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Programa auxilia catadores de recicláveis a gerar renda e melhorar de vida
Campo Largo (PR) – Foi juntando o que as pessoas jogavam no lixo e parecia não ter valor, que Cláudia Márcia Moreira de França, de 45 anos, encontrou uma forma de reconstruir a própria vida. Depois de terminar um relacionamento difícil e do diagnóstico de depressão, a reciclagem foi o caminho para sustentar as duas filhas. Os materiais eram coletados nas ruas de Campo Largo - cidade da região metropolitana de Curitiba (PR) - e reunidos em sua casa.
Com o tempo, a vizinhança também começou a participar do trabalho. O esforço de Cláudia se transformou no sustento de outros 15 trabalhadores e assim, em 2005, surgiu a Associação de Reciclagem Lutar e Vencer, a ARLeV. Porém, o primeiro barracão da associação foi interditado pela prefeitura com risco à saúde dos trabalhadores. Com o apoio do Programa Elos da Sustentabilidade , tudo começou a mudar e a catadora finalmente a regularizar a situação da associação.
O programa busca promover a sustentabilidade socioambiental, fortalecendo ações de reciclagem, retirando os catadores das ruas e os organizando em associações. “Agora, como estamos estruturados, conseguimos tirar até mil reais por mês”, revela Cláudia.
Em 2017, o grupo conseguiu alugar um local melhor e passou a receber diretamente da empresa de coleta de lixo os materiais recicláveis e a armazená-los de forma correta. Segundo a catadora, o suporte do programa da prefeitura foi indispensável. “Eles estão sempre prontos para auxiliar a gente. Ninguém é independente, todos precisam de apoio. Por isso o nome é Elos, uma corrente”, afirma. Aos poucos, a ARLeV está conseguindo se estruturar e o próximo passo agora é buscar a independência financeira.
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Iniciativa – O Programa Elos da Sustentabilidade nasceu em 2006. A primeira Central de Triagem reuniu catadores da cidade e formou a Associação Unidos da Reciclagem (Assur). “A mudança desses trabalhadores foi um grande resultado, porque eles saíram de um lugar bem precário, sem refeitório e vestiário, e se mudaram para a Central de Triagem”, conta Walquiria Menna, coordenadora técnica ambiental do programa.
A iniciativa já é modelo para outros municípios do Estado que estão em fase de organização das associações de catadores, como Carambeí e São José dos Pinhais. Depois da primeira experiência, mais três grupos começaram a receber apoio do projeto: as associações de reciclagem Campolarguense, das Amigas do Meio Ambiente e o Lutar e Vencer. Atualmente, fazem parte das associações 57 catadores, que deixaram a vulnerabilidade do trabalho nas ruas. A atuação desses recicladores permite que sejam retiradas dos aterros sanitários cerca de 187 toneladas de material reciclável por mês. As ações também apoiam o município de Campo Largo a cumprir a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
O programa atua ainda em outras frentes, como capacitação profissional dos catadores e educação ambiental da comunidade. “Sem esse tipo de orientação, o material é descartado com péssima qualidade e isso prejudica a saúde dos catadores, porque vem sujo ou contaminado”, explica a coordenadora técnica ambiental. Para o futuro, o objetivo é ampliar a metodologia de forma que mais catadores saiam das ruas de Campo Largo e comecem a trabalhar nos barracões.
Vencer o Prêmio Progredir possibilitou olhar para o horizonte e ver que atingir a meta está mais perto. “Um dos desafios é construir a segunda Central de Triagem e unir duas associações. Também precisamos de um novo barracão para um dos grupos que está em situação bem precária. Além disso, queremos por em prática a contratação por prestação de serviços, garantido que os catadores tenham um repasse da prefeitura e consigam se manter”, adianta Walquiria.
Assistência social - O atendimento socioassistencial também faz parte do trabalho do projeto. A inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculo foram levados para dentro dos barracões de reciclagem.
De acordo com a coordenadora técnica social do Elos , Marilda Borges Andrade, com o atendimento mais acessível não é necessário que os catadores se afastem do local de trabalho, o que facilita a atuação dos profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas). “A maioria desses trabalhadores está em situação de vulnerabilidade social, precisando com certeza de acompanhamento”, considera ela.
Inclusão Produtiva – Assim como o Elos da Sustentabilidade , o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) atua na inclusão produtiva com o Plano Progredir , que reúne um conjunto de ações de inclusão produtiva para auxiliar as famílias de baixa renda. O apoio de outras ações, como a de Campo Largo, resulta em mais oportunidades para a população.
De acordo com o secretário de Inclusão Social e Produtiva do MDS, Vinícius Botelho, vários projetos são um espelho do Progredir, que é justamente a junção da qualificação empreendedora e profissional para oportunidade de emprego e renda. “A inclusão produtiva é muito mais efetiva quando diferentes ações são integradas entre si, podendo potencializar umas as outras”, considera Botelho.
O Progredir oferece assistência técnica para microempreendedores ou pessoas com potencial para empreender em todo o país, além de ações de inclusão digital, educação financeira e vagas em cursos profissionalizantes, com foco nos beneficiários do Bolsa Família e demais inscritos no Cadastro Único.
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