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Segurança Alimentar
Alimenta Brasil alcança R$ 700 milhões em investimentos na redução da insegurança alimentar em 2022
Foto: Rafael Zart/ Min. Cidadania
Num espaço de dois hectares no município de Ipubi (PE), Maria Lourdes de Brito Lino, de 74 anos, planta de tudo um pouco: “Eu forneço tomate, laranja, macaxeira, manga, banana, caju, pepino, chuchu, uva, morango... Tem de tudo na minha terra. Pinha, tangerina, não falta nada”, orgulha-se.
Fico satisfeita de levar os produtos para abastecer escolas, hospitais e cozinhas comunitárias. Principalmente porque é tudo sem veneno, criado com a natureza. Eu fico agradecida porque, além de eu ajudar, também me ajuda essa compra garantida e paga em dia"
Maria Lourdes, agricultora familiar
Maria Lourdes é o primeiro de uma série de tijolinhos que constróem uma ponte entre a agricultura familiar, instituições que integram a rede de assistência social e pessoas em condição de vulnerabilidade. Ela participa do Alimenta Brasil, ação que alcança R$ 700 milhões em investimentos em 2022.
Na estrutura do programa do Ministério da Cidadania, o poder público compra de forma direta alimentos produzidos por agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, povos indígenas e populações tradicionais.
Com isso, frutas, verduras, hortaliças, pescados e leite vão parar na mesa de pessoas em situação de vulnerabilidade em restaurantes comunitários, creches, instituições de longa permanência para idosos, escolas públicas e entidades assistenciais.
“Fico satisfeita de levar os produtos para abastecer escolas, hospitais e para a cozinha comunitária. Principalmente porque é tudo sem veneno, criado com a natureza. Eu fico agradecida porque, além de eu ajudar, também me ajuda essa compra garantida e paga em dia. O segredo é só botar água: tudo 100% natural. Minha família também consome”, conta Maria Lourdes.
A compra direta teve os limites ampliados. O valor anual agora é de R$ 15 mil para agricultores familiares, e pode chegar a R$ 30 mil por ano no caso dos produtores de leite. O programa recebeu um aditivo de R$ 500 milhões a partir da mesma Emenda Constitucional que ampliou de R$ 400 para R$ 600 o valor mínimo do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do Ministério da Cidadania.
Maria Lourdes, 74 anos, exibe produtos cultivados em sua propriedade no município de Ipubi (PE). Foto: Arquivo pessoal |
Cozinha comunitária
Coordenadora de uma cozinha comunitária em São José do Egito (PE), Nilvia Vieira, 33 anos, é um dos elos que permite a produção de 700 litros de sopa por dia, distribuídas a 1.500 pessoas diariamente. São 300 famílias em condição de vulnerabilidade social cadastradas pelo Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da região. Boa parte dos ingredientes vem de agricultores que fazem parte do Alimenta Brasil.
“É muito gratificante ver o semblante de cada um que necessita tendo acesso a um alimento de qualidade. A maior parte do que recebemos são verduras produzidas aqui pelos nossos agricultores. Tem coentro, pimentão, cenoura, entre outros, além da carne. A gente usa tudo na sopa”, explica Nilvia.
Segundo a coordenadora, o trabalho ajuda nas duas pontas. “Tem agricultor daqui que a sorte deles é o programa. Teve um que me disse: ‘Eu não sei se fico com mais saudade de você, quando não venho entregar alimento, ou da ajuda que o programa me dá’”, brincou.
Em três pontas
Larissa Mirella, de 23 anos, é a ponta final dessa ponte. Atualmente desempregada e mãe de três filhos (Bruna, sete anos, Israel Diogo, quatro, e Ezequiel, 10 meses), a moradora de Lagoa Grande (PE) conta com o acompanhamento de uma rede de suporte em três frentes do Ministério da Cidadania: recebe o Auxílio Brasil, tem acompanhamento de visitação familiar do Criança Feliz e faz algumas refeições a partir da rede do Alimenta Brasil.
“O Criança Feliz ajuda muito no desenvolvimento dos meninos”, explica Mirella, que precisou dar atenção especial ao mais novo, diagnosticado com um problema cardíaco. “E a gente busca muita coisa de alimentação numa cozinha comunitária aqui perto. Sempre saímos de lá com uma cesta básica com bastantes verduras”, relata.
Porta de saída
O Alimenta Brasil é visto, ainda, como uma das portas de saída do Auxílio Brasil. Isso porque o programa de transferência de renda do Ministério da Cidadania tem como um de seus benefícios complementares o Auxílio Inclusão Produtiva Rural.
Essa iniciativa permite a famílias em condição de vulnerabilidade no âmbito rural ganharem um incentivo mensal a mais de R$ 200 (além dos R$ 600) para investir na produção de alimentos para a agricultura familiar.
Em agosto de 2022, essa modalidade do Auxílio Brasil transferiu R$ 1,3 milhão a 6.958 agricultores familiares. A medida beneficiou 22.359 pessoas indiretamente. Na medida em que esses agricultores familiares começam a ganhar escala na produção, podem pleitear a adesão ao Alimenta Brasil em seus municípios.
Assessoria de Comunicação – Ministério da Cidadania