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Outubro, mês da alimentação saudável
PAA pra quem produz e pra quem se alimenta: programa fortalece comunidades indígenas
Foto: Mayara Vita/ MDS
A comunidade é uma das beneficiadas pelo PAA Indígena, que atualmente abrange 12 estados. De acordo com o Sistema de Informação e Gestão do Programa de Aquisição de Alimentos (SISPAA), foram incluídos 3.710 agricultores e agricultoras familiares e 453 unidades de recebimento.
A aquisição dos alimentos é feita preferencialmente por produtos dos próprios povos indígenas, e os alimentos são destinados por meio de doações a unidades que atendam pessoas em insegurança alimentar identificadas entre esse mesmo público.
Hoje sofremos com a desnutrição das comidas industrializadas. Para poder minimizar as doenças, precisamos fortalecer a comida tradicional”
Carlinha Yanomami, presidenta da Associação de Mulheres Yanomami Kumiräyöma (AMYK)
"Hoje sofremos com a desnutrição das comidas industrializadas. Para poder minimizar as doenças, precisamos fortalecer a comida tradicional”, explicou Carlinha Yanomami, presidenta da Associação de Mulheres Yanomami Kumiräyöma (AMYK).
Esse é o objetivo do PAA Indígena: ao mesmo tempo, garantir alimentação saudável aos moradores das comunidades e fomentar e fortalecer a cultura alimentar e a agricultura dos territórios.
"A gente faz roça pela cultura. Antigamente, nossos avós faziam uma rocinha para plantar pelo menos o que comer. Agora que nós vamos crescer a roça. Antigamente não era assim", reforçou Armindo Moura, beneficiário do PAA na comunidade indígena Yanomami em Maturacá.
Ele foi um dos 67 produtores indígenas, sendo 51 mulheres, que receberam o cartão do PAA em setembro. Na ocasião, também foi contemplada a comunidade de Ariabú.
A implementação do PAA Indígena na Terra Indígena Yanomami (TIY) é uma ação do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), realizada em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai/MPI) e a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror/AM).
Este passo importante do novo PAA Indígena, visa ampliar o abastecimento e o consumo de alimentos saudáveis entre essas comunidades, visto que são alimentos tradicionais, adquiridos e doados no próprio território. Em Maturacá, uma unidade de saúde, duas escolas municipais e uma estadual são beneficiadas.
A ação busca unir esforços do Governo Federal e da sociedade civil para garantir o acesso regular e adequado aos alimentos: “Fazendo a compra com doação simultânea nos estados, o PAA indígena compra a produção de agricultores, preferencialmente indígenas, e faz a doação dessa alimentação de qualidade, produzida por eles nas unidades do território”, detalhou Mariana Madruga, bolsista da Fiocruz que atua junto à coordenação do PAA no MDS.
Vai crescer mais a roça, para poder plantar mais e para a gente escoar para o município. É assim que a gente trabalha aqui, por cultura"
Armindo Moura, agricultor beneficiado pelo PAA
Desde o início da implementação do PAA Indígena, já foram destinados R$ 44,5 milhões em recursos, sendo R$ 33,5 milhões em execução e o restante a serem aplicados. A Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) divulgou a segunda portaria de pactuação de recursos, reforçando a estratégia de ampliar a atuação em áreas vulneráveis.
"Essas ações do governo vem apoiar a nossa alimentação tradicional. Em questão do PAA, estamos muito felizes, porque hoje as ações do governo chegam aqui no território, na nossa casa”, comemorou Carlinha Yanomami, que destaca a importância da chegada de equipamentos para a cultura das roças para auxiliar na produção de alimentos locais.
“O PAA Indígena tem o potencial de gerar autonomia para essas comunidades, valorizando sua cultura alimentar e promovendo a segurança alimentar e nutricional, garantindo a essas populações, localmente, o direito humano à alimentação adequada, que é um direito universal, assegurado pela Constituição Federal a toda pessoa no nosso país”, observou Lilian Rahal secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.
A ação permite não só a garantia da segurança alimentar e nutricional nas comunidades atendidas, como também o fortalecimento da atividade de cultivo de alimentos, que gera renda e ajuda a manter a cultura local desses povos: "Vai crescer mais a roça, para poder plantar mais e para a gente escoar para o município. É assim que a gente trabalha aqui, por cultura", explicou Armindo Moura.
A preferência na compra dos alimentos será dada aos próprios povos indígenas, alinhando-se às normas do PAA, com o objetivo de promover a recuperação da capacidade produtiva dessas comunidades e gerar um impacto positivo na segurança alimentar em longo prazo.
Foram centrais para mobilização e para a execução do Programa na TIY o apoio dado pelas associações indígenas locais Associação Yanonami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA) e Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMYK), pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), pelas unidades da FUNAI/MPI - Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Yek’wana (CFPEYY) e Coordenação Regional do Rio Negro (CR RNG), e o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Assessoria de Comunicação - MDS