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Cuidados e prevenção às drogas
Pesquisa traça radiografia da cena de uso de drogas em São Paulo, Fortaleza e Brasília
Um retrato das dimensões e do perfil de uso de álcool e outras drogas em zonas urbanas de São Paulo, Brasília e Fortaleza. Um levantamento de hábitos, perfis socioeconômicos, estrutura familiar e de capilaridade dos serviços sociais governamentais disponíveis. Um conjunto de dados e contextos com potencial de auxiliar a formulação de políticas públicas mais assertivas.
Esses levantamentos são importantes para a consolidação de políticas públicas baseadas em evidências. Vão auxiliar para que possamos enfrentar e reverter o problema das Cracolândias em todo o país"
Quirino Cordeiro, secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania
Assim pode ser definida o Levantamento de Cenas de Uso em Capitais (Lecuca), apresentado nesta quinta-feira, 22.12, em Brasília (DF). O evento foi híbrido, com alguns dos convidados reunidos de forma presencial, na sede do Ministério da Cidadania, na capital federal, e transmitido online, com uma apresentação da pesquisadora Clarice Madruga, uma das responsáveis pelo estudo.
» Confira a íntegra da pesquisa
"Esses levantamentos são importantes para a consolidação de políticas públicas baseadas em evidências. Vão auxiliar para que possamos enfrentar e reverter o problema das Cracolândias em todo o país", afirmou Quirino Cordeiro, secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred) do Ministério da Cidadania. Também estiveram presentes o secretário especial do Desenvolvimento Social, Valter José Ribeiro Pereira, e Cláudia Leite, diretora de Prevenção, Cuidados e Reinserção Social da Senapred.
A pesquisa é um dos resultados de uma parceria da Senapred com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para o levantamento de dados e estatísticas em torno do uso e abuso de drogas e outras substâncias psicoativas, a partir de um Termo de Execução Descentralizada. A coleta de dados foi realizada entre junho de 2021 e junho de 2022. Em São Paulo, o grupo já vem realizando anualmente o estudo desde 2016.
Foto: Mariana Popczyk/ Min. Cidadania |
Flutuação
A partir de uma metodologia que leva em conta o caráter "flutuante" dessas populações no território, o grupo estabeleceu perímetros de atuação e uma randomização do tempo de coleta para que a amostra fosse representativa. Um dos critérios é estabelecer um perímetro onde estejam parados pelo menos 15 indivíduos usuários de crack por três dias consecutivos. Ao fim, a pesquisa teve 357 participantes em São Paulo, 140 em Fortalece e 82 na capital federal.
Embora haja diferenças de características entre as cidades abordadas, há uma série de indicadores que mostram similaridade entre as cenas de uso. Uma delas é que a perda de vínculos familiares tem mais relação com o consumo do que com o fato de as pessoas já estarem previamente em situação de rua. A maioria sai de casa por conflitos em relação ao seu consumo de drogas ou de familiares. "Prevalecem os casos em que o agravamento do transtorno aditivo leva à situação de rua, e não o inverso, nas três capitais", afirmou Clarice Madruga.
“Não existe glamour em cracolândias. Muitas das vezes quem está lá não consegue tomar decisões autônomas, livres. E muitas não estão porque decidiram permanecer, mas porque estão doentes e não conseguem sair por conta própria. Temos atuado em diversas parcerias com gestores locais e estaduais para reverter esses cenários”, concluiu Quirino.
Assessoria de Comunicação - Ministério da Cidadania