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Marcha das Mulheres Indígenas
Governo Federal promove roda de diálogo em prol da construção da Política Nacional de Cuidados
Para ouvir e entender as demandas e os anseios das mulheres indígenas, a fim de acrescentar ao processo de construção da Política Nacional de Cuidados, os ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e das Mulheres promoveram nesta segunda-feira (11.09), em Brasília, uma Roda de Escuta e Diálogo sobre as Políticas Públicas de Cuidados para as Mulheres Indígenas.
O encontro reuniu cerca de 30 lideranças indígenas durante a III Marcha das Mulheres Indígenas. A iniciativa faz parte de um plano nacional de mobilização social. "O Brasil conta com mais de 200 etnias. Existe uma diversidade de vivência e de território. Cada território configura um tipo específico de cuidados e de cultura também”, ponderou a diretora substituta da Secretaria Nacional de Cuidados e Família do MDS, Carolina Tokarski. “Esperamos que o estado brasileiro construa uma política pública para que a gente possa cuidar de quem cuida e oferecer cuidados de qualidade para quem precisa”, explicou.
Esperamos que o estado brasileiro construa uma política pública para que a gente possa cuidar de quem cuida e oferecer cuidados de qualidade para quem precisa”
Carolina Tokarski, diretora substituta da Secretaria Nacional de Cuidados e Família do MDS
Patrícia Krin Si Pankararé, do território indígena Pankararé, do município de Glória, norte da Bahia, passou 34 horas em viagem até chegar à capital federal. Coordenadora-geral do movimento indígena do estado, ela lidera na marcha um grupo de cinco delegações de indígenas da Bahia. "Para ser liderança, eu escutei muito para, ao falar, conseguir alterar o silêncio. Gosto de ouvir, mas também de colocar em prática. O papel do Governo Federal é justamente trazer uma política de qualidade, uma política afirmativa para os territórios indígenas", frisou.
Segundo Rosenilda Rodrigues de Freitas Luciano, do povo sateré-mawé (AM) e chefe de gabinete da Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas no Ministério dos Povos Indígenas, sentar e ouvir as lideranças femininas de diversos biomas mostra como a cultura indígena é vasta, mas com problemas semelhantes.
"A Marcha das Mulheres Indígenas é um grande ato social. Os diferentes povos trazem as reivindicações, e há quem escute. Além de ouvir os anseios das mulheres, o Governo Federal passa a ter uma visão ampla das políticas públicas em diferentes áreas, como saúde, educação e bioeconomia", explicou Rosenilda.
Durante a conversa, as lideranças apresentaram reivindicações, como uma economia inserida na biodiversidade indígena, a implantação de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) indígenas, uma política de direito aos documentos, direito aos benefícios sociais e à assistência médica de qualidade.
"Precisamos que se construam grupos de trabalho, e que realmente possamos fazer as políticas públicas chegarem aos territórios indígenas. Fazer crescer a economia dentro das comunidades para tirar as pessoas da vulnerabilidade, aumentar a segurança para as mulheres, para a juventude, e retirar as drogas de dentro das aldeias", detalhou Patrícia Krin Si Pankararé.
Os cuidados são as atividades realizadas para o sustento da vida e o bem-estar das pessoas. As políticas integrais de cuidado fazem parte dos sistemas de proteção social universais e inclusivos, que estão na base do bem-estar social.
A Marcha
A Marcha das Mulheres Indígenas segue até a próxima quarta-feira (13). A programação inclui debates, lançamento de livros, grupos de trabalho e apresentações culturais. O encontro é promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e as Mulheres Biomas do Brasil.
Nesta edição, o evento celebra o tema "Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade através das raízes ancestrais". A missão é conectar e reconectar a potencialidade das vozes das ancestralidades que são as sementes da terra, fortalecer a atuação das mulheres indígenas, debater os desafios e propor novos diálogos de incidência na política indígena do Brasil.
Assessoria de Comunicação - MDS