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MDS participa de debate sobre segurança alimentar no Reino Unido
Inovando Caminhos, Transformando Futuros foi o tema escolhido para a edição de 2023 do Brazil Fórum UK, realizado na Universidade de Oxford, na Inglaterra, nos dias 17 e 18 de junho. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) foi representado pela secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), Lilian Rahal.
O evento é uma iniciativa de estudantes brasileiros que vivem no Reino Unido e busca promover debates multidisciplinares, focados em temas como pluralidade e democracia. Os participantes são políticos, especialistas, professores, juristas e formadores de opinião de diversas vertentes da sociedade.
Rahal participou da mesa “Tem gente com fome? Dá de comer! Caminhos para o combate à insegurança alimentar no país que alimenta boa parte do planeta”, ao lado da deputada federal Erika Hilton, do conselheiro da Central Única de Favelas (CUFA) Preto Zezé, e do secretário de Agricultura Familiar do Maranhão, Bira do Pindaré.
Durante sua participação, a secretária apresentou dados sobre a fome, a pobreza e a insegurança alimentar em todos os níveis. “A cara da fome é uma mulher negra, pobre, mãe solo, com uma ocupação precária, em grandes centros urbanos”, definiu.
Para Rahal, o combate à fome virou um campo de disputa ideológica e o Estado se ausentou do cenário. "O Governo Federal tem um papel importante no desenvolvimento das políticas públicas, mas é primordial a participação da sociedade civil. Quando esses dois pilares se distanciam, o governo fica um pouco míope", ressaltou.
Retomada
Dentre as medidas necessárias para reverter o quadro, a secretária afirmou que a atual gestão já está agindo para retomar o papel de coordenação das políticas, e mencionou a retomada de conselhos, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), e da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).
Outras medidas prioritárias são a integração com as principais políticas de acesso aos alimentos, como, por exemplo, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ações para ampliar a inclusão socioeconômica e a empregabilidade, além do combate à alimentação de baixa qualidade nutricional. No escopo de ações do MDS, a secretária ressaltou a importância do acesso à renda, realizada, por exemplo, pelo Programa Bolsa Família, que, neste mês, atingiu a maior folha de pagamento de sua história: R$ 14,97 bilhões.
Segundo o secretário de Agricultura Familiar do Maranhão, Bira do Pindaré, o Brasil priorizou o desenvolvimento do agronegócio, mas se esqueceu da agricultura familiar. “Ela é quem coloca 70% da comida na mesa do brasileiro, e produz alimento saudável. É preciso disseminar a ideia de que o campo também é promissor, mas, para isso, é preciso que a infraestrutura e as oportunidades cheguem lá”, defendeu.
A estratégia de combate à fome, de acordo com a deputada federal Erika Hilton, passa por uma renovação política. “O que nos falta hoje é o compromisso dos gestores públicos. Hoje, temos pouquíssimas vozes no Parlamento que compreendem, respeitam e valorizam a agricultura familiar”. A parlamentar destacou que a quantidade de alimentos desperdiçada é suficiente para atender às famílias em situação de vulnerabilidade.
Uma das principais medidas para retomar o rumo do crescimento, salientou Preto Zezé, é encontrar novas formas de se comunicar com os moradores de comunidades Brasil afora. “Precisamos pensar sobre como conectar outras potências que estão fora dos espaços de conhecimento, discutir a agenda da redução da pobreza, mas lá no chão de terra”, apontou.
Múltiplas Vozes
Ao longo de dois dias, o Fórum promoveu nove painéis, que reuniram 29 palestrantes. Foram debatidos temas como o protagonismo brasileiro na agenda ambiental, soluções à crise do sistema prisional brasileiro, formação profissional para redução de desigualdades, reforma tributária, política habitacional e a solidez da democracia nacional.
Também participaram dos painéis o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Rodrigo Agostinho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, o senador Fabiano Contarato, o secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Augusto de Arruda Botelho, dentre outros.
"Uma agenda para o Brasil tem que começar com o combate à pobreza e à fome. Essa é a grande causa do Brasil e da humanidade: enfrentar a pobreza e garantir condições mínimas de vida e de oportunidades de acesso às pessoas", afirmou o ministro do STF, Luiz Roberto Barroso. Segundo o jurista, não é possível combater a pobreza sem gerar crescimento econômico.
Assessoria de Comunicação - MDS