Notícias
Desenvolvimento Social
No âmbito do G20, Wellington Dias participa de lançamento para uso de energia limpa em Cozinhas Solidárias Sustentáveis
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, participou, nesta quarta-feira (2.10), do lançamento de um projeto-piloto de instalação de painéis solares e biodigestores que transformam o lixo orgânico doméstico em biogás, promovendo o cozimento limpo e combatendo a pobreza energética. A iniciativa ocorreu durante os eventos do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, organizado pelo Ministério de Minas e Energia, em Foz do Iguaçu, Paraná.
O projeto, batizado de Cozinha Solidária Sustentável, prevê a instalação de biodigestores e de painéis solares em sete cozinhas estrategicamente mapeadas pelo Brasil, nas cidades de Foz do Iguaçu (PR), Brasília (DF), Ananindeua (PA), São Leopoldo (RS), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e Boa Vista (RR).
“O preparo de alimento depende, quase sempre, de uma fonte de energia que, para muita gente, é o gás de cozinha, é a lenha”, lembrou o ministro Wellington Dias. “O que estamos iniciando hoje é um trabalho em conjunto, a partir do Programa Cozinha Solidária, para tornar essas cozinhas sustentáveis, utilizando resíduos orgânicos para produzir biogás e placas solares para gerar energia, diminuindo gastos, garantindo alimentação de qualidade para quem mais precisa e preservando o meio ambiente”, completou.
Iniciamos hoje um trabalho em conjunto, a partir do Programa Cozinha Solidária, para tornar essas cozinhas sustentáveis, utilizando resíduos orgânicos para produzir biogás e placas solares para gerar energia"
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
Para a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, o Programa Cozinha Solidária dialoga com os desafios da sustentabilidade energética. “O apoio dos poderes públicos às cozinhas reconhece essa iniciativa da sociedade civil como importante para a oferta de refeições. Desde o início do ano passado, identificamos cerca de 2.400 cozinhas solidárias e, a partir da regulamentação do programa, iniciamos um processo de habilitação para que elas possam ter o apoio de recursos públicos”, afirmou.
Wellington Dias, junto com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Ênio Verri, o diretor paraguaio de Itaipu Binacional, Justo Irún, e a ministra substituta da Secretaria Geral da Presidência da República, Kelli Maffort, assinaram um Protocolo de Intenções para formalizar a parceria que envolve o Programa Cozinhas Solidárias, do MDS. Também participou do evento a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Além disso, a parceria entre os ministérios e Itaipu Binacional envolve apoiadores como a Associação Brasileira de Biogás (Abiogás) e a Cáritas, como entidade gestora credenciada no Programa Cozinha Solidária. O projeto prevê a implementação de estruturas para o desenvolvimento da sustentabilidade do ciclo de produção de alimentos, bem como da promoção da equidade de gênero no âmbito do Programa Cozinha Solidária.
No lançamento, Ênio Verri anunciou que Itaipu Binacional está comprometida a financiar outros 100 equipamentos para produzir energia limpa e barata que permita a sustentabilidade nas cozinhas solidárias sustentáveis.
A primeira-dama, Janja Lula da Silva, por meio de mensagem, destacou a importância da segurança energética para mulheres e meninas. “A iniciativa das cozinhas solidárias sustentáveis traz uma proposta política e pedagógica. Com o projeto-piloto, poderemos possibilitar a promoção da educação ambiental e da equidade de gênero”, disse.
Já o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira defendeu a promoção do cozimento limpo como uma forma de combater a pobreza energética. “Hoje, damos um passo importante com o lançamento de uma política social que alcançará os mais atingidos pelo uso inadequado de fontes para cozinhar. Essa é a verdadeira transição energética justa e inclusiva que defendemos e trabalhamos”, afirmou.
Nas Cozinhas Solidárias Sustentáveis, os biodigestores produzirão biogás por meio do uso dos resíduos orgânicos das cozinhas, além de insumos para adubar as hortas. A irmã Mirela, da Cozinha Solidária da Fraternidade O Caminho, explicou que a produção de biogás e a geração de energia representa uma economia importante que contribui na aquisição de alimentos que são distribuídos para os mais vulneráveis.
Direto de Roraima, Maria Ferraz, coordenadora da Cozinha Solidária AMD de Boa Vista, disse que vai ser um privilégio ter o painel solar e o biodigestor dentro da cozinha solidária da sua comunidade. “As contas de energia hoje são extremamente altas. O dinheiro que economizaremos vai ser revertido em proteínas, que é o alimento que mais precisamos hoje na nossa cozinha”, contou.
O titular do MDS destacou que a iniciativa representa uma semente de mudança, que deverá inspirar a ampliação de novas parcerias Brasil afora. “Para combater a fome e a pobreza nas suas diferentes formas, precisamos levar em consideração o direito de todas as pessoas ao alimento, mas também o direito à energia limpa para o seu preparo. A união de esforços entre governo e sociedade é fundamental para avançarmos nesse objetivo comum”, enfatizou.
Cozinhas Solidárias
As cozinhas solidárias são iniciativas criadas a partir da mobilização da sociedade, com foco no enfrentamento da insegurança alimentar e no combate à fome. Por meio da oferta de refeições gratuitas e de qualidade à população, esses espaços comunitários atendem prioritariamente pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluindo a população em situação de rua e em insegurança alimentar e nutricional. Reconhecendo o caráter estratégico dessa tecnologia social, em 2023, o Governo Federal lançou o Programa Cozinha Solidária, com objetivo de apoiar essas iniciativas por todo país
Pobreza Energética
Pesquisa da Agência Internacional de Energia (IEA) mostra que mais de 2,3 bilhões de pessoas no mundo não acessam fontes de energia limpas. O número equivale a 28,7% da população global. Com base nesse cenário, o governo brasileiro decidiu, no âmbito do G20, refletir e agir no combate à pobreza energética.
Os sete biodigestores que estão sendo instalados no projeto-piloto serão doados pela Abiogás, no âmbito da parceria firmada com o Governo Federal para a implementação do projeto-piloto da iniciativa Cozinha Solidária Sustentável. De acordo com a Associação, o custo de fornecimento e instalação dos biodigestores é de cerca de R$ 452 mil.
Cozinha Solidária Sustentável
A Cozinha Solidária Sustentável insere-se no contexto de discussão da Política Nacional para Promoção do Cozimento Limpo, que tem o propósito de promover o acesso universal, em todo o país, a tecnologias limpas para cocção de alimentos, ou seja, a utilização de fontes energéticas limpas para a preparação de alimentos em ambientes internos. A iniciativa surge no contexto do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, em sinergia com a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
Assessoria de Comunicação – MDS