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Painel debate tecnologias de monitoramento de visitas domiciliares e qualidade de interação da família com a criança
Brasília – A utilização da tecnologia para o monitoramento de visitas domiciliares que promovam o desenvolvimento infantil, a exemplo do Programa Criança Feliz, e estudos que medem a qualidade das interações de adultos com a criança guiaram os debates do sexto painel do Seminário Internacional da Primeira Infância – o melhor Investimento para desenvolver uma Nação, na tarde desta quarta-feira (13), em Brasília.
O fundador da Shanzhai City, Tat Lam, falou sobre o projeto que vem desenvolvendo por meio de uma rede descentralizada – a blockchain – que armazena com segurança informações detalhadas dos usuários. A ferramenta poderia servir para aperfeiçoar iniciativas que utilizem as visitas domiciliares. “Nós podemos implementar soluções tecnológicas, entretanto, elas nunca serão mais eficientes que o monitoramento humano. Precisamos de pessoas acompanhando essas crianças e a tecnologia possibilita isso.” Fundada em Hong Kong, Shanzhai City é uma empresa focada na utilização de tecnologias para desenvolvimento social.
A doutora da Cadeira de Desenvolvimento Infantil e Educação, Psicologia Aplicada e Desenvolvimento Humano da Universidade de Toronto, Jennifer Jenkins, falou sobre a importância da interação em família para o pleno desenvolvimento do bebê. Conforme resultados de pesquisas sobre o tema, ela avalia também que a situação emocional e psicológica da família influencia diretamente na qualidade da resposta da criança. “Realmente importa o que todo mundo na família está fazendo. Os momentos chave da aprendizagem acontecem quando as crianças estão muito engajadas em algo”, destacou.
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Sensibilidade – A tese de que as boas interações geram, de fato, um diferencial na vida dos pequenos foi reforçada pela psicóloga Alessandra Schneider. Atualmente, ela colabora no desenvolvimento e na implementação de dois cursos on line sobre responsividade parental, também na Universidade de Toronto. Um dos procedimentos utilizados para fazer esse balanço é a chamada escala de sensibilidade. “Essa medida pode ser utilizada em mais de uma forma, como em programas, como meio de monitoramento dos próprios visitadores. Ela pode ser um elemento de melhoria da qualidade da interação parental”, esclareceu.
A coordenadora estadual do Programa Infância Melhor (PIM), Gisele Mariuse da Silva, explicou como funciona a ação. Criado pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, quando atuava no Rio Grande do Sul, o programa é desenvolvido na região Sul do Brasil. Ela detalhou como se dá a atuação do PIM. “Uma das coisas pelas quais é reconhecido é pelo seu trabalho intersetorial, que é muito difícil de fazer. Para conseguir falar sobre a integralidade do serviço é necessário lidar com questões múltiplas. Os instrumentos precisam agregar, também, várias áreas da ciência”, complementou.
A moderadora do painel foi a diretora e representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Marlova Noleto, que elogiou a iniciativa do Criança Feliz. “Assistir aos depoimentos das famílias é inspirador. Os resultados ao longo da vida das crianças são significativos.”
Seminário Internacional da Primeira Infância
O Seminário Internacional da Primeira Infância – O Melhor Investimento para Desenvolver uma Nação é promovido pelo Ministério da Cidadania e acontece nestas terça (12) e quarta-feira (13), em Brasília. O evento reúne especialistas internacionais e brasileiros no tema primeira infância para avaliar as políticas públicas e provocar reflexões que qualifiquem e ampliem o atendimento a essa faixa etária no país.
Criança Feliz - O Ministério da Cidadania coordena o Criança Feliz por meio da Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. O programa integra ações nas áreas da saúde, assistência social, educação, justiça, cultura e direitos humanos. Nas visitas semanais, técnicos capacitados orientam sobre o desenvolvimento das crianças de até três anos beneficiárias do Bolsa Família e de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). As gestantes também recebem atendimento.
Até o momento, o programa está presente em 2.622 municípios brasileiros e já atendeu mais de 519 mil crianças e gestantes. No total, mais de 12,1 milhões de visitas domiciliares foram realizadas por cerca de 16 mil profissionais capacitados para orientar as famílias a impulsionar o desenvolvimento cognitivo, motor, socioafetivo e da linguagem das crianças.
*Por Renata Garcia
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