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COMBATE À FOME
Manifesto por uma alimentação saudável, justiça e sustentabilidade marca o encerramento da Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Roberta Aline/MDS
Após três dias de diálogo entre a sociedade civil e o poder público, a 6ª edição da Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional encerrou-se nesta quinta-feira (14.12), em Brasília, com um manifesto contundente. O texto destaca a importância da “comida de verdade”, critica práticas alimentares hegemônicas e apela à implementação de políticas públicas inclusivas e sustentáveis para combater desigualdades, promover a segurança alimentar e enfrentar desafios socioambientais.
Durante o encerramento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ressaltou o envolvimento da sociedade civil no processo de construção de um país sem fome: “Eu acredito na democracia, porque ninguém faz nada sozinho. Por isso a importância de o sonho se tornar realidade. Me alegro muito com o documento aprovado, com o manifesto e com as propostas. Será o nosso manual para as políticas, a partir do MDS, e precisamos, juntos, trabalhar em cada estado e em cada município”, defendeu Wellington Dias.
A Conferência Nacional serviu não apenas como espaço de discussão, mas também como instrumento orientador para a formulação de políticas efetivas, consolidando o compromisso do Governo Federal em garantir a segurança alimentar e nutricional no país.
A presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine, agradeceu o apoio e a participação do ministro: “Depois de revisar as importantes propostas que aprovamos, vamos enviar para a Câmara dos Deputados. Agradeço a presença, representando o governo brasileiro. O ministro sabe da responsabilidade de transformar essas propostas em um plano e, depois, em ação”.
A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, destacou a importância da conferência como um símbolo do compromisso do governo pela erradicação da fome no Brasil. Ela enfatizou que o evento representa uma retomada significativa na articulação e na coordenação de políticas voltadas para o combate à fome: “O governo deixou claro a importância da segurança alimentar e nutricional. A conferência é um símbolo desse compromisso de retirar novamente o Brasil do mapa da fome”.
A conferência, segundo a secretária, é um marco por reunir diversos segmentos da população envolvidos com a agenda nos territórios. A integração desses diferentes grupos, que acompanham ativamente as questões alimentares, contribui para a construção de estratégias eficazes. “O Plano Nacional de Segurança Alimentar deve dialogar com as diretrizes que sairão dos documentos. A conferência nos dá um norte, a partir do diálogo do governo com a sociedade, para a elaboração desse plano”, explicou.
Durante a conferência, a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, Valéria Burity, prestou contas do Plano Brasil Sem Fome, que busca combater a insegurança alimentar por meio de uma alimentação saudável, enfrentando simultaneamente as desigualdades sociais. “Assim como o tema da conferência, o Brasil Sem Fome procura unir esforços para garantir a erradicação da fome com base em princípios democráticos e nutricionais, considerando a crise climática que vivemos”, afirmou.
A presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (Consea-BA), Débora Rodrigues, lembrou a intensidade dos dias de conferência, ressaltando o espaço para a troca de propostas elaboradas nos estados. “Apresentamos as nossas diversidades de povos, de territórios, de conhecimentos, mas também tivemos o espaço de diálogo com o governo”, enfatizou. “É a retomada da democracia”, completou Débora Rodrigues.
Manifesto
A cerimônia de encerramento teve a leitura do Manifesto da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que enfatiza a importância da comida saudável, produzida em harmonia com a natureza e respeitando as diversas culturas alimentares.
O texto critica as práticas hegemônicas que contribuem para desigualdades, racismo estrutural e impactos ambientais negativos. Aponta os efeitos da crise econômica, de medidas neoliberais e da pandemia na intensificação do desemprego e da fome.
O documento defende a implementação e o fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, com ênfase na inclusão de grupos vulneráveis e na promoção da agroecologia. E conclui com um chamado à solidariedade internacional e à construção de um futuro baseado na democracia, justiça e igualdade, destacando a luta contra o racismo estrutural e a busca por terras indígenas e territórios regularizados.
Assessoria de Comunicação – MDS