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Após sete anos de interrupção, Cúpula Social do Mercosul retorna e debate a fome na região
Foto: Beth Santos/Prefeitura do Rio
Em julho deste ano, o Brasil assumiu a presidência temporária do Mercosul com o compromisso de retomar a Cúpula Social do bloco de forma presencial. Após sete anos sem encontros presenciais, o fórum social reúne, a partir desta segunda-feira (04.12), cerca de 300 representantes da sociedade civil, incluindo universidades, organizações não governamentais, empresários e sindicatos, além dos governos dos países, até terça-feira (5), no Museu do Amanhã, na capital fluminense.
Durante a cerimônia de abertura do fórum, a ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho, destacou a retomada do Mercosul Social, enfatizando que a integração do bloco é um processo formativo e de construção.
"Temos a responsabilidade de ampliar os espaços de participação em nosso processo de integração regional. Assim, conseguiremos fortalecer o Mercosul e aprofundar as discussões sobre o caráter regional dos desafios comuns enfrentados", afirmou.
Cinco grupos de trabalho vão debater assuntos como o enfrentamento à fome e à pobreza, cidadania e direitos humanos, desenvolvimento e meio ambiente, e fortalecimento da participação social.
O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, falou sobre o desejo de ter o continente mais igual, mais justo, sem miséria e fome. "Marcamos o início da cúpula do Mercosul com a Cúpula Social, uma iniciativa importante. Quanto mais movimento social, mais debate, mais discussões e participação da sociedade civil tivermos, mais qualificaremos a implementação das nossas políticas públicas."
A abertura contou também com a presença das ministras das Mulheres, Cida Gonçalves, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiavelli.
Verônica Ferreira, representante da sociedade civil, falou sobre a necessidade de construir uma agenda democrática. "É um processo de retomada da agenda de participação social do Mercosul, mas precisa ser retomado para avançar. Nós enfrentamos tempos difíceis. Queremos partir do que tínhamos e precisamos avançar e institucionalizar os processos de participação na agenda da política externa do Brasil e do Mercosul", frisou.
Segundo a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Gisela Padovan, a participação social é um elemento chave para ouvir a sociedade civil e receber os insumos necessários para guiar o processo do bloco. "O engajamento da sociedade civil e dos movimentos sociais é essencial para alicerçar as bases de uma integração verdadeiramente democrática. Estamos aqui para escutar", disse.
Para a embaixadora do Paraguai, Helena Felipe, a origem do Mercosul é econômica, mas a participação da sociedade civil é importante para a população dos países. "Precisamos impulsionar os temas das mulheres, da igualdade e dos cuidados, que são fundamentais. Para nós, é muito importante esse diálogo entre governos e sociedade civil, e consideramos que é o fundamento da nossa democracia", completou.
Após os dois dias de debates, os resultados dos encontros serão apresentados aos chefes de Estado na quinta-feira (7), quando será realizado o encontro dos presidentes dos países que compõem o bloco econômico.
Assessoria de Comunicação - MDS