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Acompanhamento domiciliar promove desenvolvimento da primeira infância em comunidades do Brasil e do Paraguai
Foto: André Oliveira / MDS
Em áreas de vulnerabilidade, cuidadores e educadores itinerantes na fronteira do Paraguai e do Brasil se dedicam a uma missão: o acompanhamento à primeira infância. O trabalho, desenvolvido com base no afeto, na confiança e na atenção às necessidades, contribui para o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança.
“Eu vejo muito avanço na comunicação do meu neto de dois anos e meio”, diz a avó e líder comunitária Cintia Martinez, que organiza em sua casa as visitas da sua comunidade. “Ele fala fluente, como estamos falando agora. Vemos seu desenvolvimento, está bem esperto”, comemorou.
Na casa de Cintia, educadores desenvolvem atividades diversas, como a reciclagem de objetos encontrados no lar. “O meu neto consegue juntar os recicláveis, já sabe o que pode usar na aula. No seu desenvolvimento, vejo ele muito livre, se sente muito seguro”, afirmou Martinez.
A iniciativa faz parte do Programa de Cooperação Triangular Brasil, Alemanha e Paraguai. Envolve educadores itinerantes e coordenadores locais do Ministério da Infância e da Adolescência do Paraguai (MINNA) e visitantes vinculados ao Programa Criança Feliz do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil (MDS), entre outros parceiros.
Cristiane Kleinschmitt, supervisora do programa no estado do Mato Grosso do Sul, observa que um dos pontos essenciais do trabalho é mudar o olhar da família para a criança. “Quando você entende que a primeira infância se faz dentro de casa, com fala, com atitudes, não é preciso levar muita coisa para aquela criança”, comentou Cristiane. “Você é o reflexo da sua família. Por meio da construção de uma autoimagem, de uma autoestima, é possível criar uma pessoa com autoconfiança, um ser independente, que pode tudo”, acrescentou.
Dedicação
Mario Olazar é um dos educadores itinerantes, atua no Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) 11 do departamento de Concepción. “Essa modalidade errante envolve chegar nos domicílios e nas famílias que não têm a oportunidade de recorrer ao centro de ensino para ter a estimulação oportuna”, explica Olazar. “O desafio abrange ganhar a confiança da família, compartilhar um espaço de aprendizagem mútua e, sobretudo, transmitir um conhecimento, uma orientação que será muito importante para o desenvolvimento das crianças”, comenta.As visitas a cada família ocorrem quinzenalmente. Mario explica que seu trabalho passa pela identificação da linguagem, da parte cognitiva, motriz e socioafetiva de cada criança. “Para cada uma dessas áreas, realizamos um tipo de atividade específica, um jogo, utilizamos materiais e recicláveis que também podem ser encontrados na própria casa da família”, conta.
Programa
O projeto de cooperação triangular conta com três linhas de ação: aprender fazendo e compartilhando experiências para a qualidade do serviço; aprendizagem intercultural de famílias e educadores de campo em boas práticas de cuidado para crianças de 0 a 3 anos; e conhecimento para qualidade e fortalecimento de políticas.
A iniciativa tem a Secretaria Nacional de Assistência Social do MDS e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) como principais parceiros. Além disso, a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), do Ministério Alemão de Cooperação Econômica para o Desenvolvimento (BMZ), atua como facilitadora dessa iniciativa.
Assessoria de Comunicação – MDS