Notícias
EMPREENDEDORISMO
Com marca própria de artesanato, mulheres do quilombo Mimbó (PI) compartilham experiências durante Fórum de Inclusão Socioeconômica
Foto: Roberta Aline/ MDS
Treze mulheres do quilombo Mimbó, localizado a 160km da capital Teresina, no Piauí, construíram um negócio que se tornou exemplo de emancipação e empreendedorismo por meio da produção de artesanato com marca própria. A partir de retalhos de tecido, elas retratam a cultura local e garantem uma renda digna para as famílias.
A experiência foi compartilhada na tarde desta segunda-feira (06.03), durante o Fórum de Inclusão Socioeconômica, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em Brasília.
A comunidade do quilombo Mimbó é considerada a mais antiga do Piauí, com mais de 200 anos de existência. O projeto de empreendedorismo das 13 mulheres foi desenvolvido pela designer Kalina Rameiro, que identificou as oportunidades da região e transformou a arte cultural em produtos artesanais.
Kalina Rameiro destacou o poder do empreendedorismo como alternativa de inclusão socioeconômica nas diferentes regiões do país. “O empreendedorismo é uma ferramenta poderosa para promover a inclusão e a autonomia das pessoas. O artesanato brasileiro não é hobby, mas sim uma atividade econômica de valor. Artesanato é atividade cultural de um povo e que gera transformação social”, apontou.
O projeto Mimbó Artesanato visa reconhecer e valorizar a cultura local piauiense ao incorporar o artesanato na produção dos produtos. A primeira linha produzida foi voltada para utensílios para casa e pessoais, como jogos de mesa, aventais, ecobags e nécessaires, todos inspirados na cultura do quilombo.
"Quando a Kalina chegou, só havia pano de prato com desenho de uva e morango. São coisas que não existiam na região. Então, ela iniciou um trabalho de reconhecimento do que havia naquela comunidade. Um projeto piloto que traz toda a existência local para dentro do artesanato”, completou o secretário de Estado da Cultura do Piauí, Carlos Anchieta.
No quilombo, as 13 mulheres foram reconhecidas oficialmente como artesãs, podendo ser formalizadas como microempreendedoras. O artesanato garantiu no mínimo o aumento de 20% na renda das famílias.
“Com o fórum, iniciamos o processo que vai culminar naquilo que o ministro Wellington Dias já lançou e que visa a emancipação das famílias. Atualmente, existem duas redes: a Rede de Assistência Social e a Rede da Segurança Alimentar e Nutricional. Agora, estamos estruturando a terceira, a Rede da Inclusão Socioeconômica”, explicou o secretário nacional de Inclusão Socioeconômica do MDS, Luiz Carlos Everton.
O secretário acrescenta que a terceira rede está se constituindo como uma política pública forte para que as pessoas inscritas no CadÚnico tenham uma porta de entrada ao universo do trabalho e do empreendedorismo.
Fórum de Inclusão Socioeconômica
As atividades do Fórum de Inclusão Socioeconômica seguem nesta terça-feira (7), no auditório do bloco A, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O encontro tem como objetivo gerar um conjunto de propostas práticas para execução da política de inclusão socioeconômica nos temas de empreendedorismo, qualificação e intermediação da mão de obra.
O evento conta com a presença de especialistas, gestores públicos e pesquisadores. O fórum é um espaço de diálogo e de compartilhamento de experiências bem-sucedidas nessas áreas e vai identificar possíveis obstáculos para a implementação de políticas de inclusão socioeconômica.
Assessoria de Comunicação - MDS