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Ministério da Cidadania aporta recursos para a interiorização de idosos pela Operação Acolhida
Jesus Conceição Romero, 78 anos: "Um voo para uma nova vida". Foto: ©️ACNUR/Allana Ferreira
Desde o início da Operação Acolhida, coordenada pelo Governo Federal, 44 mil venezuelanos foram interiorizados em diferentes estados brasileiros, com o propósito de ter um recomeço de vida com dignidade, liberdade e oportunidades. Nesta semana, 25 idosos foram interiorizados no município de Nova Iguaçu (RJ). O Ministério da Cidadania, responsável pela Coordenação do Subcomitê Federal para Interiorização, está repassando mais R$ 120 mil para a conclusão do processo que beneficiará também 25 indígenas que já se encontram no município.
Os brasileiros sempre me trataram bem e agora estamos indo para o Rio de Janeiro. Quero trabalhar por minha conta, ser empreendedor. Estou animado”
Noel Antonio Rodriguez, 67 anos
A coordenadora do Subcomitê Federal de Acolhimento, Niusarete de Lima, destaca a importância do apoio dos municípios para o acolhimento desses venezuelanos. “Ao longo do período em que estruturamos ações de apoio a esses imigrantes, percebemos que, principalmente na estratégia de interiorização, tem sido mais difícil conseguirmos oferecer a pessoas idosas novas oportunidades em outros municípios para além de Roraima. Então, quando um município se dispõe a receber um grupo de idosos para acolhimento e inclusão nos bens e serviços locais, temos que valorizar e agradecer aos gestores por isso”, afirma.
Em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e o município de Nova Iguaçu (RJ), alguns dos venezuelanos desse grupo embarcaram em voo fretado pela Força Aérea Brasileira nesta quarta-feira (25.11). Os demais irão para o destino final em uma próxima etapa. Os 50 venezuelanos serão recebidos no acolhimento emergencial cofinanciado pelo Ministério da Cidadania.
Noel Antonio Rodriguez, de 67 anos, foi um dos selecionados para fazer parte do grupo de interiorizados. Ele conta que veio sozinho da Venezuela e ficou dois anos em Boa Vista, em um dos abrigos oferecidos pela Operação Acolhida. “Nunca fiquei tão feliz com essa oportunidade que estão me dando”, diz, empolgado, minutos antes do voo. “Os brasileiros sempre me trataram bem e agora estamos indo para o Rio de Janeiro. Estou muito alegre. Quero trabalhar por minha conta, ser empreendedor, quem sabe vender cachorro quente, estou animado”.
Jesus Conceição Romero, de 78 anos, tem história similar. Ele atravessou sozinho a fronteira e enxerga na interiorização uma oportunidade de trazer a família, que ainda vive na Venezuela. “Estou tranquilo para viajar. Vou matar a saudade de quando viajava de Caracas para todos os lugares na Venezuela, mas estou mais feliz porque esse voo está nos levando para uma nova vida. Quero trabalhar e trazer minha família para perto”, afirma Jesus.
“Sabemos que ainda temos muito a caminhar no fortalecimento das nossas políticas públicas para as pessoas idosas brasileiras, mas ser uma pessoa idosa fora do seu país de origem, numa situação onde não se conhece nada, sequer o idioma, é muito difícil”, pontua Niusarete.
O que é?
A Operação Acolhida é uma grande força-tarefa humanitária, coordenada pelo Governo Federal, composta por 11 ministérios, com apoio da ONU e de mais de 100 entidades da sociedade civil, para oferecer assistência emergencial aos migrantes e refugiados que entram pela fronteira com Roraima. A estratégia de interiorização teve início em abril de 2018 e até o fim de outubro foram interiorizadas aproximadamente 44 mil pessoas em 622 cidades brasileiras.
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania