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Em São Paulo, Lilian Rahal defende integração de políticas na luta contra a fome
A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, defendeu, nesta terça-feira (06.08) em São Paulo, um esforço contínuo, conjunto e integrado no enfrentamento à fome e um olhar atento aos mais vulneráveis. As afirmações foram feitas durante seminário promovido pelo Sesc e pela Global FoodBanking Network (GFN), que reuniu especialistas, pesquisadores e representantes do poder público para discutir estratégias e ações para combater a insegurança alimentar no Brasil.
"A fome é um fenômeno muito urbano, que atinge muito mais mulheres, muito mais mulheres negras, e muito mais mulheres negras com crianças pequenas. E quanto mais crianças dentro da residência maior da situação de fome ou de insegurança alimentar. E são essas famílias que são nossa prioridade. As famílias mais pobres precisam ter acesso a alimentos, e alimentos de qualidade", enfatizou Rahal.
No fim de julho, dados extraídos do relatório SOFI 2024, que atualiza o Mapa da Fome no mundo, mostraram avanços na luta contra a fome. Em 2023, no Brasil, a insegurança alimentar severa caiu 85%. Em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população
Ao longo do evento, a secretária elencou diversas medidas no governo abrangentes, que vão da produção ao consumo de alimentos, que contribuem para o combate à fome. Entre elas, estão:
Para enfrentar esses desafios, o governo implementa diversas políticas abrangentes que visam desde a produção até o consumo de alimentos, como:
- Produção de Alimentos: implementação de políticas de assistência técnica, crédito e garantia de preços para agricultores, além de programas de inclusão produtiva e agroecologia.
- Acesso a Alimentos: reestruturação do Bolsa Família, que agora considera a composição familiar para determinar o valor do benefício, garantindo maior apoio a famílias com crianças pequenas.
- Alimentação Escolar: reajuste do Programa Nacional de Alimentação Escolar, beneficiando mais de 40 milhões de crianças que dependem das refeições oferecidas nas escolas.
- Equipamentos Públicos de Alimentação: retomada e expansão de programas como restaurantes populares e cozinhas comunitárias, com destaque para a nova iniciativa das Cozinhas Solidárias, que atende áreas periféricas onde o acesso a alimentos é mais difícil.
- Educação Alimentar e Nutricional: promoção de guias alimentares e políticas de educação nutricional, além da reformulação da cesta básica, composta essencialmente por alimentos in natura e minimamente processados.
- Doação de Alimentos: lançamento de editais de apoio à organização de bancos de alimentos em centrais de abastecimento, fortalecendo a rede de distribuição de alimentos excedentes para populações vulneráveis
Outro ponto destacado no seminário foi o Plano Brasil Sem Fome, estratégia que concentra 80 ações e programas de 24 ministérios. A iniciativa é organizada em três eixos: acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania; alimentação adequada e saudável, promoção ao consumo e mobilização para erradicar a fome.
Lilian Rahal enfatizou a importância de um esforço contínuo e coordenado para enfrentar a insegurança alimentar. Através de uma combinação de políticas públicas robustas e parcerias estratégicas, o governo busca criar um sistema sustentável de segurança alimentar que beneficie todas as famílias brasileiras, especialmente as mais vulneráveis.
Seminário
O evento também contou com o lançamento do Atlas Global de Políticas de Doação de Alimentos [linkar https://atlas.foodbanking.org/country-research/], elaborado pela Food Law and Policy Clinic da Harvard Law School, em parceria com a GFN e o Sesc.A iniciativa analisa leis e políticas globais que impactam a doação de alimentos, oferecendo recomendações para fortalecer estruturas e promover o reaproveitamento de alimentos.
Além de Lilian Rahal, participaram do painel "Ações do Governo e da Sociedade Civil com o Propósito de Combater a Fome e o Desperdício de Alimentos", Lisa Moon, presidente e CEO da GFN, e Mirela Sandrini, diretora do WRI Brasil. Maria Siqueira, cofundadora do Pacto Contra a Fome, mediou o debate.
Assessoria de Comunicação - MDS