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Com incentivo do governo federal, comunidades terapêuticas oferecem tratamento a dependentes químicos
Brasília - O jovem Cléber da Silva Júnior, de 29 anos, sofria por problemas familiares e sociais em decorrência do uso de drogas. A partir do momento em que percebeu a necessidade de mudar, encontrou em uma comunidade terapêutica em Ceilândia, no Distrito Federal, um caminho que fez toda a diferença. “Foram 12 anos de sofrimento e, hoje, sou grato a esta casa que me acolheu”, explica. Segundo ele, quem agradece também é a família e seu filho Miguel, de apenas três anos. “A partir de agora, quero uma vida nova para todos nós”, reforça.
Cléber é um dos milhares de dependentes químicos do país que encontrou ajuda gratuita em instituições com vagas financiadas pelo governo federal. Nesta terça-feira (19), o Ministério da Cidadania anuncia uma série de ações para qualificar, reconhecer e fiscalizar o trabalho das comunidades terapêuticas. A pasta assinará contrato com 216 comunidades terapêuticas para ofertar tratamento gratuito em todo o Brasil. Com isso, o número de entidades contratadas chegará a 496. A quantidade de vagas passará de 6.609 mil para 10.883 mil ao custo de R$ 153,7 milhões por ano. As medidas são parte da nova estratégia da Secretaria de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred), visando à proteção da vida e da saúde com foco em prevenção, cuidados, tratamento e reinserção social de pessoas com dependência química.
Uma das comunidades é a Renovando a Vida (RAV), em Ceilândia (DF). Ao longo de 12 anos de atuação, mais de 1,5 mil pessoas aderiram de forma voluntária ao tratamento. De acordo com o diretor-presidente da entidade, Marcello Rodrigues, a busca por ajuda é essencial alcançar bons resultados. “Se a pessoa não quiser o tratamento, não acredito que dará certo”, esclarece.
Hoje, 20 das 40 vagas da RAV são financiadas pelo governo federal. Apoio considerado importante por quem não teria condições financeiras de pagar pelo tratamento, como Jamilson Albuquerque. Aos 36 anos, ele está redescobrindo o encanto da leitura e do convívio familiar. “Eu não vivia mais, eu sobrevivia. Esse acompanhamento tem me devolvido a vida e resgatou em mim o prazer por fazer coisas simples que eu já não dava valor”, conta. Segundo ele, o serviço é oferecido de forma séria e com muito carinho. “Os profissionais são comprometidos com o que fazem, têm experiência. A confiança e a credibilidade que eles passam para todos é muito grande”, atesta.
Reconhecimento - A RAV atua com terapeutas, psicólogos, psiquiatras, agentes de saúde e coordenadores capacitados. O apoio do Ministério da Cidadania, de acordo com Marcello Rodrigues, é fundamental para manter a qualidade do serviço. “Com a ajuda do governo federal, podemos oferecer alimentação de qualidade e contratar mais profissionais para melhorar o trabalho”, complementa. O reconhecimento e a fiscalização também contribuem. “Isso traz respeito a um trabalho que dá resultado e toda a instituição que atua corretamente defende o aumento da fiscalização para que entidades destoantes sejam banidas.”
A presidente da Federação do Centro-Oeste das Comunidades Terapêuticas, Areolenes Nogueira, assegura: “Com o reconhecimento do governo federal, as famílias estão felizes e os dependentes químicos com a esperança de dias melhores”.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, reconhece o trabalho das comunidades terapêuticas. “Elas são decisivas para enfrentar a epidemia das drogas que destrói a nossa juventude, que causa a violência que o país vive e que está se propagando em uma escala gigantesca por falta de políticas adequadas nos governos passados. Agora, estamos vivendo uma nova etapa em que se consolidam programas, destinam-se recursos para as comunidades terapêuticas e os pacientes passam a ficar em um regime de abstinência assistida e voluntária. É um avanço importantíssimo”, certifica.
Ações para fortalecimento – Além de ampliar o volume de comunidades terapêuticas contratadas para proporcionar tratamento gratuito, o Ministério da Cidadania também lançará, nesta terça-feira (19), o Cadastro Nacional para Credenciamento das Comunidades Terapêuticas e um Roteiro de Fiscalização das entidades. Serão anunciadas ainda ações de capacitação para profissionais das comunidades terapêuticas, lançamento do Selo de Qualidade para Cursos Externos de Capacitação, e do curso EaD de Capacitação de Monitores e Profissionais das Comunidades Terapêuticas (Compacta) por meio de parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) para mais de 2 mil profissionais.
*Por Diego Queijo
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