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Segurança alimentar
Alimenta Brasil rompe engrenagens da fome no arquipélago de Marajó (PA)
Alimentos produzidos pela agricultura familiar chegam a famílias em condição de vulnerabilidade em Breves (PA). Foto: Matheus Bacelar/ Min. Cidadania
A insegurança alimentar é um desafio constante no arquipélago de Marajó, no Pará. Muitas famílias ribeirinhas e da área periférica do município de Breves (PA) vivem em situação de pobreza ou comem diariamente alimentos pobres em nutrientes. Mortadela, açaí e produtos industrializados são consumidos na maioria dos lares por serem as opções mais baratas.
Esse ciclo vem sendo quebrado pela ação direta do Governo Federal. Às margens do rio Parauaú, o acesso a Breves é feito por barco ou aviões de pequeno porte. Mesmo com o desafio logístico, o Alimenta Brasil (PAB), que substitui o antigo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), garante a moradores locais em condição de vulnerabilidade as condições para se alimentar dignamente e com produtos orgânicos.
A pessoa com fome fica cabisbaixa. Criança com fome não quer brincar. Quando ela se alimenta, quer brincar e se divertir. A partir do momento que chega o Alimenta Brasil, o olhar delas muda. Por isso a gente identifica a vulnerabilidade, pegamos a demanda e levamos para a supervisora. É quando ela entra em contato em busca de alimentos para as famílias"
Elessandra Pinheiro, visitadora do Criança Feliz em Breves (PA)
"Trabalhar com a segurança alimentar muda a realidade das famílias. Vivemos uma realidade diferente do resto do país. Os marajoaras gostam de comer mortadela com açaí. É o carro-chefe de muita gente na realidade periférica, porque é barato, mas não é saudável", explicou Jacilene Batista Moraes, coordenadora do Alimenta Brasil no município.
Por um lado, o Alimenta Brasil supre necessidades alimentares de pais e de crianças. Por outro, ajuda pequenos agricultores locais a venderem as suas colheitas. Em Breves, o município compra alimentos de 20 agricultores familiares. O município pode comprar, ao longo do ano, o valor de R$ 6.500 por agricultor. Todos os que participam da iniciativa plantam nas próprias terras, cultivam as hortaliças, colhem a plantação e realizam as vendas diretamente para o município.
O Alimenta Brasil ganhou corpo em 2021. Breves executou toda a proposta orçamentária em 2020 e realizou a repactuação em 2021. Toda semana, o município recebe os alimentos dos produtores na quarta. As cestas de alimentos são montadas e as doações são realizadas na quinta e na sexta.
“O Alimenta Brasil melhorou a vida tanto dos agricultores quanto das famílias vulneráveis que atendemos nas unidades da assistência social. Dessa forma, muitas pessoas tiveram acesso a alimentos saudáveis pela primeira vez", relatou Jacilene.
Galeria completa de fotos no Flickr (abaixo)
Integração de programas
Uma das formas de identificar as famílias que realmente precisam receber os alimentos é por meio das visitas domiciliares do Programa Criança Feliz, outra ação do Ministério da Cidadania. Aos 26 anos, Elessandra Pinheiro Ferreira é visitadora e acompanha a realidade de 22 famílias em Breves.
Muitas famílias apresentam vulnerabilidades que nunca foram vistas pelo poder público. O visitador enxerga isso e percebe que aquela família precisa de uma articulação para suprir necessidades de alimentação ou demandas de saúde e educação. Tudo a partir de visitas do Criança Feliz”
Luciana Siqueira, secretária nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania
Ela destaca que os produtos do Alimenta Brasil mudaram a autoestima das famílias e o olhar das crianças. “Às vezes, a família não queria nos receber porque não tinha tomado nem o café da manhã. Cheguei a casas em que as famílias não tinham comido nada durante o dia inteiro", disse.
A visitadora atende famílias que moram em torno do Lixão de Breves. Elessandra aproveita a oportunidade das visitas para observar a realidade dos lares de extrema vulnerabilidade.
“A pessoa com fome fica cabisbaixa. Criança com fome não quer brincar. Quando ela se alimenta, quer brincar e se divertir. A partir do momento que chega o Alimenta Brasil, o olhar delas muda. Por isso a gente identifica a vulnerabilidade, pegamos a demanda e levamos para a supervisora. É quando ela entra em contato em busca de alimentos para as famílias", explicou Elessandra.
A secretária nacional de Atenção à Primeira Infância do Ministério da Cidadania, Luciana Siqueira, ressalta que as visitas do Criança Feliz têm esse caráter de levar à família o conhecimento de outras possibilidades de suporte do Governo Federal por meio da rede socioassistencial.
“Muitas famílias apresentam diferentes vulnerabilidades que nunca foram vistas pelo poder público. O visitador enxerga isso e percebe que aquela família precisa de encaminhamento, de uma articulação para suprir necessidades de alimentação ou demandas de saúde e educação. Tudo isso é feito a partir das visitas do Criança Feliz”, afirmou.
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania