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Primeira Infância
Para especialista, visitação é um dos elos essenciais do programa Criança Feliz, do Governo Federal
Foto: Ronaldo Caldas/Min. Cidadania
A importância da visita domiciliar para o Programa Criança Feliz foi o tema do bate-papo ao vivo realizado nesta quarta-feira (30.09) nas redes sociais do Ministério da Cidadania. Durante a conversa, a secretária nacional de Atenção à Primeira Infância, Luciana Siqueira, e a professora doutora Maria Beatriz Martins, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ressaltaram como os visitadores podem auxiliar na promoção da parentalidade e do desenvolvimento infantil.
"Os nossos visitadores vão até a casa das famílias com sugestão de atividades que envolvem o brincar, mas que vão trabalhar áreas específicas do desenvolvimento infantil para potencializar as habilidades das crianças, e vão também trabalhar o fortalecimento da parentalidade, fazendo com que o cuidador compreenda a importância do cuidado e do brincar", explicou Luciana.
O Criança Feliz é o maior programa do mundo de visitação familiar para a primeira infância, e neste ano superou a marca de um milhão de atendidos em todo o país. O público prioritário é composto por gestantes e crianças de zero a três anos, ou de até seis anos de idade, quando beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Entrar na casa é ter uma relação próxima. Do ponto de vista da efetividade, ela é muito importante porque você vai olhar também o contexto"
Maria Beatriz Martins, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
"A visitação é uma das estratégias mais eficazes para promoção do desenvolvimento infantil e da parentalidade. Por isso foi escolhida como a estratégia de intervenção do Programa Criança Feliz", ressaltou a secretária nacional, lembrando que, mesmo com adaptações necessárias devido à pandemia de Covid-19, como o uso de vídeos, ligações e mensagens, as famílias não ficaram sem assistência. Apenas entre março e agosto deste ano, foram realizadas seis milhões de visitas.
A professora Maria Beatriz também destacou a efetividade desses encontros. "A visita domiciliar vai para o ambiente mais próximo possível da relação desse cuidador, que vai exercer a parentalidade, com essa criança, que precisa ter a promoção do seu desenvolvimento", ponderou. "Entrar na casa é ter uma relação próxima. Do ponto de vista da efetividade, ela é muito importante porque você vai olhar também o contexto", acrescentou.
Maria Beatriz comentou ainda qual deve ser a postura do visitador. "Ele precisa ter disponibilidade e motivação para mudar, ensinar, ajudar, dividir, compartilhar", orientou. "Se eu vou para uma visita, tenho que entender que vou fazer a diferença lá. O mediador precisa ter significado, uma escuta empática e aproveitar os recursos", comentou, reforçando também a importância do estudo e da preparação, e dando dicas de como usar os materiais disponíveis na casa para realizar as brincadeiras.
"O Criança Feliz tem dois alicerces muito importantes que sustentam a visitação domiciliar, que é trabalhar com a questão da parentalidade positiva, responsiva, com sincronia, com oportunidade de diminuir violência e práticas negativas para o cuidado dessa criança, e o outro alicerce é o desenvolvimento infantil", afirmou a especialista, lembrando que os cuidadores não podem se tornar dependentes dos visitadores para a continuidade do trabalho.
"O visitador não pode fazer no lugar do cuidador porque isso não dá autonomia, não deixa a continuidade do processo ocorrer independentemente da sua presença", alertou. "O cuidador precisa assimilar porque aí vai fazer independente do visitador. Esse é o grande sucesso", ponderou Maria Beatriz.
Confira o bate-papo na íntegra:
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania