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Delegações de Senegal e Cabo Verde visitam CRAS para ver de perto o funcionamento do Cadastro Único
Representantes de Senegal e Cabo Verde visitaram, nesta terça-feira (16.04), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de São Sebastião, no Distrito Federal. As delegações conheceram de perto como funciona o atendimento às famílias e indivíduos, bem como sua inclusão no Cadastro Único, que dá acesso aos programas sociais do Governo Federal.
Além de conhecerem as instalações do CRAS, as comitivas receberam um modelo do formulário preenchido pela equipe ao inserir uma família no Cadastro Único ou atualizar o registro existente. A ideia é que as experiências brasileiras sirvam de modelo a esses países para fortalecer os sistemas nacionais semelhantes. Os representantes de Senegal e Cabo Verde também se informaram sobre formas de comunicação com os usuários, o encaminhamento a outras unidades de serviços públicos e as normas de gestão de dados.
Nessa viagem, conhecemos como é feito o contato com as famílias no CRAS, como são recolhidas as informações do Cadastro Único. É um trabalho excelente"
Esmael Cardoso, coordenador nacional do CSU em Cabo Verde
O diretor do Departamento de Proteção Social Básica da Secretaria Nacional de Assistência Social do MDS, Elias Oliveira, detalhou a dimensão do Cadastro Único e a relevância deste instrumento nas políticas sociais brasileiras. “A educação e a saúde acessam o Cadastro Único, a agricultura familiar acessa para identificar as famílias que serão beneficiadas com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, exemplificou. “São 38 benefícios de diversas áreas do governo que estão vinculados ao Cadastro Único”, completou.
Cabo Verde conta com o Cadastro Social Único (CSU), um instrumento descentralizado de registro e classificação da situação socioeconômica de indivíduos e domicílios. Ele é operacionalizado em nível municipal e gerido por uma coordenação no Ministério da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social do país (MFIDS).
O Senegal estabeleceu em 2015 o Registro Nacional Único (RNU) e o institucionalizou como base unificada para levar programas sociais a famílias vulneráveis em 2021. Agora, o país quer avançar em novos desafios, como política de segurança, interoperabilidade de sistemas, aumento da cobertura a grupos vulneráveis e atualização de dados.
Para o diretor do RNU, Ousseynou Diop, a experiência descentralizada do Sistema Único de Assistência Social brasileiro é um exemplo a ser seguido. “O Senegal não tem, até o momento, dispositivos descentralizados para dar apoio às famílias. Esta visita vai nos inspirar a implementar instituições até o nível municipal, a partir do modelo do CRAS, que concentra, em um único lugar, atores com perfis que se complementam”, disse.
Segundo Diop, o CRAS possibilita um atendimento integrado, que responde melhor às necessidades das famílias vulneráveis. “Quando você chega em uma família pobre, ela tem várias privações e não um único problema. O modelo de CRAS, na nossa visão, permite trabalhar de forma eficiente e integrada, para trazer uma resposta de forma holística para as necessidades das famílias vulneráveis”, afirmou.
A viagem de estudos das delegações de Cabo Verde e Senegal foi custeada com recursos do Banco Mundial e vai até a próxima sexta-feira (19.04). A programação também conta com reuniões, seminário, visitas à Caixa Econômica Federal e Dataprev, além de um grupo de trabalho bilateral entre os dois países visitantes.
Assessoria de Comunicação - MDS