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Prêmio pretende reconhecer municípios que avançaram no combate à desigualdade
Foto: André Oliveira/ MDS
Representantes da Ação Brasileira de Combate às Desigualdades (ABCD) apresentaram ao ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, uma proposta para um prêmio de boas práticas sociais nos municípios.
A reunião desta quinta-feira (7.12) serviu para discutir os tipos de indicadores a serem considerados. Eles devem abranger condições de vida, educação, saúde, assistência social, mercado de trabalho, trabalho doméstico, gênero, raça, etnias, territórios, entre outros.
O objetivo da proposta é que o Brasil possa reconhecer as boas práticas e as melhores experiências nas cidades brasileiras. Além disso, a iniciativa dará visibilidade para o tema da desigualdade e os desafios para a sua superação.
“O observatório de acompanhamento da desigualdade, liderado por um conjunto de entidades, permite que o Brasil possa saber como está a desigualdade em cada município, em cada estado, e isto nos ajuda a perceber onde as políticas públicas estão sendo eficientes”, ponderou o ministro Wellington Dias, que ainda destacou a possibilidade de uso do Cadastro Único para a medição das desigualdades.
“Ali estão as pessoas de mais baixa renda que atendemos no Bolsa Família e em situação de vulnerabilidade que atendemos no Benefício de Prestação Continuada (BPC), por exemplo”, explicou o chefe da pasta.
Um dos objetivos do Prêmio de Combate às Desigualdades nas Cidades é mobilizar as prefeituras de todo o país a mapear as desigualdades em seu território e implementar políticas para reduzi-las. “A ideia do prêmio é medir os avanços e desempenhos em cada município nas áreas de educação, saúde, rede de acessos básicos, nos últimos três anos”, disse Renata Boulos, coordenadora executiva da ABCD.
Para a secretária nacional da Política de Cuidados e Família, Laís Abramo, é preciso olhar para os diferentes indicadores, incluindo o de inserção no mercado de trabalho e de gênero, como forma de superar as desigualdades. “Se não consideramos também a situação das políticas de cuidados, não conseguiremos eliminar uma barreira importante para entrada no mercado de trabalho”, ponderou.
“Cerca de 30% das mulheres que não estão no mercado de trabalho, tem como principal razão a carga doméstica. E para mulheres que têm filhos de zero a três anos, esse número sobe para 62%”, prosseguiu Laís Abramo.
“Este tipo de ação, vinda da sociedade civil, conta muito quando pensamos em políticas públicas”, comentou Rodrigo Afonso, diretor da organização não governamental Ação Cidadania. “O mais importante é empoderar a sociedade para fazer o controle social, o que se revela uma ajuda ao governo para ver se as ações estão sendo realmente executadas na ponta e melhorando a vida das pessoas”, finalizou.
Também participaram da reunião Oded Grajew, conselheiro presidente e fundador do Instituto Ethos, e Mariana Macário, consultora da ONG Ação da Cidadania.
Assessoria de Comunicação - MDS