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Primeira Infância
Oficina do Criança Feliz discute abordagens na proteção à primeira infância em comunidades indígenas
Foto: Luíza Barbosa/ Min. Cidadania
Como fazer o acompanhamento gestacional de uma mãe e dos primeiros anos de uma criança levando em conta ensinamentos, costumes e vivências ancestrais de cada um dos povos indígenas brasileiros, e sem que essa interação pareça invasiva, paternalista, desrespeitosa? Responder a essa pergunta e a outras questões que envolvem a diversidade étnica, cultural e social dos povos indígenas foi o ponto de partida para uma oficina realizada nesta quinta-feira, 27.01, em Brasília, voltada para profissionais que atuam no Criança Feliz.
Pensar no atendimento a gestantes e crianças indígenas é uma temática importante para nós, para que a gente chegue à elaboração de materiais de qualidade, com aprofundamento teórico a partir das demandas dos municípios e territórios”
Vanessa Peixoto, coordenadora de formação da Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania
O encontro para validação do material Caminhos para Construção de Abordagens a gestantes e crianças indígenas, reuniu na capital federal assistentes sociais, pedagogos, profissionais de saúde e representantes do Governo Federal. Muitos deles atuam como supervisores, coordenadores e visitadores do Criança Feliz no Pará, Amazonas e Pernambuco, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
“Pensar no atendimento a gestantes e crianças indígenas é uma temática importante para nós, para que a gente chegue à elaboração de materiais de qualidade, com aprofundamento teórico a partir das demandas dos municípios e territórios”, disse Vanessa Peixoto, coordenadora de formação da Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania.
A qualificação é uma parceria entre o Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância, com o Programa Conjunto Fundo ODS e AVox Social Consultoria e Assessoria, contratada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a criação deste conteúdo.
Uma das responsáveis pela produção do manual que serviu de referência para as discussões, Patrícia Oliveira explicou que a ideia é validar o “mergulho no tema”, com vistas à formação de profissionais do Criança Feliz em todo o país, em especial os que atuam diretamente com o público indígena.
“Os indígenas têm várias concepções diferenciadas da primeira infância. São características próprias. No manual, a gente tentou fazer uma orientação para a qualificação desses profissionais, porque não tem como a gente chegar com uma receita pronta diante da diversidade étnica, de línguas, de costumes”, afirmou a representante da AVox Social.
Segundo Patrícia Oliveira, a ideia é não padronizar ações, mas auxiliar os profissionais na formação necessária para que as abordagens sejam consistentes. “Nossa ideia é pensarmos juntos os saberes necessários para uma abordagem que não incorra em reducionismos, em discriminação, com respeito e valorização da cultura indígena, principalmente na primeira infância, o nosso público de atuação”, explicou.
O programa
O Criança Feliz iniciou 2022 com mais de 1,3 milhão de famílias visitadas. São 1,2 milhão de crianças e 313 mil gestantes que já tiveram acompanhamento, num total de 1,55 milhão de pessoas. Ao todo, 2.874 municípios nas cinco regiões do país registram presença de equipes de visitadores. No somatório desde 2017, quando o programa foi instituído, são 58,3 milhões de visitas domiciliares registradas.
Desde janeiro de 2019, o Governo Federal intensificou investimentos no programa. Houve aumento no repasse de recursos aos estados e municípios, com investimento superior a R$ 860 milhões de 2019 ao fim de 2021.
A primeira infância corresponde ao período da gestação até os seis anos e é considerada uma janela de oportunidade. É a fase em que a plasticidade cerebral do ser humano é maior para receber estímulos externos. Os meninos e meninas são incentivados nos aspectos de linguagem, cognição, vínculos afetivos e socialização.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania