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Primeira Infância
Criança Feliz é porta de entrada para outros serviços socioassistenciais no arquipélago de Marajó (PA)
Levar os atendimentos do Programa Criança Feliz e outros serviços sociais para as áreas rurais e ribeirinhas no arquipélago de Marajó (PA) é um desafio logístico e social. A região tem áreas só alcançadas de barco em trajetos de até 12 horas. Há denúncias de exploração sexual nas margens dos rios e as oportunidades de emprego não chegam para todos.
Em função da extensão do território, as equipes locais que trabalham diretamente com as famílias em vulnerabilidade se locomovem nos rios muitas vezes com a presença extra de segurança, em função da possibilidade de ataques de piratas.
O Criança Feliz faz com que a família se sinta prestigiada ao ter alguém que vai a sua casa dedicar tempo com orientações e atividades cognitivas e lúdicas”
Luciana Siqueira, secretária nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania
Para compartilhar as práticas que garantem o suporte às famílias em condição de vulnerabilidade na região, a secretária nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania, Luciana Siqueira, participou do Seminário Regional de Marajó, Diálogos Construtivos para a Primeira Infância da Amazônia Paraense . Os debates ocorreram quarta (10/11) e quinta-feira (11/11) no município de Breves (PA) e reuniram gestores de 16 municípios.
“Temos uma grande diversidade no Brasil. O Marajó conta com uma realidade peculiar comparada ao restante do país. Por isso é necessário entender as necessidades desse povo para que a política pública na área social seja efetiva”, explicou a secretária Luciana.
O Criança Feliz, desenvolvido pelo Ministério da Cidadania, está presente em todos os 16 municípios do arquipélago de Marajó – considerado o maior do mundo. O município de Breves é uma das pontas do conjunto de ilhas. A cidade fica a 220km de Belém. Às margens do rio Parauaú, o acesso é feito por barco ou aviões de pequeno porte. A região de cerca de 100 mil habitantes conta com 50% da população ribeirinha ou do meio rural e alto índice de população na condição de pobreza ou extrema pobreza.
» Confira galeria de fotos da visita à cidade de Breves
O trabalho de atravessar pontes, desbravar palafitas, caminhar no meio da lama e percorrer longos caminhos de barco para prestar atendimento é realizado por 18 visitadores, sob a supervisão de dois profissionais. Eles garantem o acompanhamento às 400 famílias atendidas pelo Criança Feliz, que também recebem o Auxílio Brasil, novo programa social do Governo Federal.
“O Criança Feliz faz com que a família se sinta prestigiada ao ter alguém que vai a sua casa dedicar tempo com orientações e atividades lúdicas”, disse Luciana Siqueira. Segundo ela, o Criança Feliz tem papel estratégico e representa o olhar do Estado na casa dessas famílias.
Mais de 50 milhões de visitas
O Criança Feliz celebrou em outubro cinco anos de atuação. No período, a iniciativa executada pelo Ministério da Cidadania atendeu mais de 1,2 milhão de famílias, ultrapassou 50 milhões de visitas em todo o território brasileiro e teve reconhecimento internacional como um dos principais programas de visitação domiciliar do mundo.
Desde janeiro de 2019, o Governo Federal intensificou os investimentos no Criança Feliz. Houve aumento no repasse de recursos financeiros aos estados e municípios, com investimento total de R$ 861 milhões entre 2019 e 2021. No período, mais de 230 mil gestantes e um milhão de crianças foram atendidas, com 42 milhões de visitas realizadas.
Foto: Matheus Bacelar/ Min. Cidadania |
Infâncias marajoaras
O seminário pretendeu fortalecer a gestão municipal do programa e debater ações para melhorar a qualidade do atendimento às famílias. A abertura contou com a presença do prefeito do município, Xarão Leão, e de profissionais ligados à assistência social.
Costumamos dizer que temos vários Parás dentro do estado. A região de Marajó é diferente da região do entorno da capital, que é diferente da região do Carajás, que é diferente da região do Caetés. Temos várias infâncias nos municípios de Marajó”
Riane Reis, assistente social e coordenadora estadual de Proteção Social Básica do Pará
“Costumamos dizer que temos vários Parás dentro do estado. A região de Marajó é diferente da região do entorno da capital, que é diferente da região do Carajás, que é diferente da região do Caetés. Temos várias infâncias nos municípios de Marajó”, disse a assistente social e coordenadora estadual de Proteção Social Básica do Pará, Riane Reis.
Ela destaca que o Criança Feliz consegue se inserir, conhecer as famílias em profundidade e proporcionar uma política pública integrada. “O Criança Feliz no Pará traz uma capilaridade importante para o Sistema Único de Assistência Social e para os municípios. Os visitadores são peças fundamentais no processo. Conseguem chegar a lugares em que as políticas públicas sempre tiveram dificuldade de chegar”, explicou.
Segundo a secretária Luciana, o Criança Feliz garante uma lista de atividades para que as crianças desenvolvam habilidade cognitivas e motoras. As visitas também permitem levar à família o conhecimento de outras possibilidades de suporte da rede socioassistencial.
“Muitas famílias apresentam diferentes vulnerabilidades que nunca foram vistas pelo poder público. O visitador consegue enxergar isso e perceber que aquela família precisa de um encaminhamento, uma articulação que pode ser com a saúde, com a educação. Tudo isso é feito a partir do Criança Feliz”, finalizou.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania