Notícias
G20
Enfrentamento conjunto à fome e às mudanças climáticas será debatido por especialistas no Museu do Amanhã
Foto: Alexandre Macieira | Riotur
A união dos esforços para o combate à fome, à pobreza e à crise climática é o tema de mesa redonda organizada pelo Governo Federal, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS) e o Instituto Ibirapitanga, no dia (5.09), das 16h30 às 18h30, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro. O evento “Perspectivas de ação climática para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza” vai reunir representantes do Governo Federal, sociedade civil, entidades filantrópicas, academia e instituições financeiras para discutir as formas de potencializar as ações conjuntas de enfrentamento a esses desafios.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma iniciativa do governo brasileiro na presidência do G20. De acordo com dados da FAO (2024), entre 713 milhões e 757 milhões de pessoas sofreram com a fome em 2023. A pobreza extrema, segundo o Banco Mundial (2024), afeta cerca de 9% da população global. O agravamento das mudanças climáticas, com o aumento da frequência de eventos extremos, atinge diretamente as populações mais vulneráveis, intensificando a desigualdade. Os participantes do encontro vão debater como a ação climática e os esforços para uma transição energética justa podem colaborar para o alcance dos ODS 1 (Erradicação da Pobreza) e ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e integrar o mecanismo da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
O público interessado em acompanhar presencial e virtualmente pode se inscrever aqui.
Entre os participantes da mesa redonda, estarão a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal; a secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni; o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago; o coordenador-geral de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério das Relações Exteriores e co-coordenador da Força-Tarefa do G20 para a criação da Aliança Global, Saulo Ceolin; a diretora executiva do iCS, Maria Netto; e o diretor-presidente do Instituto Ibirapitanga, Andre Degenszajn.
O primeiro painel – “Como potencializar o enfrentamento conjunto das mudanças climáticas, da fome e da pobreza?” – vai discutir o cenário da crise climática e a segurança alimentar e nutricional, além de indicar os possíveis caminhos conjuntos. No segundo painel, o financiamento para implementação e viabilização de iniciativas será tema dos debates. Os participantes vão abordar como instrumentos de financiamento para o clima vinculados a sistemas de proteção social adaptativos podem promover resiliência e adaptação às mudanças climáticas. Esses instrumentos têm o potencial de proporcionar respostas mais rápidas e previsíveis.
A secretária de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, apontou que os impactos das mudanças climáticas têm atingido de forma considerável o sistema alimentar desde a produção até o consumo, passando pela armazenagem e distribuição de alimentos. “Nesse contexto, lamentavelmente, os mais afetados são aqueles que já sofrem com a fome e com a insegurança alimentar, que são as pessoas vulnerabilizadas do ponto de vista social e nutricional. As pesquisas têm apontado que os lugares onde os impactos das mudanças climáticas são mais fortes são também onde o índice de insegurança alimentar é maior. É preciso combinar ações que levem em consideração esses dois cenários, para que as respostas cheguem primeiro, e com a devida urgência, para quem mais precisa”, ressaltou.
Para a secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni, não há como combater a pobreza e a fome sem enfrentar as causas e impactos do aquecimento do planeta. “A mudança do clima é um enorme acelerador de desigualdades e compromete seriamente a segurança alimentar a nível global, atingindo sobretudo as camadas mais pobres da população”, disse.
Maria Netto, diretora executiva do iCS destacou a importância do debate: “A integração dos esforços para o enfrentamento da crise climática, da miséria e da fome é uma oportunidade para o mundo acelerar soluções práticas que impactem positivamente a vida das populações e a saúde do planeta. E garantir o financiamento para a implantação das iniciativas é uma das nossas maiores urgências”.
“Os sistemas alimentares estão no centro das transformações necessárias ao enfrentamento da crise climática – e o Brasil desempenha um papel crucial nisso. No entanto, é necessário que o financiamento para essa transformação considere, para além dos seus efeitos climáticos, os impactos na saúde das pessoas e na preservação das culturas alimentares”, ressaltou Andre Degenszajn, diretor-presidente do Instituto Ibirapitanga.
