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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Campanha Mãos Solidárias inaugura em Recife mais uma unidade da Cozinha Solidária
Foto: Rebeca Martins/Divulgação
No coração de Recife, a população da comunidade do Papelão, no bairro de São José, recebeu um reforço essencial para combater a insegurança alimentar. A Campanha Mãos Solidárias, vinculada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), inaugurou a 15ª Cozinha Popular Solidária. Equipada para produzir 200 refeições por turno, a unidade pernambucana utilizará alimentos doados pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pela sociedade civil.
No início das operações, a Cozinha Popular Solidária fornecerá refeições duas vezes por semana. A partir de janeiro, o número de refeições aumentará para quatro dias durante a semana. Para garantir as refeições, a Campanha Mãos Solidárias mobiliza voluntários da sociedade civil e moradores da comunidade. Eles coletam doações e se revezam para que o espaço funcione.
Nosso objetivo é apoiar as cozinhas solidárias com alimentos in natura e minimamente processados do PAA, para contribuir com o abastecimento das cozinhas com alimentos saudáveis. Também faremos o repasse financeiro para apoiar o custeio das cozinhas solidárias"
Natalia Tenuta, coordenadora-geral de Equipamentos Públicos do MDS
Paulo Mansan, coordenador da iniciativa, destaca que o diferencial está no trabalho solidário. “Quem faz a comida são as próprias pessoas da comunidade e voluntários articulados pelo Mãos Solidárias. Não há pessoas remuneradas. O novo espaço não apenas representa uma fonte de alimentação para quem vive em situação de vulnerabilidade, mas também simboliza a solidariedade e a organização comunitária”, avaliou.
A ação está alinhada ao Programa Nacional Cozinha Solidária (PNCS), sancionado em julho de 2023, e em fase de regulamentação pelo Governo Federal. O Programa, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reflete o compromisso do governo em lidar de maneira eficaz com a insegurança alimentar, especialmente após o retorno do país ao mapa da fome.
A partir de 2024, quando o PNCS começar a ser executado, as cozinhas solidárias receberão apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), que oferecerá apoio com o fornecimento de alimentos in natura e minimamente processados, e apoio financeiro para custeio em caráter complementar, destinado à custeio de pessoal, manutenção, aquisição e melhorias de estrutura física para adequações higiênico-sanitárias.
Para fortalecer a ação em todo o país, a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS está mapeando cozinhas solidárias em funcionamento. Até o momento, mais de 2.672 cozinhas em todo o Brasil já se cadastraram.
As Cozinhas Solidárias foram oficialmente incorporadas ao rol de Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN), apoiados pelo MDS por meio do Programa Nacional Cozinha Solidária (PNCS), que está em fase de regulamentação.
A coordenadora-geral de Equipamentos Públicos do MDS, Natalia Tenuta, destaca que o ano de 2023 foi dedicado a reorganizar a agenda dos equipamentos de segurança alimentar e nutricional, incluindo as cozinhas solidárias na agenda pública do MDS.
"Já mapeamos 2.672 cozinhas e nossa expectativa é atender o máximo possível dessas experiências no âmbito do Programa. Nosso objetivo é apoiar as cozinhas solidárias com alimentos in natura e minimamente processados do PAA, para contribuir com o abastecimento dessas cozinhas com alimentos saudáveis. Também faremos o repasse financeiro para apoiar o custeio das cozinhas solidárias, contribuindo para o funcionamento e a melhoria de suas estruturas", explicou Natalia.
Outra iniciativa do MDS ao longo de 2023 foi realizar oficinas de escuta e reuniões com diversos setores, além de elaborar normativas complementares ao decreto que regulamentará o programa. A expectativa é de que, com a assinatura prevista para o início de 2024, as Cozinhas Solidárias se tornem um pilar da transformação social, não apenas fornecendo alimentação, mas também promovendo a dignidade e a solidariedade em meio aos desafios enfrentados pela população mais vulnerável.
No último dia 18 de dezembro, o MDS promoveu a “Oficina de Escuta do processo formativo para qualificação do Programa Nacional de Cozinhas Solidárias”, reunindo em formato online as organizações que atuam diretamente nas Cozinhas Solidárias em todo o Brasil. Participaram as seguintes entidades: Instituto Capim Santo (SP), Instituto Gastromotiva (RJ), Nós em Movimento (RJ), Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Também foram apresentados dois projetos de pesquisa com cozinhas solidárias realizados por universidades: o “Panela Aberta”, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e o “Projeto Cozinhas Solidárias como dispositivos para a garantia do DHAA e perspectivas para a consolidação desses equipamentos como política pública”, da Universidade de São Paulo (USP).
Assessoria de Comunicação – MDS