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Covid-19
Ministério da Cidadania e Organização Pan-Americana da Saúde realizam webinar para apresentar resultados de pesquisa sobre o consumo de álcool durante a pandemia
Na próxima quinta-feira (12.11), a partir das 9h30 (horário de Brasília), será transmitido pela TV OPAS, no Youtube, o webinar “Uso de álcool durante a pandemia de Covid-19 no Brasil”. O evento vai mostrar os resultados brasileiros da pesquisa “Uso de álcool durante a pandemia de Covid-19 na América Latina e no Caribe”, realizada em 33 países. Também haverá a apresentação de ações relacionadas a álcool e Covid-19. Participarão do evento a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, e o secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro Jr.
Este evento em parceria com a OPAS é de grande relevância para a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas. Os resultados da pesquisa são de fundamental importância para nós, do Governo Federal, que estamos empenhando grandes esforços para desenvolver políticas públicas baseadas em evidências científicas”
Quirino Cordeiro Jr., secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania
“Este evento em parceria com a OPAS é de grande relevância para a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas. Os resultados da pesquisa são de fundamental importância para nós, do Governo Federal, que estamos empenhando grandes esforços para desenvolver políticas públicas baseadas em evidências científicas”, avalia o secretário Quirino.
O Brasil teve o maior número de entrevistados da pesquisa, 3.799 pessoas, representando 30,8% da amostra total. Os resultados mostram que 74% dos brasileiros beberam durante a pandemia – maior percentual entre todos os países – e 42% desses praticaram “beber pesado episódico” (binge, na expressão em inglês).
O “beber pesado episódico” é definido, segundo a pesquisa, quando a pessoa consome mais de 60 gramas de álcool puro em pelo menos uma ocasião durante os últimos 30 dias. Esse limite foi estipulado para abranger quem consome álcool em quantidade suficiente para resultar em intoxicação ou algum dano, levando em conta as diferenças entre grupos sociodemográficos e podendo ser menor para subgrupos mais vulneráveis, como mulheres e pessoas com problemas de saúde, por exemplo. O “beber pesado episódico” foi mais prevalente entre os entrevistados mais jovens, e o aumento na frequência foi registrado com maior incidência entre rendas mais altas.
À medida que os índices de ansiedade, medo, depressão, tédio e incerteza passaram a ser mais comumente notificados durante a pandemia, o consumo de álcool também cresceu. A presença de quadros graves de ansiedade aumentou em 73% a chance de maior frequência no consumo.
O webinar contará com a apresentação dos resultados completos da pesquisa pela doutora Zila Sanchez, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Também serão mostrados os dados da “Experiência regional de enfrentamento à Covid-19 e ao uso nocivo do álcool”, por Maristela Monteiro, representante da OPAS, e haverá um debate com a participação de Catarina Dahl (OPAS) e Soraya Romina, subsecretária de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais.
Os perigos da bebida alcoólica
A pesquisa da OPAS foi realizada no período de 22 de maio a 30 de junho de 2020 por meio de questionário online anônimo padronizado, em inglês, espanhol, português e francês. Utilizou-se o software Qualtrics, com 23 mil participantes de 18 anos ou mais, residentes em um dos 33 países da América Latina e do Caribe e que não viajavam para fora de seu país desde 15 de março. As 55 perguntas cobriram as seguintes áreas: dados demográficos; informações relacionadas à Covid-19, incluindo medidas de precaução tomadas; impactos na saúde mental, incluindo sintomas emocionais negativos e sentimentos nos últimos 14 dias; consumo de álcool em 2019 e durante a pandemia. A enquete foi distribuída através das plataformas de comunicação da OPAS, incluindo Facebook, Twitter, Rede Pan-Americana para Álcool e Saúde Pública (PANNAPH), Coalizão do Caribe Saudável e Coalizão Saudável da América Latina, bem como por meio da Assessoria do Departamento de Saúde Mental e Doenças Não Transmissíveis.
De acordo com a pesquisa, os níveis de consumo de álcool nas Américas são mais altos do que a média global, revelando-se um importante fator de risco para mortalidade e morbidade nessa região. Em termos de carga de doença, o álcool causou aproximadamente 379.000 mortes (6,5% de todos os óbitos). Representa ainda riscos agudos e crônicos à saúde e está associado a um maior perigo de enfraquecimento do sistema imunológico, o que pode tornar os indivíduos mais suscetíveis a contrair doenças infecciosas, incluindo a Covid-19. O álcool é frequentemente usado para socialização e, por algumas pessoas, para lidar com emoções difíceis.
Ao longo dos últimos oito anos, o beber episódico pesado entre aqueles que consomem bebidas alcoólicas aumentou em 12%, sendo esse índice maior entre os homens, embora as mulheres tenham elevado o consumo em uma taxa mais rápida do que a dos homens. O álcool foi o segundo maior risco comportamental para óbitos em homens e o quinto principal fator comportamental para mulheres. Se essas tendências permanecerem inalteradas, mais de 1 milhão de pessoas morrerão devido ao uso de álcool nas Américas em 2025.
Diretoria de Comunicação