Iniciativas reforçam resiliência e geram renda
Como a perda de biodiversidade e os efeitos adversos das mudanças climáticas estão entre os principais fatores que comprometem os avanços na luta contra a fome global, iniciativas integradas são fundamentais. Desta forma, a Aliança contra a Fome e a Pobreza também pode ser um instrumento para acelerar a adaptação e a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), uma vez que políticas testadas e eficazes de combate à fome e à pobreza têm o potencial de trazer resultados significativos no enfrentamento da crise climática.
A adaptação às mudanças climáticas envolve o desenvolvimento de estratégias que permitam às comunidades vulneráveis se ajustarem às condições climáticas em transformação. Muitas dessas estratégias reforçam a capacidade de resiliência, geram renda e oportunidades, combatendo a fome e a pobreza.
Entre as iniciativas interligadas estão a adoção de práticas agrícolas resilientes, o desenvolvimento de infraestruturas que resistam a eventos climáticos extremos e a implementação de políticas de proteção social que reduzam a vulnerabilidade dos mais pobres. Um exemplo de boa prática com esse perfil é o Programa 1 Milhão de Cisternas, de iniciativa da Articulação do Semiárido (ASA) e encampado como política pública. Desde o início do programa, mais de 1,3 milhão de cisternas foram construídas em nove estados do Nordeste e no Norte de Minas Gerais, e mais de cinco milhões de pessoas foram beneficiadas diretamente pelo acesso à água de qualidade, melhorando significativamente suas condições de vida e reduzindo a vulnerabilidade à seca.
Além da adaptação, a mitigação das mudanças climáticas, por meio da redução das emissões de GEE e da preservação de ecossistemas críticos, é crucial. A promoção de práticas agrícolas sustentáveis, como os sistemas agroflorestais e a redução do desmatamento, pode não só reduzir as emissões, mas também aumentar a resiliência das comunidades rurais à variabilidade climática, gerando oportunidades de renda e emprego. Iniciativas como o CRA Sustentável, da ONG Taboa, no Sul da Bahia evidenciaram que o acesso justo ao crédito para implantação de sistemas agroflorestais com cacau beneficiaram sobretudo mulheres e jovens, resultando em um aumento médio da renda das famílias acima dos 58%.
Quinta Conferência Global de Sinergias entre o Combate à Mudança Climática e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A mesa redonda é um evento paralelo à Quinta Conferência Global de Sinergias entre o Combate à Mudança Climática e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, encontro da ONU, que será realizada também no Museu do Amanhã, em 5 e 6 de setembro. Participam, entre outros, representantes dos Estados-membros da ONU, das agências da entidade, da sociedade civil e do setor privado, para avaliar os progressos de recomendações de conferências anteriores.
Serviço
Clique aqui para se credenciar para a cobertura presencial ou on-line
> Perspectivas de ação climática para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Data: 05/09/2024
Horário: das 16h30 às 18h30
Local: Museu do Amanhã - Píer Mauá - Rio de Janeiro
Mesa 1:
Como potencializar o enfrentamento conjunto das mudanças climáticas, da fome e da pobreza?
>> Debater o cenário da crise climática e a segurança alimentar e nutricional e indicar possíveis caminhos que atuam conjuntamente no ganho de resiliência climática, adaptação, mitigação e combate à fome e à pobreza.
Mesa 2:
Como atrair os Fundos Verdes para o combate à fome e à pobreza? Quais os meios de implementação e de viabilização financeira dessas iniciativas?
>> Discutir instrumentos, caminhos e soluções financeiras
Participantes:
-
Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Lilian Rahal
-
Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni
-
Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago
-
Coordenador-geral de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério das Relações Exteriores e co-coordenador da Força-Tarefa do G20 para a criação da Aliança Global, Saulo Ceolin
-
Diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello
-
Presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine
-
Diretora executiva do iCS, Maria Netto
-
Diretor-presidente do Instituto Ibirapitanga e membro da Global Alliance for the Future of Food, Andre Degenszajn
-
Diretor de Engajamento Global, Parcerias e Mobilização de Recursos do International Fund for Agricultural Development, Ron Hartman (virtual)
-
Professor titular da Cátedra Josué de Castro da Faculdade de Saúde Pública da USP, Ricardo Abramovay
* Programação sujeita a alterações
Mais informações:
Avenida Comunicação
Marita Boos - marita.boos@avenidacom.com.br (iCS)
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
imprensa@mds.gov.br