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Brasil participa de webinário da OEA sobre ações no tratamento de adolescentes com transtornos por uso de drogas
A mesa redonda virtual da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD), órgão da Organização dos Estados Americanos (OAE), desta quinta-feira (7.10), serviu para representantes dos Ministérios da Cidadania e da Saúde do Brasil, além de especialistas do México e das Bahamas trocarem experiências em relação ao uso e abuso no consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os adolescentes.
O secretário especial de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro, falou sobre os prejuízos que o consumo de drogas causa na população. “A adolescência é um momento da vida em que as pessoas ficam suscetíveis e vulneráveis ao uso dessas substâncias. Quanto mais precoce for o uso, mais problemas na vida adulta isso pode acarretar, pois o cérebro do adolescente ainda está em formação. Isso pode causar um déficit cognitivo e aumento de risco do aparecimento de quadros psicóticos, como a esquizofrenia”, explicou.
O último Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), realizado em 2012, sobre o consumo de substâncias psicoativas entre os jovens mostrou que o uso de álcool tem início entre os 12 e 14 anos e o uso regular passa a ser de 14 a 17 anos. Em relação ao tabaco, a experimentação acontece com 13 anos e o uso contínuo com 14 anos. Entre as drogas ilícitas, a maconha é a mais utilizada. Você pode ter acesso à publicação aqui.
A nova Política Nacional sobre Drogas, atualizada em 2019, foi apresentada por Quirino Cordeiro como uma mudança no paradigma de combate às drogas no país, com foco na educação e prevenção, promoção da abstinência no tratamento e combate ao tráfico para redução da oferta. A formação de parcerias com sociedade civil, outras pastas e organizações internacionais também foram citados pelo secretário. Ele citou o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), em conjunto com a polícia militar, e parcerias com o PNUD e com a Confederação Brasileira de Futebol.
O Ministério da Cidadania ainda tem programas como o Progredir e o Brasil Mais Empreendedor, parceria e aumento do número de vagas e qualificação de profissionais nas Comunidades Terapêuticas e o trabalho com grupos anônimos, como AA, NA, AL-ANON, NAR-ANOIN, entre outros.
Outra ação importante no Brasil é o reforço na Rede de Atenção psicossocial (RAPS), como explicou o coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Rafael Bernardon. Ele destacou a importância de tratar a saúde mental dos jovens, pois o uso de substâncias psicoativas é um dos principais fatores de suicídio.
O coordenador do Ministério da Saúde ainda lembrou que o Brasil é signatário do compromisso com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir em 10% o consumo nocivo de álcool até 2025. “É importante para nós debater o que o governo brasileiro tem buscado para esse desafio do combate às drogas e também essa troca de informações com outros países”, concluiu Rafael Bernardon.
Intercâmbio
O secretário executivo da Comissão Inter-Americana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD/DEA), Adam Namm, ressaltou a importância do debate, principalmente diante do aumento do consumo de drogas. “Pelo último relatório da Organização das Nações Unidas, meio milhão de pessoas morreram pelo uso de drogas em 2019, e o uso de substâncias tem crescido em 22% desde 2010, em especial entre os jovens. Precisamos de conscientização pública do risco desse aumento, pois tem sido mais rápido nos adolescentes da América Latina e Caribe”, afirmou.
A professora da Faculdade de Estudos Superiores Iztacala, da Universidade Autônoma de Aguascalientes, no México, Dra. Kalina Martínez, e a psicóloga clínica do Centro de Reabilitação Sandilands, das Bahamas, Alexandria Johnson, também apresentaram painéis no webinário.
“Nos estudos que realizamos recentemente, detectamos que a maconha e o álcool são os mais utilizados por aqui, na população masculina jovem. Percebemos que eles têm fácil acesso, como na escola, e que muitos enfrentam desafios psicológicos, como depressão, funcionamento emocional fraco, ansiedade, baixo rendimento escolar”, afirmou Alexandria Johnson.
As representantes do México e das Bahamas pontuaram sobre outros riscos do consumo de drogas lícitas e ilícitas entre adolescentes, como agressões físicas, práticas sexuais de risco, problemas escolares, acidentes automobilísticos, entre outros.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania