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Dia Internacional dos Migrantes
Conheça a história de jovem venezuelano no Brasil que atua na regularização migratória de outras pessoas
Foto: OIM
No Dia Internacional dos Migrantes, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) registra a marca de mais de 18 mil pessoas interiorizadas para 472 municípios do país em 2024, pela Operação Acolhida, resposta do governo brasileiro para o fluxo migratório na fronteira norte e que envolve diversos parceiros. No ano, foram 24 mil pessoas acolhidas nos abrigos federais em Roraima.
São milhares de histórias de pessoas que escolheram o Brasil para recomeçarem a vida. Um exemplo é a da família do venezuelano Marco. Com apenas 14 anos, ele e a mãe Mercedes chegaram ao país em 2017. Na lembrança está a memória da travessia para a primeira cidade que divide o território brasileiro com a Venezuela, o município de Pacaraima (RR).
Vindos da cidade de Valencia, mãe e filho enfrentaram uma viagem incerta de três dias, mas também plena de determinação até chegarem à capital roraimense, Boa Vista. Os primeiros anos foram marcados por desafios, a barreira do idioma dificultava a integração e eles moraram na casa de conhecidos enquanto faziam economias.
Mercedes, advogada na Venezuela, começou vendendo bolos pelas praças para sustentar os dois. Marco, retomou os estudos, mas também ajudava nas vendas até conseguir um emprego em um supermercado local, que foi possível graças a ter seus documentos regularizados no Brasil.
Decidido a ajudar outras pessoas refugiadas e migrantes como ele, começou a atuar na área humanitária como voluntário para levar saneamento, água e recursos de higiene para a população em deslocamento. Depois, apoiou na manutenção de contatos entre famílias que vieram para o Brasil e as que ficaram na Venezuela.
Foi nesse caminho que Marco passou a trabalhar na área de documentação da Agência da ONU para as Migrações (OIM). Essa é uma das áreas de atuação da Organização no âmbito da Operação Acolhida. Sua atividade permite apoiar as pessoas que optam pela residência no Brasil, ele dá suporte para a emissão de documentos essenciais no país, como o CPF, carteira de identidade, cartão de Serviço Único de Saúde (SUS) e educação.
A cada atendimento, o sentimento é que o serviço não se limita à burocracia dos registros, mas que transforma vidas. “É um trabalho que eu gosto muito, é uma parte da migração que às vezes a gente não percebe, que é a de saber quão importante é ter documentos para fazer nossas atividades, exercer nossa cidadania. Antes, não tinha esse conhecimento, pois cheguei no Brasil ainda jovem, mas hoje vejo como ter sua situação regularizada muda a vida de quem precisa”, disse Marco, com a voz de quem fala por experiência própria.
Os registros que o jovem venezuelano realiza no seu dia a dia se somam aos mais de 500 mil já realizados pela OIM em Roraima desde 2018, sendo mais de 48 mil apenas em 2024 no município fronteiriço de Pacaraima. Marco, agora já residente permanente no Brasil e formado como técnico em administração, ingressou este ano no curso de Jornalismo na Universidade Federal de Roraima (UFRR) após passar no vestibular.
A unidade de ensino é a mesma em que a mãe sonhava em estudar, e assim como o filho, conseguiu, se tornando universitária no curso de pedagogia. “Acho que eu consegui me superar apesar de certas dificuldades ao longo desse tempo, mesmo sendo uma experiência difícil, tentei ter uma perspectiva diferente, tentei levar de uma maneira que transformasse estar aqui em algo positivo”, afirmou. “O Brasil me deu a chance de recomeçar. Hoje, quero ficar aqui e construir minha vida. É onde me vejo no futuro”, concluiu.
Fonte: OIM
Assessoria de Comunicação - MDS