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Auxílio Brasil, Auxílio Gás e açaí: a receita cotidiana de Maria Isaete em Belém (PA)
A Vila Bira Barbosa, no Bairro Jurunas, em Belém (PA), é um daqueles muitos pedacinhos de Brasil de ruas estreitas, casas geminadas e simples, vizinhança solidária e todo tipo de comércio informal. Em um carrinho adaptado, por exemplo, um senhor passa de porta em porta trocando cada duas garrafas vazias de vidro que ele vende para reciclagem por um saquinho de algodão doce.
Dos R$ 400 que passei a receber tiro R$ 200 para fazer umas comprinhas para o mês. O resto guardo para comprar lanche deles. Olha, melhorou bastante, viu, tanto na alimentação das crianças quanto na possibilidade de comprar o material escolar, que antes eu não tinha"
Maria Isaete
É ali que a vendedora autônoma e mãe solo Maria Isaete Trindade Cunha, de 34 anos, cria os filhos Breno (13 anos), Bruno (11) e Bárbara (8) num sobrado acanhado que divide com as famílias de outros dois irmãos.
Diante da renda incerta das vendas por comissão de produtos de catálogo de cosméticos, ela equilibra as contas mensais com a ajuda do Auxílio Brasil do Governo Federal Brasileiro. O repasse a que ela tem direito mensalmente saiu de R$ 200 para pouco mais de R$ 400 desde dezembro de 2021.
O Auxílio Brasil é o maior programa de transferência permanente de renda do país. Em abril de 2022, o investimento do Governo Federal via Ministério da Cidadania foi de R$ 7,4 bilhões e contemplou 18,06 milhões de famílias.
Na capital paraense, 158.685 famílias foram atendidas em abril de 2022. O valor repassado ajudou a injetar R$ 64,6 milhões na economia. No estado do Pará, são 1,1 milhão de famílias atendidas e R$ 491 milhões injetados na economia.
"Dos R$ 400 que passei a receber tiro R$ 200 para fazer umas comprinhas para o mês. O resto guardo para comprar lanche deles. Olha, melhorou bastante, viu, tanto na alimentação das crianças quanto na possibilidade de comprar o material escolar, que antes eu não tinha".
Duas garrafas de vidro vazias para reciclagem por um algodão doce: comércio informal. Foto: Gustavo Cunha |
Açaí é essencial
O cotidiano de Maria Isaete é todo em torno dos filhos. Desperta às 6h30 com o celular para ajudar o mais velho dos meninos a tomar o café da manhã (“um Nescauzinho ou um café”) antes de ir para a escola. Por volta das 13h30, acompanha os outros dois na caminhada para o colégio e os busca no fim da tarde. "Minha vida é essa aí", brincou.
Ela procura variar os cardápios com frango, peixes, ovos, salsichas e macarrão, que viram guizados, cozidos e assados, mas há um ingrediente que não pode faltar. "O açaí é o principal. Eles só almoçam e jantam se tiver açaí. A gente põe a farinha que vem de lá do Bujaru (município do interior do Pará), que meu pai e meu irmão mandam. Aqui no Pará o açaí não é aquele fino, é um pirão mesmo, para a gente poder se encher", brincou Maria Isaete.
Para cozinhar as receitas, ela ganhou recentemente o suporte do Auxílio Gás do Governo Federal, que garante o valor equivalente a metade de um botijão de gás a cada dois meses. "Ajuda bastante a garantir a alimentação aqui dentro de casa", resumiu.
O Auxílio Gás contempla atualmente 5,9 milhões de brasileiros, com um investimento federal de R$ 275 milhões. No estado do Pará, são 259 mil famílias contempladas e, em Belém, 17,3 mil famílias.
Para o futuro, Maria Isaete aposta na educação como senha para que seus meninos tenham oportunidades e conquistas. "Olha, o meu sonho, que oro toda noite, é para que eles estudem direitinho para serem alguém na vida, para que tenham a casinha deles própria", disse a autônoma, que também teve suporte federal com repasses de R$ 1.200 durante a pandemia da Covid-19, por meio do Auxílio Emergencial. “Foi essencial naquele período em que ninguém saía de casa”, afirmou.
Assessoria de Comunicação - Ministério da Cidadania