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Especialistas debatem os impactos da educação e do ambiente na primeira infância
Brasília – O contexto dos primeiros anos de vida de uma criança influencia suas capacidades em longo prazo. Esse foi o tema abordado durante o primeiro painel do Seminário Internacional da Primeira Infância – O Melhor Investimento para Desenvolver uma Nação, na manhã desta terça-feira (12). O assessor de Economia do Departamento Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Norbert Schady, e a diretora da Fundação Bernard Van Leer, Cecilia Vaca Jones, falaram sobre as consequências das interações vividas pela criança em diversos momentos – na cidade, em casa e nos centros de educação infantil.
Em sua apresentação, Schady destacou a importância de monitorar e mensurar o desempenho da educação infantil. De acordo com ele, as instituições devem atentar para a qualidade da relação da criança com professores e cuidadores, não somente a qualidade estrutural do espaço em que está inserida. “Precisamos nos questionar se os centros pré-escolares estão realmente melhorando a educação das crianças e devemos assegurar a qualidade processual dessas instituições”, pontuou. Apesar do avanço em áreas como saneamento, ele alegou que os países da América Latina ainda estão caminhando no tocante ao desenvolvimento de políticas para a primeira infância.
Norbert Schady mostrou evidências científicas sobre o impacto de visitas domiciliares especializadas nos primeiros anos de vida e elogiou o Programa Criança Feliz. Um dos projetos citados por ele foi aplicado na Jamaica, na década de 1980, quando o trabalho acompanhou dois grupos de crianças – as que recebiam visitas de agentes de saúde e as que não recebiam. “Os resultados apontaram que as que receberam as visitas tinham QI mais alto, melhores resultados em matemática, menos depressão e menos participação em atividades criminais e salários mais altos”, detalhou.
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Qualidade de vida - A diretora da Fundação Bernard Van Leer, Cecilia Vaca Jones, defendeu que a garantia de qualidade de vida deve começar antes da criança nascer, envolvendo tanto a sua nutrição quanto o ambiente em que ela vive: “Cerca de 70% da população da América Latina estão na zona urbana. Isso significa que devemos assegurar que a cidade seja um lugar que promova a interação corretamente”, alegou. Cecilia argumentou que os cidadãos tenham representantes e lideranças que invistam em políticas públicas voltadas para o público mais novo.
A especialista em desenvolvimento infantil elencou iniciativas de simples aplicação. Um exemplo envolveu a contratação de pessoas em um município da Colômbia para contar histórias às crianças ao ar livre e, assim, ocupar os espaços públicos. Em outra localidade, devido ao problema com o trânsito, o prefeito está ensinando as crianças a andar de bicicleta – a ideia é convencê-las de que a prática esportiva é melhor do que o transporte automotivo para que, no futuro, a qualidade do tráfego melhore e, consequentemente, do ar que as pessoas respiram. “Temos vários desafios de acessibilidade e adaptação, de acordo com o país no qual estamos trabalhando e a região. O que nós precisamos focar é na força de trabalho”, ressaltou.
O painel teve moderação da assessora do China Development Researcher Foundation e assessora sênior em Desenvolvimento Infantil do Center on the Developing Child da Universidade de Harvard, Mary Young.
*Por Renata Garcia
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