sonha em cercar sua propriedade, protegendo a plantação.
"A cisterna me deu a oportunidade de construir um futuro melhor para mim e minha família. Sou grato por essa bênção", comemorou o agricultor, que planeja ampliar a produção. "Meu sonho é plantar muita coisa aqui... para eu não depender mais da feira."
Assessoria de Comunicação - MDS