Diminui desigualdade regional da segurança alimentar no Brasil

Avanços no Norte e Nordeste foram maiores que nas demais regiões, indica Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) divulgada pelo IBGE

Publicado em 26/04/2024 15h14 Atualizado em 21/05/2024 20h25

Foto: Lyon Santos/ MDS

Houve redução na desigualdade da segurança alimentar nas diferentes regiões do Brasil, com maiores avanços no Norte e no Nordeste. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), divulgada na última quinta-feira (25.04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em comparação com dados de 2018, os avanços na segurança alimentar das regiões Norte e Nordeste foram maiores que nas demais regiões. A proporção de domicílios em situação de segurança alimentar aumentou, respectivamente, em 17,3 e 11,5 pontos percentuais (p.p). Já nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os incrementos foram de 4,1 pp; 8,2 pp. e 10,9 pp, na ordem.

Para a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, embora haja uma assimetria entre as regiões, aquelas com maior insegurança alimentar tiveram maior evolução nos últimos anos. “Ainda vemos que a fome é expressão de desigualdade. Há prevalência maior no Norte e Nordeste, mas nessas regiões também houve uma evolução grande, onde o salto para a segurança alimentar foi o mais expressivo”, contou.

Insegurança alimentar diminui

As reduções do percentual de domicílios em situação de insegurança grave no Norte, Centro-Oeste e Nordeste foram de 2,5 p.p; 1,1 pp; e 0,9 pp, respectivamente, em relação a 2018. O Sul apresentou queda de 0,2 p.p. e o Sudeste se manteve estável nesse mesmo período.

Além disso, alguns estados com altos patamares de insegurança alimentar grave estão entre os que tiveram maior redução desse indicador entre 2018 e 2023. O Maranhão, por exemplo, embora registre 8,1% de domicílios nessa situação em 2023, teve uma redução de 4,2 p.p. na insegurança grave em comparação com 2018. O Amazonas, com 9,1% de domicílios em situação de fome em 2023, teve diminuição de 5,1 p.p. em relação a 2018.

A discrepância entre o pior e o melhor índice de insegurança grave também diminuiu. Era de 12,2 p.p. em 2018 entre o Amazonas (14,2%) e Santa Catarina (2%). Em 2023, essa diferença caiu para 8 p.p. entre o Pará (9,5%) e Santa Catarina (1,5%).

Segurança alimentar cresce

Outro ponto de destaque da pesquisa é que, em 2023, todos os estados brasileiros estavam com mais da metade de seus domicílios em situação de segurança alimentar. No Sul, 83,4% da população teve acesso aos alimentos em quantidade e qualidade suficiente, no Sudeste, 77%; no Centro-Oeste, 75,7%; no Nordeste 61,2% e; no Norte, 60,3%.

O estudo também indicou que 24,4 milhões de brasileiros saíram da situação de fome no país e evidenciou como políticas públicas associadas a um cenário macroeconômico favorável trouxeram essas conquistas.